AULA 01 - SOCIOLOGIA - 2.º ANO



A população brasileira: diversidade nacional e regional


A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.


Diversidade nacional e regional


São as diferenças culturais e sociais que são possíveis de serem notadas entre um país e outro (nacional) e entre as diferentes regiões de um mesmo país (regionais).


Exemplo: sotaque do Baiano, do Carioca, do Curitibano, do Paulista, do Gaúcho, do
Nordestino, entre outros.


Outro exemplo: cultura do Oriente Médio, do Brasil, da Rússia, da Itália, do Japão, do Estados Unidos


Todas as raças, crenças, modos de vida, todo tipo de cultura, todas as classes sociais, compõe a diversidade social. O Brasil é uma das nações onde existe maior diversidade social em todos os sentidos.


Diversidade social é uma mestição no povo brasileiro, nas expressões culturais, diferenças físicas, étnicas, etc. Muitas vezes essas diversidades sociais podem virar uma discriminação contra a cultura, cor, raça, trabalho que acaba virando um preconceito.

Diversidade Cultural no Brasil



A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.

Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil.

Nesse contexto, alguns aspectos culturais das regiões brasileiras serão abordados.

Região Nordeste

Entre as manifestações culturais da região estão danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. Algumas manifestações religiosas são a festa de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é outro elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os pratos típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros.

FESTA DO NOSSO SENHOR DO BONFIM (BA)


Região Norte

A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas populares do Norte são o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do país, que ocorre em junho, no Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o congo ou congada, a folia de reis e a festa do divino.
A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro.

FESTIVAL DE PARINTINS


Região Centro-Oeste

A cultura do Centro-Oeste brasilei
ro é bem diversificada, recebendo contribuições principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. São manifestações culturais típicas da região: a cavalhada e o fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano, maria-isabel, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como o pintado, pacu, dourado, entre outros.


PROCISÃO DO FOGARÉU


Região Sudeste

Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de boiadeiro, dança de velhos, batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó.
A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão de queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc.

VIRADO A PAULISTA


Região Sul

O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista: o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro), vinho.


AULA 02 - SOCIOLOGIA - 2.º ANO

A formação da diversidade brasileira


A diversidade brasileira se deu a princípio,  através da miscigenação da “raça” branca (português), negra (escravos africanos) e índigena (nativos brasileiros).

Outros grupos que fizeram parte da formação da sociedade brasileira vieram, principalmente, da Europa. Muitos países da Europa tiveram sua contribuição na imigração brasileira: Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Suíça, Holanda,Ucrânia.


Além disso, tivemos a imigração chinesa, coreana, japonesa, estadunidense, boliviana, sírio-libanesa, e outras imigrações menos representativas. Em todo caso, cada um destes grupos possibilitaram mudanças na realidade cultural no Brasil desde o século XVI.

É evidente, e não podemos descartar, que o Brasil como colônia tinha outras características que hoje já não são as mesmas, inclusive naquilo que ainda é muito forte: a religião. Os dogmas católicos já resultaram em punições severas para os tidos como hereges ou pagãos. Hoje, depois de séculos de iluminismo e liberalismo, os direitos individuais se fortaleceram, como o direito a vida.


Todos os povos, isolados ou não, possuem mudanças em sua cultura com o passar do tempo. No caso brasileiro, encontramos essas mudanças no idioma, na alimentação, no vestuário. Exemplo: Mandioca (Manioca – Tupi), Nhoque (Gnocchi – italiano), calça jeans (genes – italiano, mas difundido como jeans por Levis Strauss – estadunidense).


As características de uma cultura podiam ser adquiridas pela outra à partir do contato, a modificando, independente do distanciamento ou discriminação que um grupo cultural possa ter em relação ao outro. A esta “troca” de características, dá-se o nome de aculturação.


Outro fenômeno que se aproxima deste é outro, mais raro: a Assimilação. Neste fenômeno, um grupo cultural mais forte “absorve” o grupo cultural mais fraco.


No Brasil, muitos dos imigrantes se casaram com brasileiros, ou os seus filhos, fazendo que muito do era uma cultura de povo, mas isolada em uma família, se “diluísse” em meio a sociedade brasileira, restando apenas algumas características do povo nos descendentes destes imigrantes.


Outro ponto foi a destruição dos tupinambás: as mulheres eram capturadas e forçadas a viver com os portugueses que vieram morar no Brasil; os homens, ou eram escravizados, ou mortos em “guerras justas”.


(GUERRAS JUSTAS:  essencialmente se considerava justa uma guerra que fosse declarada aos inimigos da coroa portuguesa, e quem eram estes inimigos se não as tribos que resistiam ao trabalho compulsório, à aculturação e à ocupação de suas terras)


Os séculos que se seguiram desde a chegada das primeiras embarcações de Portugal, os tupinambás e outros grupos étnicos deixaram algumas de suas características – produtos alimentícios, técnicas de artesanato, armas – mas a grande etnia Tupi foi dizimada.


No mapa abaixo. Onde viviam os índigenas que falava a língua TUPI.

Tensões na formação da diversidade



Durante os dois primeiros séculos da colonização portuguesa, a população do Brasil foi constituída por indígenas, africanos e portugueses. Houve ainda nesse período uma pequena participação de franceses, holandeses e ingleses. Dessa forma, a mestiçagem entre índios, negros e portugueses foi imensa, formando a base cultural brasileira.


Mais tarde surgiram ainfluencia de outros povos que pra cá imigraram, principalmente a partir do século XIX até a década de 1930, destacando-se italianos, espanhóis, alemães, poloneses, japoneses e árabes que se instalaram em diversas regiões do país.


Nas últimas décadas do século XX e inicio do XXI, latino-americanos, chineses, coreanos, angolanos e outros povos africanos compõem os novos grupos deimigrantes que se deslocam para o Brasil. Historicamente todos esses povos tem contribuído para a formação da diversidade cultural de nosso país, o que reflete em modos de vida, idéias, normas e valores, tanto em seus aspectos materiais quanto imateriais.

Segundo dados do IBGE, cerca de 40% da população brasileira não são naturais do município de residência e 16% não são procedentes da unidade dafederação em que moram. Os últimos censos detectaram que 75% dos movimentos migratórios realizados tinham como origem e destino áreas urbanas, 12,4% áreas rurais-urbanas, 7,7% urbano-rurais e 4,8% destinavam-se as áreas rurais.


Esses números mostram que predominam movimentos migratórios dentro da unidade federativa de origem. E que há um crescimento entre os fluxos urbano-urbano e intrametropolitano, ou seja, aumenta o número de pessoas que migram de uma cidade para outra no mesmo estado ou numa determinada região metropolitana em busca de melhores condições de moradia. Mas ainda permanecem os movimentos interestaduais, de uma unidade da federação para outra.


Outro ponto revelado pelos dados sobre os movimentos migratórios atuais é o dos fluxos de retorno, principalmente para o Nordeste. Apesar desse retorno de migrantes, os estados que apresentam maior emigração continuam sendo os nordestinos, principalmente PB, PI, PE e BA.


Pode se dizer portanto que o Brasil é um pais com grande diversidade, isso por conta das migrações que ocorreram em nosso pais começando pelos portugueses, que ao desembarcar em nossas terras trouxeram novos costumes, manias, alimentos, eles tiveram grandeinfluencia nas mudanças de nossa cultura, claro que alguns costumes permaneceram alguns mudarão e outros se transformaram.


Com isso teve a migração de outras pessoas de outros países que se casaram com nativos e assim surgiu a mistura de pessoas pardas, negras e brancas em nosso pais, podemos levar em conta que com essas pessoas que migraram veio a cultura. E é isso que faz nosso pais ser tão diverso em sua formação.


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AULA 03 - SOCIOLOGIA - 2.º ANO



A DECANTADA MISCIGENAÇÃO BRASILEIRA

Até 1500 d.C. (depois de Cristo), para quem não sabe o ano que Jesus Cristo nasceu é considerado o ANO 1 do nosso calendário. Quando nos referimos a situações passadas antes do nascimento de Jesus dizemos que foi, por exemplo, 120 a.C. (120 anos antes de Cristo). Estamos atualmente no ano de 2023 d.C.


Voltando ao ponto de partida, até 1.500 d.C., o Brasil tinha dono, eram os indígenas.


Os indígenas eram donos do terreno onde é a sua escola, do terreno onde é a sua casa, ou de qualquer outra casa que você conheça. Eles eram donos dos terrenos onde ficam hoje, o Shopping Miramar, Praiamar, Brisamar, ou de qualquer outro, em qualquer lugar do Brasil.  Eles eram donos de tudo: dos rios, das praias, do Morro do Marapé, do Planalto Central e do Pão de Açúcar. 


Eles já estavam aqui há milhares de anos e já sabiam quais eram os melhores lugares para se viver. Em 1500 estima-se que havia de 04 a 07 milhões de indígenas no Brasil. Mas, em 21 de abril de 1500, os portugueses chegaram.


Abaixo representados por Pedro Alvares Cabral e a Rainha Leopoldina.

Os portugueses auto-dominando-se CONQUISTADORES, sacramentaram que a partir daquela data, tudo que havia ali, eram deles, inclusive os indígenas. Os indígenas foram desalojados de onde viviam há séculos, foram escravizados, foram catequizados a força e mortos, se ousassem de alguma maneira defender suas terras ou suas mulheres. 


Até 1560 dc, no Brasil havia o indígena, o homem branco e o mameluco, também conhecido como caiçara ou caboclo. 

O mameluco (caiçara ou caboclo) se deu pela miscigenação entre o  índio e o homem  branco. 


Miscigenação é a  mistura de raças, de povos e de diferentes etnias.

 

Chegou a hora de filosofar ou exercer a filosofia:

Filosofia é uma forma de pensamento organizado, conceitual e que tem a capacidade de movimentar o próprio pensamento por meio da identificação e da formulação de problemas e perguntas em busca de respostas. 


O mameluco, surgiu do cruzamento entre a etnia índia e a etnia branca. Certo! Mas como se deu:


- Índios se casaram com mulheres brancas e assim tiveram filhos? Lógico que não.


- Os Homem Brancos, conquistadores das novas terras, tomaram as mulheres índias e as engravidaram? Óbvio que sim.

Baseado no livro homônimo de Ana Miranda, o filme “Desmundo” narra a história das órfãs portuguesas que, em 1570, foram enviadas ao Brasil para se casarem com os colonizadores. Sob o apoio da Igreja, o Estado português pretendia que os colonos tivessem casamentos “brancos e cristãos” reduzindo, assim, o nascimento de crianças mestiças oriundas das relações com índias. ASSISTA O TRAILER.

 

Por volta de 1560 d.C. uma nova etnia chegou ao Brasil, trazidas a força para serem escravos: O Homem Preto. Daqui para frente, chamados de pretos, apenas por serem o contraponto correto ao homem branco.

A partir daí então tínhamos no Brasil, o Índio, o Homem Branco, o Mameluco e o Homem Preto. Vamos percorrer o tempo, fechando os olhos para as chibatas, os troncos, os ferros, a dominação, a separação, a dor, o sangue e as lágrimas e vamos aportar em 1958,  70 anos depois da Abolição da Escravatura do Brasil. Vamos filosofar sobre a foto a seguir: 

Seleção Brasileira de 1958, campeã do mundo de Futebol na Suécia. 


Em pé: Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar.

Agachados: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagalo e o massagista Mario Américo. 


Temos nessa foto um exemplo da nossa miscigenação baseada na cor. A partir de Bellini e Zagalo, homens brancos, podemos constatar vários tons de pele. Mas, como surgiram esses tons? A partir do que? 


De 1560 até 1888, o que aconteceu?


- Homens pretos escravizados engravidaram mulheres brancas? É lógico que não.


- Muitas mulheres negras se casaram e tiveram filhos com homens brancos? Também não.


- Homens brancos, dono de escravos, seus filhos e seus capatazes estupravam as escravas e as engravidavam? É óbvio que sim.


Filha de escrava, escrava seria. E essa nova escrava já não seria uma mulher preta, seria denominada MULATA. 


E quando essa mulata era engravidada por um branco, sua filha seria chamada de PARDA. 


E quando a escrava parda, fosse engravidada por um branco, sua filha seria chama de MORENA. 


E quanto mais uma escrava tivesse a pele mais clara, mais ela valia. Mais ela era usada dentro de casa pela patroa e assediada pelo patrão. 

 

Em 1875 é publicado o livro escrito por Bernado Guimarães chamado A Escrava Isaura. O livro conta as desventuras de Isaura, escrava quase branca, de caráter nobre, vítima de um senhor devasso.


Esse livro virou novela em duas versões, na primeira de 1975 (Globo), a escreva Isaura foi interpretada pela atriz Lucélia Santos. VEJA TRECHO.

     Na versão de 2006 (TV Record) foi interpretada pela atriz Bianca Rinaldi.

Outros homens brancos estiveram em nosso território, principalmente espanhóis e holandeses. Com o fim da escravidão novas etnias aportaram no Brasil, italianos, alemães, judeus,  polacos, todos brancos.


Japoneses também chegaram em nosso território, mas, até a década 70/80 era extremamente raro um japonês ou um judeu se casarem com outro que não fossem da mesma etnia.


Isso também acontecia, só que em menor grau com imigrantes de outros países. Estes imigrantes estrangeiros são responsáveis pela miscigenação pela raça, pela cultura e pelos costumes. 


Entretanto, a mossa maior miscigenação se deu pelo calvário da mulher preta ou da mulher indígena. Se deu pelo sofrimento, pela  dor, pela impotência, pelo choro a cada separação de um filho ou filha  que se ia, vendida pelo melhor preço. 


Se o Brasil foi construído pela mãos dos escravos homens, nossa tão decantada miscigenação se deu pela barriga das escravas mulheres.


Quando você ouvir alguém dizendo que temos, como sociedade, uma dívida histórica para com os africanos, indígenas e seus descendentes, lembre-se disso. 

E o que aconteceu com os indígenas? Os "Donos de Tudo" em 1500 d.C.? 


Podem não ser mais os donos de tudo, mas, 13,8 % do território brasileiro são deles?

Caramba! Tudo isso?


Mas, se são deles, ele podem vender essas terras então?    Não. 


A Terra Indígena é uma porção do território que é de propriedade do Estado, mas que, por ser habitada por populações nativas, podem ser exploradas para a produção dos elementos essenciais para a sobrevivência destas comunidades. A Terra Indígena não pode ser vendida e devem servir apenas para a sobrevivência dos grupos ou tribos que nela vivem. 


Mas, quantos índios há no Brasil, se tinha de 3 a 7 milhões em 1500 d.C., imagina agora?


Segundo o Censo IBGE 2010, os mais de 305 povos indígenas somam 896.917 pessoas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais.


Mas, mesmo assim, 13,8 % do território para 572.083 mil índios é muita coisa!!!!!!


Pode parecer, mas, 98,25 % dessas terras encontram-se na Amazônia Legal, são florestas que o mundo quer ver preservadas, afinal, se nós humanos respiramos oxigênio e expiramos gás carbônico, as árvores fazem ao contrário. 


O restante, 1,75% , espalha-se pelas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e estados de Mato Grosso do Sul e Goiás.


Ainda há no Brasil, indígenas, que vivem como viviam seus antepassados no ANO 1 d.C.




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DE ONDE VEIO O HOMEM PRETO?


O branco, o indígena e o preto fazem parte da nossa diversidade. Mas, se o indígenas já estavam aqui no Brasil em 1500 e os brancos (portugueses) vieram da Europa para "conquistar" novos mundos. Como o homem preto chegou em nossas terras? Resposta: Vieram trazidos da África a força para serem escravos dos homens brancos.


A Escravidão no Brasil durou de 1550 até 1888. Exatos 338 anos. O Brasil foi um dos últimos a abolir a escravidão, a Inglaterra o fez 55 anos antes. Os Estados Unidos, 25. 


Estamos falando da escravidão negra, já que a do índio nem sempre dava certo, pois,  quando eles fugiam para o mato, ninguém achava mais, eles sempre viveram no mato, do mato. E também foram adotados pelos jesuítas que os consideravam almas puras que precisavam de proteção. Só restou importar escravos negros da África. Dado que os portugueses já faziam isso em suas colônias africanas. 


Clique na foto para ver melhor como os africanos eram trazidos aos montes nos navios negreiros de então.

Rotas da escravidão


É difícil saber quantos africanos foram trazidos para o Brasil ao longo de três séculos de tráfico negreiro. Muitos registros que poderiam tornar os dados mais precisos foram perdidos ou destruídos.


As estimativas indicam que entre quatro e oito milhões de pessoas desembarcaram nos portos brasileiros para serem vendidas como escravas, de meados do século XVI até 1850, quando o tráfico foi efetivamente abolido pela Lei Eusébio de Queiroz.


As quatro principais rotas dos navios negreiros que ligaram o continente africano ao Brasil foram as da Guiné, Mina, Angola e Moçambique.


Elas concentravam o comércio de seres humanos que, na maioria dos casos, eram aprisionados em guerras feitas por chefes tribais, reis ou sobas africanos para esse fim.


Os traficantes, principalmente portugueses, mas também de outras nações europeias e posteriormente brasileiros, obtinham os prisioneiros em troca de armas de fogo, tecidos, espelhos, utensílios de vidro, de ferro, tabaco e aguardente, entre outros. ]


Os navios, dependendo do tipo, traziam de 300 a 600 cativos por vez. Entre 10% e 20% deles morriam na viagem.

Rota da Guiné


No século XVI, a Alta Guiné foi o principal núcleo de obtenção de africanos para serem escravizados pelos traficantes portugueses. De Cabo Verde, saíam navios com cativos vindos principalmente da região onde hoje se situam Guiné-Bissau, Senegal, Mauritânia, Gâmbia, Serra Leoa, Libéria e Costa do Marfim. 


Mas a Rota da Guiné teve menor impacto sobre a formação da população brasileira do que as outras rotas, pois a necessidade de mão-de-obra nas Américas ainda era pequena no primeiro século da colonização.


Rota da Mina


A fortaleza de São Jorge da Mina foi erguida pelos portugueses por volta de 1482 na costa da atual Gana, para proteger o comércio de ouro na região. Embora tomada pelos holandeses em 1632, ela se tornaria, ainda no século XVII, um importante entreposto do tráfico de africanos escravizados para o Brasil e outros países.


Os africanos embarcados na Mina (ou Elmina) e nos outros portos do Golfo da Guiné eram principalmente dos grupos axanti, fanti, iorubá, hauçá, ibô, fon, ewe-fon, bariba e adjá. Além de Gana, eles eram trazidos dos atuais territórios de Burkina Faso, Benim, Togo, Nigéria, sul do Níger, Chad, norte do Congo e norte do Gabão, para atender à crescente demanda por mão-de-obra ocasionada pelo desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar no Brasil e no Caribe. 


Rota de Angola


Essa rota forneceu cerca de 40% dos 10 milhões de africanos trazidos para as Américas. No caso do Brasil, os navios que partiam da costa dos atuais territórios do Congo e de Angola se destinavam principalmente aos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro.


Os povos da África Central Atlântica, como os ovimbundos, bacongos, ambundos e muxicongos, pertenciam ao chamado grupo linguístico banto, que reúne cerca de 450 línguas. De lá, veio a maior parte dos africanos que entraram no Brasil, principalmente pelo Rio de Janeiro, no período colonial.


Rota de Moçambique


No início do século XIX, a Inglaterra passou a pressionar Portugal no sentido de acabar com o tráfico negreiro, o que resultou nos tratados de 1810 entre os dois países. Para escapar ao controle britânico na maior parte do Atlântico, muitos traficantes se voltaram para uma rota até então pouco explorada, que partia da África Oriental. Os navios saíam principalmente dos portos de Lourenço Marques (atual Maputo), Inhambane e Quelimane, em Moçambique, e se dirigiam ao Rio de Janeiro.


Africanos embarcados nesses portos pertenciam a uma diversidade de povos, entre os quais os macuas, swazis, macondes e ngunis, e ganhavam no Brasil a designação geral de "moçambiques".


Entre 18% a 27% da população africana no Rio do século XIX era de moçambiques. No entanto, nem todos vinham da colônia portuguesa e, sim, de regiões vizinhas – onde hoje estão Quênia, Tanzânia, Malauí, Zâmbia, Zimbábue, África do Sul e Madagascar. O grupo linguístico majoritário era o banto.

OS NAVIOS NEGREIROS


Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque parte dos negros, amontoados nos porões, morria durante a viagem.


O banzo (melancolia), causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra causa que os levava à morte.


Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro.


Os escravos africanos eram, de forma geral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa situação, durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinato do senhor e do feitor, até suicídios.


Essas reações contra a violência praticada pelos feitores, com ou sem ordem dos senhores, eram punidas com torturas diversas. Amarrados no tronco, permaneciam dias sem direito a comida e água, levando inumeráveis chicotadas. Eram presos nos ferros pelos pés e pelas mãos. Os ferimentos eram salgados, provocando dores atrozes. Quando tentavam fugir, eram considerados indignos da graça de Deus.

Quando a Inglaterra proibiu o tráfico de escravos em 1830, considerando a atividade como pirataria, o Brasil só tomou uma atitude a respeito em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos no país.


Os brasileiros, donos de escravos, arrumaram “touros reprodutores”, negros que engravidavam o máximo possível de escravas. Já que não se podia trazer de fora, que se fizessem escravos aqui.


Sempre pressionado pela Inglaterra, e outros países que já tinham abolido a escravidão, no dia 28 de setembro de 1871, foi assinada a Lei do Ventre Livre, a partir da promulgação da lei, todo filho de escravos seria livre, entretanto, deveria ficar com a mãe até os 08 anos e depois disso, ser entregue para o estado, que pagaria uma compensação financeira ao dono da sua mãe. Caso não fosse entregue, deveria trabalhar de graça até os 21 anos, como compensação financeira. 


Depois de mais pressão inglesa, no dia 28 de setembro de 1885 foi promulgada Lei dos Sexagenários que concedeu liberdade aos escravos com idade igual ou superior a 60 anos. Como a expectativa de vida dos brasileiros não passava dos 40 anos, para os fazendeiros essa lei foi um achado, já que esses homens já não aguentavam fazer trabalhos pesados.


Entretanto segundo essa própria lei, o escravo alforriado deveria conceder mais três anos de trabalho gratuito ou até completar 65 anos ao patrão, como forma de indenização. 


A Lei dos Sexagenários era tão estúpida que beirava o ridículo, dado que, os escravos não tinhas certidões de nascimento. Nem eles sabiam a idade que tinham.


Por fim, em 13 de maio de 1888, foi sancionada pela Princesa Dona Isabel, filha de Dom Pedro II, a Lei Áurea (Lei nº 3.353).

A Lei Áurea era sucinta, simples,tinha apenas dois artigos: 


“A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:


Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.


Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.”


Quando foi promulgada a Lei Áurea em 1888, o escravo liberto pela Lei do Ventre Livre (1871) tinha 17 anos e ainda era escravo, pois, teria que trabalhar de graça ao dono até os 21 anos. Isso se tivesse sobrevivido, já que o patrão não tinha muito interesse em alimentar uma criança que trabalharia tão pouco para ele.


Já o escravo liberto, pela lei dos sexagenários de 1885, ainda estava devendo um tempinho para o seu dono.


Portanto, até a promulgação da Lei Áurea, não havia nenhum escravo liberto no Brasil, a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários foram apenas para o "INGLÊS VER". 


E o inglês afinal era bonzinho? Nada. Eles viviam a 1.ª revolução industrial, onde a mão de obra negra não era tão necessária como havia sido. Alem do mais, produtos cultivados ou produzidos por mão de obra escrava eram mais baratas do que os produzidos com mão de obra paga, causando uma deslealdade com a concorrência. 


Promulgada a Lei Áurea, o que aconteceu então?


Os grandes fazendeiros já vinham se planejando para algo, que mais dia, menos dia, iria acontecer. Eles já vinham convocando imigrantes, italianos, alemãs, japoneses, poloneses e chineses para substituírem os escravos na lavoura.........não pagariam para alguém que sempre trabalhou de graça. 

Colonos italianos chegando ao Brasil no porto de Santos.


Os fazendeiros então, soltaram as correntes e abriram as portas das senzalas e disseram aos ex-escravos: - Estão livres........sumam daqui. 


Praticamente, os quase 01 milhão de escravos, que ainda havia no Brasil, foram jogadas ao relento, sem nenhuma condescendência ou apoio do estado. Foram parar nos quilombos, nas encostas dos morros, na beira dos mangues, onde até hoje vivem seus descendentes.

       

                     ATIVIDADE




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Depois da Lei Áurea e escravidão ainda perdurou por 20 anos na Marinha Brasileira.


Aos 08 anos de idade, João Cândido Felisberto, foi um dos escravos libertados pela Lei Áurea.

Aos 14 anos, ele procurou uma das únicas alternativas de trabalho que havia para os descendentes de escravos, a forças armadas, por isso, ele se alistou na Marinha.


A Marinha Brasileira na época era composta por:

50% de negros.

30% de mulatos.

10% de caboclos. 

10% de brancos.


A maioria dos marinheiros, naquela época, era composta por homens pobres, geralmente filhos de escravos, que recebiam salários irrisórios e eram constantemente humilhados. Deveriam servir por no mínimo 15 anos, se saíssem antes disso, seriam considerados desertores e seriam presos. 


Os castigos físicos haviam sido abolidos no Exército em 1890, mas na Marinha, persistia a aplicação de chibatadas, que recaíam principalmente sobre os marujos, pois ocupavam a base da hierarquia militar. 

Em 1910, aos 30 anos João Cândido, se tornou cabo, um dos únicos cabos "não branco", de toda a Marinha Brasileira.


Ele servia no Encouraçado Minas Gerais, o mais moderno de toda a frota. Neste navio trabalhavam a bordo 887 praças e 107 oficiais, além de 8 carrascos, para aplicarem as punições aos marinheiros, pois, além da chibata, havia outras punições como a gargalha – ferro que prendia a vítima pelo pescoço, muito usado contra os escravos –, a palmatória e a prisão, em correntes ou peias, pelo período de três a oito dias na solitária, com alimentação a pão e água.



Clique na foto para ver melhor    

O homem preto que ilustra a imagem acima é de um escravo americano cujo história está retratada no filme "Emancipacion - Uma história de liberdade".

Neste ano de 1910, 22 anos depois da Lei Áurea, na noite de 22 de novembro, João Cândido Felisberto entrou para a História. 


O marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes foi condenado pelo Comandante do Navio a 250 chibatas, como castigo, por supostamente ter trazido 02 litros de cachaça para o navio.


No meio do castigo, o rapaz desmaiou, mas continuou a receber as chibatadas, assistidas é lógico, por toda a tripulação e pelos oficiais, em seus uniformes bem passados e suas luvas brancas. 


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O fato fez, com que os marinheiros se rebelassem. Os ânimos já estavam acirrados desde que João Cândido, outros marinheiros e oficiais foram deslocados para a Inglaterra, afim de aprender manejar o navios comprados pelo Brasil junto à aquele país. 


Lá os marinheiros puderam constatar a diferença de tratamento que os marinheiros ingleses recebiam. Comida boa e farta, alojamentos bem equipados, várias mudas de roupa, soldo suficiente para eles ajudarem os familiares e principalmente não haviam castigos físicos. 


As 250 chibatadas foram a gota de água num copo cheio de revolta.


A insurreição, liderada por João Cândido, começou a bordo do Minas Gerais, mas atingiu outros navios, que tiveram seus comandantes destituídos. Horas depois, cerca de dois mil marinheiros tinham sob seu comando os principais navios de guerra da esquadra, mantendo os canhões apontados para o Rio de Janeiro, então capital da República. Na tomada do poder, o comandante do navio Minas Gerais foi morto, e o disparo de tiros de advertência em direção a cidade, ocasionou a morte de duas pessoas.

Os amotinados,  exigiam o fim dos castigos corporais na Marinha. Durante os 03 dias de revolta, João Cândido comandou os 04 navios (Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro) em manobras pela Baía da Guanabara que foram consideradas espetaculares, por isso, recebeu o apelido de Almirante Negro. No entanto, assim que os rebeldes se entregaram com a promessa de anistia no dia 25 de novembro, o governo decretou suas expulsões da Marinha. 


Depois de uma outra rebelião, onde nem João Cândido e nem seus companheiros estavam envolvidos, os dezoito líderes da insurreição da Baía da Guanabara, (que depois, veio a ser chamada de a Revolta de Chibata), foram presos e enviados para uma solitária no Batalhão Naval na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. 


Os 18 homens foram encarcerados numa cela onde cabiam 04 pessoas. Era véspera de natal e o comandante do batalhão saiu de folga levando a chave da cela junto com ele, deixando-os sem água e sem comida. 


Quando ele retornou 03 dias depois,  16 marinheiros haviam morrido sufocados, pois, a prisão havia sido lavada com uma solução de água e cal – quando a água evaporou, o cal penetrou nos pulmões dos marinheiros, matando-os. Apenas João Cândido e mais um companheiro sobreviveram.

João Candido, escoltado para participar de uma audiência


Por dizer em uma dessas audiências, que ele ainda escutava as vozes dos amigos que morreram na prisão, ele foi internado num hospício.


Depois de 02 anos, João Cândido saiu do hospício para ser banido da Marinha. Foi mais tarde absolvido, mas nunca deixou de ser vigiado pela polícia, até mesmo em seu enterro. 


Nunca mais conseguiu arrumar emprego fixo e passou o resto da vida trabalhando como estivador na Praça XV, no Rio de Janeiro fazendo biscates. Morreu em 1969, no anonimato.


Em 1975, João Bosco e Aldir Blanc homenagearam João Cândido Felisberto com o samba: "O Mestre-sala dos Mares". Entretanto, a história do Almirante Negro e da Revolta da Chibata ainda fazia eco nos círculos militares. 


A música acabou sendo vetada pela censura, por trazer à tona, um assunto proibido pelas Forças Armadas. Quando mais tarde, liberada pela censura, os autores tiveram que trocar, entre outras coisas, o Almirante Negro, pelo navegante negro na letra da música.

                                             

OUVIR A MÚSICA     Leia as legendas do vídeo, é a letra original 

       

O mestre sala dos mares 

João Bosco e Aldir Blanc   


Há muito tempo nas águas da Guanabara

O dragão do mar reapareceu

Na figura de um bravo feiticeiro

A quem a história não esqueceu

Conhecido como o navegante negro

Tinha a dignidade de um mestre-sala

E ao acenar pelo mar na alegria das regatas

Foi saudado no porto

Pelas mocinhas francesas

Por Jovens polacas 

e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas

Jorravam das costas dos santos

Entre cantos e chibatas

Inundando o coração do pessoal do porão

Que a exemplo do feiticeiro gritava então

Glória aos piratas, as mulatas, as sereias

Glória a farofa, a cachaça, as baleias

Glória a todas as lutas inglórias

Que através da nossa história

Não esquecemos jamais

Salve o navegante negro

Que tem por monumento as pedras pisadas do cais


Em 2008, João Cândido Felisberto foi homenageado com uma estátua na Praça XV no Rio de Janeiro, com a presença do Presidente da República, mas, sem a presença de nenhum militar. 

Em 2010, o Presidente da República à época Luis Inácio Lula da Silva, participou da cerimônia de batismo do novo navio petroleiro, o primeiro construído no Brasil desde 1987. O nome do navio? João Cândido, uma homenagem ao "Almirante Negro". Novamente, nenhum representante militar se fez presente. 


       ATIVIDADE





2.º ANO   AULA 6   SOCIOLOGIA     Voltar     



A CULTURA, A MORAL E A ÉTICA.


A moral muda conforme o tempo, o local e a cultura. A moral por si só, não faz um país melhor, uma sociedade mais justa, nem leva a humanidade para mais perto de Deus, da fraterninade, da justiça e do amor. 


A MORAL AO LONGO DO TEMPO NO BRASIL


- Houve época em que mulher fumar ou beber em público era imoral (ou seja, ia contra a moral)


- Houve época em que a mulher, não podia vestir calças ou mini-saias porque isso era considerado imoral. 


- Houve época em que uma mulher não podia vestir um maiô e tempos depois, um biquíni, para ir à praia, por ser imoral.


Nesta foto de 1922, fiscal mede do joelho ao fim do maiô, para ver se está de acordo com as normas estabelecidas pelos conceitos morais da época.

- Houve época em que a mulher não podia usar maquiagem, tingir o cabelo ou pintar as unhas, por que isso era imoral.


- Houve época em que uma mulher que trabalhasse fora era malvista, porque esse comportamento era considerado imoral. 


- Houve época em que uma mulher não devia ser modelo, atriz ou cantora, por que eram profissões imorais.


- Houve época em que uma mulher não podia ir ao cinema com o namorado por que era considerado imoral.


Muita coisa mudou; a moral também, ela muda com o tempo, como vimos nos exemplos acima. 


A moral no mundo


A moral e a cultura não é a mesma em todos os lugares. Os exemplos abaixo estão acontecendo agora neste momento em que você esta lendo isto:


- Na Arábia Saudita é imoral as mulheres andarem pelas ruas mostrando o cabelo ou o corpo.


- No Iêmen e no Sudão, as mulheres são obrigadas a usar um manto preto para cobri-las completamente da cabeça aos pés.


- Na Arábia Saudita é imoral as mulheres conversarem com outros homens que não sejam seus parentes, ou ir a um médico sem a presença do marido, pai ou irmão.


- No Irã, uma mulher não pode cursar engenharia, informática, física nuclear, arqueologia, química, negócios e outras 72 cursos universitários. No Irã, a palavra de uma mulher tem a metade do peso da palavra de um homem, ou seja, se ela acusar um homem a palavra dela vale 0,5 e a do homem vale 1.


- Em Serra Leoa garotas grávidas são proibidas de frequentar a escola ou fazerem provas.


- Na Índia, no Sudão, no Iêmen, na Nicarágua, em Angola e outros países; uma menina é obrigada a se casar, mesmo que não queira; com quem o pai mandar.

- Em alguns países árabes o homem tem várias mulheres, entretanto, é inaceitável que 01 mulher tenha mais que um marido. 


- Nos Emirados Árabes Unidos o homem tem o direito de “disciplinar” sua mulher com castigos físicos.


- No Sudão, as mulheres muçulmanas são condenadas ao chicote por usarem calças.


- Na Somália, mulheres são chicoteadas por usarem sutiã.


- Na Rússia, o homem pode bater na esposa uma vez por ano liberado por lei.


- Na Indonésia, exista uma unidade de flagelação feminina que tem como função açoitar publicamente as mulheres que violarem a sharia, a lei muçulmana.


Depois de todos os exemplos chegamos à conclusão óbvia: 


A mulher é, e sempre foi, a maior vítima da moral ou dos moralistas. 


Moralista:  é aquele que exerce vigilância sobre aqueles que não seguem a moral, seguindo os preceitos estabelecidos por eles mesmos, os homens. 


Moral:  podemos dizer que se trata do conjunto de valores, de normas e de noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade ou de uma cultura. 


Como vimos nos exemplos dados, a moral depende dos olhos de quem vê. O que é permitido no Brasil é proibido no Arábia Saudita, o que é certo na Somália é completamente errado no Brasil. 


Portanto a moral sozinha não quer dizer nada, não faz um país melhor, não faz com que a humanidade avance em termos de igualdade, fraternidade, amor.


Por isso que a moral deve estar sempre ligada à ética


A Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa “propriedade do caráter”.


Se toda cultura e toda sociedade estabelece-se baseada em valores definidos a partir de uma interpretação do que é o bem e o mal, o certo e o errado; cabe à ética, se dedicar ao estudo desses valores, investigando e corrigindo as ações humanas e seus princípios orientadores.


Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, mas, sempre buscando o bem e nunca prejudicando o próximo. Ser ético é buscar a igualdade de direitos e de oportunidades. 


A mulher árabe é obrigada a sair a rua com uma vestimenta que lhe cobre todo o corpo num calor de 40 graus à sombra. Segundo a MORAL, sempre ditada pelos homens, é bom lembrar, isso é natural, normal e certo, até porque, faz parte da cultura do lugar. Mas, o que diz a ÉTICA? Essa moral implantada está prejudicando alguém? Sim. Está tirando a igualdade de direitos de alguém? Sim.


Uma menina é obrigada a casar com quem o pai indique e segundo a moral e a cultura  do local isso é correto. Mas, é ético?


Não é certo dizer que a moral ou os moralistas estão sempre certos e devam ter a última palavras. Pode ser que eles estejam completamente errados, e só com o uso da ética é possível avaliar e identificar esses erros. 


Qual a razão e a lógica de ter uma moral que prejudique alguém? Que pregue a intolerância e o ódio a alguém?


Num passado mais recente outras pessoas são vítimas da moral e dos bons costumes: as pessoas não héteras, ou seja, que não fazem o que é considerado normal, um homem e uma mulher. Pessoas que gostam e se casam com pessoas do mesmo sexo quando adotam crianças como filhos, sofrem preconceitos, inclusive as crianças.


Mas, vamos pensar usando a ética. Uma criança que não tem pai, nem mãe e vive num abrigo para menores abandonados deve continuar lá até os 18 anos,  para não "envergonharem" parte da sociedade que não admitem que eles tenham dois pais ou duas mães? Será que essa criança, tão desfavorecida pela vida não merece a chance de ser amada?


Códigos de Ética


Muitas profissões tem seus códigos de ética, também conhecido como código de conduta, que é um conjunto de regras que define valores e orienta as ações dos colaboradores de uma organização.


Estabelecendo essas normas, a empresa assume perante ao mercado, suas próprias responsabilidades éticas sociais e ambientais. As regras devem ser observadas por todos os funcionários, colaboradores e prestadores de serviço da companhia.


Esse, por exemplo, é o código de ética (resumido) da Livraria Saraiva.


I) Não será tolerado nenhum tipo de discriminação em função de cor, sexo, religião, classe social, orientação sexual, origem, procedência, idade e condições físicas. 


II) O convívio no ambiente de trabalho deve ser pautado na transparência das informações, imparcialidade no tratamento e profissionalismo;


III) A preservação da saúde e integridade física de nossos colaboradores é fundamental, por isso é obrigatório o cumprimento das normas segurança.


IV) Não use o nome da Saraiva, sistemas, cargo ou influência para obter benefícios pessoais, para parentes, amigos ou terceiros.  


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AULA 09 - SOCIOLOGIA - 2.º ANO

Formação da diversidade brasileira e cidadania     

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Diversidade no Brasil


A diversidade cultural brasileira é o resultado da miscigenação de diversos grupos étnicos que participaram da formação da população do Brasil. A diversidade cultural predominante brasileira é consequência também da grande extensão territorial e das características geradas em cada região do país.


O elemento (homem) branco que participou da formação da cultura brasileira fazia parte de vários grupos, chegando ao país durante a época colonial. Além dos portugueses, vieram os espanhóis (de 1580 a 1640) durante a União Ibérica, período sob o qual Portugal ficou sob o domínio da Espanha.


Diversos grupos étnicos participaram da formação do povo brasileiro:


Durante a ocupação holandesa no nordeste (de 1630 a 1654), vieram flamengos ou holandeses, que ficaram no país, mesmo depois da retomada da área pelos portugueses.


Na colônia, chegaram ainda os franceses, ingleses e italianos.


No entanto, foi dos portugueses que recebemos a parcela maior de nossa herança cultural, onde a história da imigração portuguesa no Brasil confunde-se com nossa própria história.


Foram eles, os colonizadores, os responsáveis pela formação inicial da população brasileira, através do processo de miscigenação com índios e negros africanos, de 1500 a 1808, consequentemente por três séculos, eram os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil.


A constituição da cultura brasileira, em seus vários aspectos, é o resultado da integração de elementos das culturas: indígena, do português colonizador, do negro africano, como também dos diversos imigrantes que vieram para o nosso país. 


Portanto, de cara podemos perceber que há uma diversidade muito grande entre os brasileiros levando em conta a raça, a etnia, a cultura, a religião e por aí afora.


Entrentanto há ainda outros tipos de diversidades, como a diversidade de genêro que é simbolizado pela sigla LGBTQIA+ (L = Lésbicas, G = Gays, B = Bissexuais, T = Transgênero,
Q = Queer, I = Intersexo, A = Assexual,  + Outras identidades de genero)


O mais comum é vermos seis identidades: mulher ou homem cisgênero, mulher ou homem transgênero, gênero não-binário e agênero.


Contudo, existem subdivisões e classificações intermediárias. Quando uma pessoa cria uma conta no Facebook, por exemplo, a plataforma oferece 50 opções de identidade de gênero.


Há também a diversidade social, pessoas com poucos recursos desde a infância e pessoas que tiveram tudo o que precisavam desde sempre.


Entretantando, todos são brasileiros, pagam impostos, e tem direito a serem cidadões na plenitude de seus direitos.

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