Get in touch
555-555-5555
mymail@mailservice.com



O Que é a Liberdade De Expressão?



Liberdade de expressão é um conceito que prevê a oportunidade de uma ou mais pessoas expressarem suas ideias sem medo de coerção ou represálias.O termo se refere à livre manifestação de diferentes vozes, não importando se concordam, divergem em alguns pontos ou discordam umas das outras, a respeito de qualquer tema ou indivíduo.


Essa é uma das razões por que a liberdade de expressão é premissa para qualquer governo democrático na atualidade.


Na Constituição do Brasi em seu Artigo 19°, o texto afirma:

“Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.”


Obviamente, ter liberdade para mostrar, publicar ou difundir os pensamentos não significa que isso possa ser feito sem respeitar alguns limites.


Para viver bem em sociedade, é essencial estar atento a declarações que possam, por exemplo, ofender as preferências, origens e o estilo de vida de outros indivíduos.


Liberdade de expressão ou crime?


Um cidadão chamado Epaminondas, posta em suas redes sociais a mensagem abaixo

A maioria pode não achar o pão cascudo. A maioria pode achar o dono da padaria bastante simpático. A maioria pode achar os funcionários legais e atenciosos. Entretanto a opinião do Epaminondas deve ser respeitada, isso está sacramentado na Constitução Brasileira como Liberdade de Expressão.


UM CIDADÃO CHAMADO EUCLIDES, POSTA EM SUAS REDES SOCIAIS A SEGUINTE MENSAGEM

Não existem opiniões no texto desta postagem, ao contrário, são informações gravíssimas. Euclides não está coberto pela constituição na aba da Liberdade de Expressão. Ele será punido pela lei, caso não prove o que está dizendo. Ou seja, terá que provar em juízo que a Padaria Zecas's Pães pertence ao PCC, que é usada para tráfico de cocaína, que o pão está cheio de asas de barata e pelos de rato e que os funcionários são racistas.


REPERUCUSSÃO MA MÍDIA (INTERNET)

O post de Epaminondas terá baixíssima repercussão, enquanto a de Euclides terá milhares de compartilhamentos. Essa "informação" chegará a centenas de milhares de pessoas (dependendo do número de seguidores, pode chegar na casa dos milhões).


Do nada a frequência da padaria cai drasticamente e amanhece pixada: Abaixo a esses racistas FDP.  Até que o Zeca, dono real da padaria consiga deter essas publicações, o estrago já estará feito.


Se não provar o que escreveu em seu post Euclides será processado e condenado por injúria, calúnia e difamação. Certamente quando for condenado Euclides dirá: a censura voltou no Brasil.


Mas, para o Zeca da Padaria, só ficou o prejuízo monetário e moral que levará anos para ser recuperado e esquecido.


Entretanto, há um problema maior ainda que permeia a internet, o uso de avatares ou codinomes. Suponhamos que o post acima do Euclides, tenha sido postado através de um codinome, por exemplo: Policial Invocado ou Jornalista de Olho, ou ainda, Branca de Neve. Como o Zeca da padaria vai processá-lo e criminalizá-lo? Só tem um jeito: as plataformas digitais (google, facebook, whatsapp, twiter, telegram, etc,) devem entregar a justiça o CPF por trás do codinome, ou seja, quem é a pessoa que usa esse codinome na rede. Por se negarem a fazerem isso a justiça brasileira projeta algum tipo de regulação obrigando-as a fazerem. A tal Regulação da Internet que tanto ouvimos falar. 

Um cidadão chamado Libério posta em suas redes sociais as seguinte mensagem

Embora o texto de Libério, seja moralmente questionável, pois, coloca em dúvida a honestidade da diretora, ele ainda pode alegar que está emitindo apenas uma opinião.


Um cidadão chamado Malvino posta em suas redes sociais a seguinte mensagem.

Não há opinião no texto de Malvino, ele faz uma acusação gravissíma e poderá ser processado para que prove as acusações que fez, caso contrário será condenado.

EM TESE: LIBERDADE DE OPINIÃO NÃO PRECISA SER PROVADA. JÁ A AFIRMAÇÃO DE UIM CRIME, SIM.


Você pode achar alguém feio, achar uma comida salgada, achar um bebida amarga, um governante ruim......etc. É a sua opinião e deve ser respeitada. Entretanto, tudo tem o seu limite, inclusive na Liberdade de Expressão.
 

VOCÊ NÃO PODE FAZER UM POST ASSIM:

A RAZÃO É SIMPLES: ANTISSEMITISMO (ÓDIO AOS JUDEUS) É CRIME, APOLOGIA AO NAZISMO É CRIME, HOMOFOBIA É CRIME, RACISMO É CRIME.




VEJAMOS O POST ABAIXO:

SE É VERDADE QUE O TAL MINISTRO RESPONDE A 377 PROCESSOS NA JUSTIÇA É LIBERDADE DE EXPRESSÃO. SE FOR MENTIRA (FAKENEWS) É CRIME. OU SEJA QUALQUER POST QUE CONTÉM FAKENEWS É CRIME.


NÃO SE PODE COMETER CRIMES EM NOME DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO/OPINIÃO


Em outras palavras, ter liberdade de expressão não implica na admissão de ofensas, calúnias, invasões, danos materiais ou morais sem uma punição.


Esse contexto está evidente no Art. 5º, inciso X, que afirma serem invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Liberdade de expressão parlamentar ou liberdade de imprensa seguem os mesmos princípios: podem e devem se expressar ou noticiar a verdade o quanto quiserem, mas, se inventarem ou divulgarem mentiras estarão cometendo crime.


PORTANTO, ANTES DE DEFENDER ALGUÉM, ANALISE SE A PESSOA ESTÁ EMITINDO UMA OPINIÃO OU COMETENDO UM CRIME. O MESMO VALE PARA SI MESMO, QUANDO SE EXPRESSA OU PUBLICA ALGUMA COISA NA INTERNET.


Afinal qualquer um pode ser vítima de uma verdade inventada (mentira) e espalhada na nas mídias sociais.


VEJA O VÍDEO SOBRE FAKE NEWS AQUI




Hallyu: "A invasão coreana"


  • Nome oficial: República da Coreia.
  • Gentílico: sul-coreano.
  • Extensão territorial: 100.340 quilômetros quadrados.
  • Localização: Ásia.
  • Capital: Seul.
  • Clima: temperado.
  • Governo: república presidencialista.
  • Idioma: coreano.
  • Religiões:
  • 57% — ateísmo;
  • 28% — cristianismo;
  • 15% — budismo.
  • População: 51.305.000 habitantes.


COMPARAÇÃO:

Extensão territorial do Brasil : 8.510.295 km2

18 estados brasileiros são maiores do que a Coréia do Sul.

Extensão territorial do Estado de São Paulo: 248.219 km2


COMO UM PAÍS TÃO PEQUENO INVADIU O MUNDO COM A SUA CULTURA?


A visão de futuro de um presidente coreano 


Em 1994, o então presidente da Coreia, Kim Young-Sam, recebeu um relatório governamental mostrando que a receita do filme Jurassic Park nas bilheterias da Coreia do Sul poderia ser comparada com a venda de 1,5 milhão de carros Hyundai no exterior.


A partir disso passou a desenhar políticas de incentivo ao investimento corporativo e integração vertical na indústria cinematográfica, lentamente removendo barreiras para conteúdo estrangeiro nos cinemas.


Desde entao, o governo sul-coreano lançou as bases para promover a cultura do país como variável do desenvolvimento econômico. Colocou no orçamento público subsídios e empréstimos a juros baixos para as indústrias culturais, lançando agências para promover e expandir as exportações de K-pop (Korean-pop) e criando mais departamentos culturais nas universidades.


Hallyu: a cultura da Coreia do Sul que se tornou moeda econômica e política


Com mais de duas décadas de investimento na indústria do entretenimento e em educação, a Coreia do Sul virou uma potência socioeconômica. Por meio desse soft-power, a cultura sul-coreana tem se tornado uma moeda de negociação para o país, com influência dos costumes à política externa. Esse fenômeno é conhecido como Hallyu, expressão que define a onda cultural sul-coreana que vem se espalhando pelos quatro cantos do mundo.

O k-pop ( Korean - pop) domina as plataformas de streaming de música, com destaque para os grupos Blackpink e BTS, que se tornou o primeiro sul-coreano indicado ao Grammy, em 2021. O impacto de "Dynamite", o hit do BTS bem como sua primeira música em inglês, que ficou no topo da Billboard Hot 100, parada musical dos Estados Unidos, representa um efeito econômico de 1,7 trilhão de wones (7,5 bilhões de reais) para a Coreia do Sul.

Já os k-dramas, os dramas televisivos do país, vêm se consolidando como um estilo único de produção audiovisual. O drama “Round 6”, cujo nome oficial é “Squid Game”, por exemplo, é a obra original da plataforma de streaming Netflix mais assistida do mundo. 

Enquanto isso, o filme “Parasita” provou a qualidade das produções sul-coreanas por ser um sucesso de público e crítica ao vencer o Oscar de Melhor Filme em 2020. O primeiro e único na história do Premio Oscar não falado em inglês.

Para além do audiovisual e da indústria da música, a Coreia do Sul divulga a cultura do país e reforça sua influência em outros aspectos socioeconômicos, como culinária, turismo, estética, política e moda. Uma façanha para um país que, há apenas 20 anos, se encontrava em um contexto sociopolítico e econômico totalmente diferente.

A onda cultural sul-coreana é resultado da “hibridização cultural”, que é soma de culturas diferentes que resultam em uma nova ou uma conversão cultural, quando uma cultura inclui características de outra com quem teve contato, das características culturais sul-coreanas com as norte-americanas. Essa mistura faz com que aspectos da cultura dos Estados Unidos sejam vistos nas produções sul-coreanas, como versos em inglês em músicas de k-pop.

Com uma expansão para diversos campos da economia e da indústria de entretenimento, a Hallyu se tornou uma forma de a Coreia do Sul exercer influência sobre outros países. O fenômeno tem a característica do chamado soft power, que é quando uma política social ou país difunde a sua cultura de forma indireta para influenciar comportamentos sociais e atingir seus interesses. A Hallyu chegou com muita sutileza, aos poucos, e já alcançou fãs e seguidores por diferentes locais do mundo.


Uma revolução nascida na TV


Os k-dramas foram os primeiros produtos culturais sul-coreanos a se espalharem pelo mundo, começando pela Ásia, principalmente Japão e China. Com inspiração em dramas asiáticos, a produção tem uma linguagem audiovisual única. Os k-dramas são k-dramas e ponto final. Não é série, não é novela, não é um seriado. É um formato muito particular mas que não se encaixa em nada que já existe. Pode se aproximar mais em um formato de uma minissérie brasileira, dessas de 12 episódios, como as que a TV Globo faz ou fez.


No início dos anos 2000, os k-dramas começaram a fazer muito sucesso. Em 2002, com o incentivo do governo em produções culturais, o drama “Winter sonata” se popularizou em toda a Ásia, principalmente no Japão, com atores são tratados como grandes astros, tanto por jovens, quanto pelos mais velhos.


Na Ásia, o acesso a produções sul-coreanas era facilitado pelo governo. Já era de interesse da Coreia atingir esses países do leste asiático. Então, os k-dramas passaram na TV, aberta ou fechada, sempre com legenda. A resistência das produções na Ásia foi bem menor em comparação com o ocidente.

No ocidente, os k-dramas começaram a se popularizar após o sucesso dos grupos de k-pop. A pirataria on-line contribuiu para que essas produções para TV chegassem e se espalhassem a partir de fãs da cultura asiática.


Com a recente popularização das plataformas de streaming, os dramas alcançaram um novo público. As dublagens ajudaram muito os k-dramas a se aproximarem de pessoas do dia a dia. Não só k-popper ou fãs da cultura sul-coreana, mas aquelas pessoas que estão na Netflix e ficam interessadas em acompanhar.


Netflix anunciou em janeiro de 2023, a produção de 34 filmes e séries sul-coreanas para integrar o catálogo do serviço. Fenômeno em ascensão, os doramas — como são conhecidas as novelas da Coreia do Sul — conquistaram o público brasileiro, e os assinantes da gigante do streaming não foram exceção. 


Além disso, de acordo o levantamento realizado pela própria Netflix, 60% dos usuários do streaming escolheram assistir conteúdo coreano no ano passado, enquanto que na América Latina a exibição deste tipo de conteúdo dobrou desde 2017. Já no Brasil, vários doramas conquistaram o Top 10 da plataforma, com destaque para Uma Advogada Extraordinária, All of Us Are Dead, La Casa de Papel: Coreia, O Mar da Tranquilidade, Pretendente Surpresa, Alquimia das Almas, A Lição, Tudo Bem Não Ser Normal, Pousando No Amor, entre outras. 

Ponte cultural após as guerras


Na Ásia, a Hallyu ajudou na comunicação entre os países asiáticos, que ainda vivem em tensão política devido às guerras. A ascensão dos k-dramas na Ásia foi um começo para que a Coreia começasse a se abrir para outros países. Não só culturalmente, mas para conversas políticas.

Essa abertura se expandiu para outras áreas do entretenimento como uma tática de aproximar os consumidores de outras nacionalidades para a cultura sul-coreana e também facilitar a comunicação entre os países. Um tipo de embaixadores culturais para mediações que vão muito além do campo do entretenimento. 


Modelo de treinamento para artistas


Com o crescimento da influência sociopolítica dos profissionais de entretenimento, a Coreia do Sul sentiu a necessidade de moldar a imagem dos artistas, que são conhecidos como ‘idols’. O termo, inspirado em um modelo japonês, ganhou um significado diferente de ídolo ou mesmo astros, como popularmente conhecemos no Brasil.

Isso porque ser um idol muitas vezes está mais relacionado ao carisma e ao prestígio entre os fãs que ao próprio talento artístico. Inspirado na cultura ‘idol’ japonesa, as empresas de entretenimento sul-coreana criaram o “sistema de treinamento”, onde é trabalhado vários aspectos. Da interpretação ao canto, da moda ao marketing, do palco aos cinemas. Um treinamento completo

Casa de grandes artistas


A empresa SM Entertainment, fundada em 1995, foi uma das pioneiras nesse sistema de treinamento e ajudou a solidificar a prática na indústria. A corporação é casa de grandes grupos e solistas de k-pop, como a BoA, S.E.S, H.O.T, Shinee, Girls Generation, EXO, Red Velvet, NCT e Aespa.

Mas esse modelo de sucesso comercial traz consequências. Artistas já falaram abertamente sobre saúde mental, luta contra a depressão e ansiedade, como ocorreu com a cantora TaeYeon, solista e líder do Girls Generation

Essa padronização dos artistas teve um outro impacto, que foi a dificuldade de identificação com o público. Mas, segundo Felipe, há uma mudança ocorrendo. A Giselle, integrante do grupo Aespa, vem mostrando sua personalidade em programas de variedade e publicações on-line. VEJA AQUI

Culinária, turismo e moda como tendência 


Outros aspectos culturais sul-coreanos mostrados nas produções audiovisuais também passaram a atrair a atenção de fãs ocidentais. É o caso da culinária e da moda, além do turismo. E o reflexo tem sido visto no aumento da abertura de restaurantes sul-coreanos no Brasil e na compra de viagens para a Coreia do Sul.


Outra influência da Hallyu é na indústria da moda. Como os idols trabalham com a imagem, o estilo e a estética são extremamente relevantes para a Coreia do Sul e o mundo. Assim, se tornam uma ferramenta de trabalho.

O k-pop é formado para impactar visualmente, seja a maquiagem, a roupa e as unhas. Então, quando um jovem vê, tend a querer copiar o estilo. Por isso, muitos artistas sul-coreanos têm contratos com grandes marcas de roupas de cosméticos, como a Jennie, do Blackpink, que é embaixadora global da grife Chanel.

Além de idols, estilistas sul-coreanos têm deixado marca no mundo da moda, como Lee So Hye, que veste artistas como Ariana Grande e até a diva pop brasileira Anitta, que usou um de suas roupas durante um evento no exterior.


A cultura pop sul-coreana inclui uma vasta gama de “produtos”, começando com dramas de televisão, videogames e música pop, filmes, livros e até esportes. Esse tipo de “soft power” consiste em fazer com que outros queiram o que você deseja, isto é, tornar atrativo e desejável os próprios objetivos da Coreia.


O fortalecimento da indústria nacional através do elevado investimento em cultura, envolveu a velha parceria entre mercado e governo, isto é, Estado e as grandes empresas nacionais.


O Ministério da Fazenda reservou 696,1 bilhões de wones (US$ 584,8 milhões) no orçamento de 2021 para promover o soft power do país através da cultura.

 '

Na verdade, a expansão cultural na Coreia é uma forma de internacionalizar e fazer propaganda das grandes marcas coreanas. O governo coreano trata sua indústria de K-pop da mesma forma que o governo americano trata sua indústria automobilística e bancária.


ASSITA O VÍDEO AQUI 




O QUE É A LEI ROUANET?


Vimos anteriormente como a Coréia do Sul investiu e investe na cultura de seu povo e o ganho incomensurável que teve com essa desição. Vejamos o que acontece no Brasil:


O maior financiamento da cultura brasileira, se dá através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (N.º 8.313/1991) amplamente conhecida como Lei Rouanet(ela levou o nome do secretário de Cultura à época, Sérgio Paulo Rouanet).


A lei, basicamente, oficializa o mecenato, algo que acontece há séculos nas artes, permitindo que pessoas físicas e jurídicas destinem parte dos recursos que iriam para o pagamento do Imposto de Renda ao financiamento de obras artísticas.


No caso das pessoas físicas, há um limite de 6% sobre o Imposto de Renda. Já no caso das empresas, o limite é de 4%.


É do interesse dessas empresas e indivíduos que se originam boa parte dos fundos para financiar as artes e a cultura em geral em nosso país. Ou seja, por mais que o projeto tenha que passar pelo crivo do Ministério da Cidadania (Governo Bolsonaro) ou agora e antigamente pelo Ministério da Cultura, quem decide investir nele é a empresa ou o cidadão.


Para entender melhor:


Antes da Lei Rouanet


Suponhamos que qualquer governo antes da Lei Rounet investisse 2 bilhões de reais na cultura por ano. Como e para quem eram destinados essa verba?


Resposta: Para os "amigos do governo", para quem apoiasse o governo, para quem fosse fazer obras ou filmes que interessassem ao governo.


Portanto eram os governantes de plantão que alocavam essa verba do jeito que queriam.


Depois da Lei Rouanet


O governo/governante não entrega a verba diretamente na mão do produtor/artista.


O governo autoriza o produtor/artista a captar a verba pretendida junto aos empresários e pessoas físicas.


A coisa funciona assim:


Um empresa vai pagar 100 mil reais de imposto, ele pode pegar 4 % desse valor (R$ 4.000,00 mil reais) e destinar a cultura através da Lei Rouanet indicando o projeto que ele deseje.


Já uma pessoa física vai pagar 10 mil reais de imposto de renda, ela pode destinar 6% desse valor (R$ 600,00) a um projeto da Lei Rouanet.


PORTANTO, QUEM DECIDE PARA ONDE VAI A VERBA DA CULTURA NÃO É O GOVERNO DE PLANTÃO COMO MUITA GENTE QUER FAZER CRER E SIM OS CONTRIBUINTES, SEJAM PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, QUE ESCOLHEM QUAL PROJETO APOIAR.

EXEMPLO 1: um produtor chamado Joaquim Ferreira quer fazer um filme sobre a vereadora Marielle de Castro assassinada no Rio de Janeiro; para isso, terá que elaborar um extenso projeto que irá passar por diversas avaliações (proposta, parecer e aprovação) até ser liberado para captação. Após isso, Joaquim Ferreira irá atrás de conseguir patrocínio/parcerias com empresas e pessoas físicas.


Joaquim Ferreira, decide então tentar captar esse recurso ou parte dele, junto a HAVAN. Luciano Hang ( o Véio da Havan) vai mandar o Joaquim Ferreira plantar batatas para dizer o mínimo.


EXEMPLO 2 : um produtor chamado Manoel de Oliveira quer fazer um filme sobre a Michelle Bolsonaro, para isso, terá que elaborar um extenso projeto que irá passar por diversas avaliações (proposta, parecer e aprovação) até ser liberado para captação. Após isso, Manoel de Oliveira irá atrás de parcerias com empresas e pessoas físicas.


Manoel de Oliveira, decide então tentar captar esse recurso ou parte dele, junto a HAVAN. O Véio da Havan recebe Manoel com satisfação e lhe dá tudo o que ele quer.

Novamente: quem escolhe para onde vai o dinheiro da cultura são os empresários ou pessoas físicas através das escolha dos projetos que desejam apoiar; contemplando assim o objetivo da Lei: não haver direcionamento político na distribuição de verbas.


O que um empresário ganha com isso? Ele vai ter que pagar o imposto de qualquer jeito, quando cede 04 % do valor para algum projeto da Lei Rouanet, por exemplo um filme, ele  ganha em propaganda e marketing,  pois, nos cartazes, exibições, entrevistas, etc., o nome da sua marca estará exposto como o patrocinador ou um dos patrocinadores desse filme.


AS MANIPULAÇÕES DA LEI ROUANET


Como vimos anteriormente, para captar recursos no mercado o pretendente deve elaborar um extenso projeto com centenas de deveres e obrigações. Se tudo estiver nos conformes da lei, o projeto é liberado para captação. Repetindo, o projeto deve estar estritamente dentro dos preceitos da lei, a partir daí o projeto não tem cara, nem coração. Ou seja, viável ou enviável, quem vai decidir são as empresas ou os cidadão que recolhem impostos. Dito isso, vem a manipulação mais usada:


EXEMPLO l : Um produtor recorre a Lei Rouanet para realizar um filme com o Toni Ramos e a Glória Pires. Depois de longo processo o governo através da Lei Rouanet autoriza o produtor a captar 15 milhões de reais junto aos empresários.


Manchete enganosa: Toni Ramos e Glória Pires conseguem 15 milhões da Lei Rouanet.


Errado, ambos são contratatos para fazer o filme. Eles são apenas uma parte do orçamento do projeto. Locação, direitos autorais, roteiro, diretor, atores e atrizes coadjuvantes, continuistas, maquiadores, cabeleireiros, maquinistas, câmeras, seguranças, contra-regras, editores, figurino e figurinistas, figurantes, alimentação, translados, divulgação, distribuição, etc. etc, estão computados nos tais 15 milhões de reais.

EXEMPLO ll : Chico Buarque de Holanda, compositor, cantor e escritor, escreveu 04 peças, entre 1967 e 1978: Calabar, Ópera do Malandro, Gota D'água e Roda Viva.


Se um produtor quiser reencenar uma dessas peças e pedir o auxílio da Lei Rouanet não é o Chico Buarque que está pedindo, ele é apenas o autor da peça.


EXEMPLO III - Quando um produtor resolve fazer uma peça calcada nas mulheres retratadas na músicas de Chico Buarque e pedir auxilio a Lei Rouanet, não é o Chico que está usando a lei, ele á apenas o autor das músicas.


MANCHETE ENGANOSA NOS DOIS CASOS: CHICO BUARQUE SE REFASTELOU NA LEI ROUANET


EXEMPLO IV - Quando um produtor resolve fazer uma série de shows com sertanejos emergentes e pede auxílio a Lei Rouanet, não são os sertanejos emergentes que estão usando a lei, eles são apenas artistas contratados.


PORQUE A LEI ROUANET EXISTE?


Essa lei, assim como todas as leis de incentivo, existem para suprir uma falha de mercado.


Em nossa sociedade, projetos culturais não são valorizados como deveriam. As atividades culturais são vistas como supérfluas, infelizmemente. Basta analisar seu orçamento pessoal: Quando você percebe que precisa “apertar o cinto”, qual a primeira coisa cortada dos seus gastos? O cinema, o teatro, o livro etc. Assim, muitas empresas acreditam que não é atrativo destinar seus próprios recursos para investir na cultura, pois não haveria um retorno significativo.


Nesse caso, ficaria a cargo do governo suprir a necessidade de capital dos trabalhos culturais por meio da renúncia de impostos. Com isso, as empresas ganham a vantagem de abraçar causas e valores, fazendo ações de marketing sem impacto no seu fluxo de caixa, pois utilizarão um valor já previsto para o Imposto de Renda.


Já para os trabalhadores do setor cultural, a Lei Rouanet traz o recurso necessário que talvez não viesse. Mais do que isso, ela amplia o alcance econômico do recurso investido.

Um estudo da FGV mostrou que para cada R$ 1 investido em projetos na Lei Rouanet, é movimentado R$ 1,59 em toda cadeia produtiva ligada aos setores culturais.

Infelizmente para o país, a LEI ROUANET é constantemente usada para a fabricação de fakenews. Confira abaixo:


ZECA PAGODINHO RECEBEU MAIS DE R$ 2 MILHÕES DE REAIS DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


PABLO VITTAR VAI GANHAR R$ 5 MILHÕES DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


DANIELA MERCURY CAPTOU QUASE R$ 14 MILHÕES DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


LULA EXCLUI PROJETOS RELIGIOSOS DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


GIOVANNA EWBANK TERÁ QUE DEVOLVER R$ 3 MILHÕES DE REAIS DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


FÁBIO PORCHAT RECEBEU R$ 5 MILHÕES DA LEI ROUANET POR DOIS FILMES SEM PRESTAR CONTAS

Veja se é verdade aqui


OAB TENTOU LIBERAR R$ 1,2 BILHÃO DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


MARIA FLOR ABOCANHOU R$ 10 MILHÕES COM PROJETOS DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


FAMOSOS USARAM A LEI ROUANET PARA TORRAR R$ 15 MILHÕES DO ORÇAMENTO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO

Veja se é verdade aqui


PRETA GIL USOU R$ 2,2 MILHÕES DA LEI ROUANET PARA PAGAR SEU CASAMENTO

Veja se é verdade aqui


ROBERTO CARLOS RECEBEU R$150 MILHÕES DA LEI ROUANET PARA FAZER SHOWS

Veja se é verdade aqui


LISTA ASSOCIA FALTA DE DINHEIRO EM HOSPITAIS À LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui


QUATRO ATRIZES DEFENDEM A LEI ROUANET EM MANIFESTAÇÃO

Veja se é verdade aqui


LUDMILA RECEBERÁ 5 R$ MILHÕES DA LEI ROUANET

Veja se é verdade aqui




CENSURA, O QUE É?



A censura é uma ação de desaprovação e cerceamento de algum conteúdo de determinada mensagem (artística ou jornalística, por exemplo) em que há uma possível retirada de circulação pública desse conteúdo, geralmente atrelada à justificativa de proteção de interesses de um grupo ou indivíduo.


O poder (na maioria das vezes, o político) é o responsável por ditar a censura. Os episódios de censura ocorreram em diferentes momentos da história e com diferentes grupos ideológicos no poder, geralmente grupos autoritários ou inquisitivos.


CENSURA NO BRASIL


  • Censura no período colonial no Brasil: a Coroa Portuguesa possuía uma lista de obras que não podiam circular em seus territórios, incluindo suas colônias. Eram obras de teor iluminista que criticavam a Igreja Católica ou o Absolutismo;


  • Era Vargas: apesar do período do governo de Getúlio Vargas ser marcado pelo avanço em pautas sociais (como a criação da CLT), em algumas épocas de seu governo, existem relatos de que sua administração censurava livros, apreendia-os e aprisionava escritores. Não à toa, em meados de 1940, foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que era encarregado do aparato de censura e da propaganda oficial do governo;

 

  • Ditadura Militar brasileira: após a promulgação do AI-5, toda e qualquer forma de comunicação deveria ter seu conteúdo previamente aprovado e sujeito à inspeção por agentes da administração. Obviamente, muitos materiais foram censurados. Algumas publicações impressas simplesmente deixavam trechos inteiros em branco ou, em casos relatados, com receitas culinárias, por exemplo.



CENSURA À IMPRENSA NA DITADURA MILITAR NO BRASIL


Veja a montagem abaixo, primeiro a matéria original, logo após, como saiu no jornal após vetos da censura. 

Devido a censura na imprensa, eram reproduzidos poemas de Luiz de Camões no lugar das matérias censuradas.



Primeiro. antes de mais nada. é preciso salientar que censura durante o governo militar no Brasil não era apenas um substantivo feminino, a censura era um Órgão de Estado, como podemos ver a seguir:


O período da ditadura militar no Brasil durou 21 anos. Teve início no golpe civil militar (hoje se fala “golpe civil militar”) para que todos se lembrem que muitos civis apoiaram e sustentaram o golpe e a ditadura que se sucedeu.


Em 1º de abril de 1964, o presidente João Goulart foi deposto e, dias depois, o Marechal Humberto Castelo Branco tomou a presidência da República. O término da ditadura é considerado o fim do mandato do presidente General João Batista Figueiredo, em 15 de março de 1985.


Mas esse período não foi um bloco monolítico, 21 anos ininterruptos de torturas, perseguições, censura e prisões arbitrárias. Foi, sem dúvida, uma fase muito cruel da história do Brasil, mas é importante saber que houve fases mais ou menos duras, alternâncias e lutas internas.


E durante todo esse período, houve resistência política: passeatas, pressões do poder legislativo, manifestações na imprensa, resistência armada, guerrilhas, canções de protesto, filmes e até telenovelas que faziam a crítica política nas entrelinhas.


Mesmo entre os que participavam do governo, havia quem defendesse maiores ou menores liberdades. Portanto, foi um período muito complexo, em que houve uma tensão permanente. 


Para falarmos de censura na ditadura militar, é importante considerar pelo menos três fases distintas do período:


- A fase de resistência mais explícita, entre abril de 1964 e dezembro de 1968, quando se acreditava que a ditadura seria transitória.


- A fase chamada de “anos de chumbo”, após o decreto do Ato Institucional nº 5 (o famigerado AI-5) que vai do finalzinho de 1968 a 1974.


- E a fase final, chamada de “distensão”, que coincide com os governos dos generais Geisel e Figueiredo, portanto, de 1974 a 1985



CENSURA PRÉVIA



O Decreto-Lei nº 1.077, de 21 de janeiro de 1970 instituiu a censura prévia, exercida de dois modos: ou uma equipe de censores instalava-se permanentemente na redação dos jornais e das revistas, para decidir o que poderia ou não ser publicado, ou os veículos eram obrigados a enviar antecipadamente o que pretendiam publicar para a Divisão de Censura do Departamento de Polícia Federal, em Brasília.


O controle sobre a imprensa já havia sido regulamentado pela Lei nº 5.250, de 9 de fevereiro de 1967, a Lei de Imprensa, que obviamente restringia a liberdade de expressão.


No entanto, a situação se tornou mais crítica com a edição do AI-5, bem como com a do Decreto-Lei nº 898, denominado Lei de Segurança Nacional (LSN), de 29 de setembro de 1969, complementada no ano seguinte pelo Decreto-Lei nº 1.077.


Mas a censura também era exercida informalmente, por meio de telefonemas e comunicados por escrito ("bilhetinhos") proibindo a publicação de determinados assuntos. O governo também se utilizava da pressão econômica, retirando a publicidade das empresas estatais dos órgãos de imprensa que o contrariavam.


Problemas sociais e econômicos também tinham restrita sua divulgação, de modo a evitar supostos estragos à imagem do país. Um exemplo bastante significativo foi a censura ao noticiário referente à epidemia de meningite que ocorreu no Brasil em 1974.


Dessa maneira, nesse período de vigilância, medidas de segurança estipuladas pelo governo foram firmadas, como a proibição de se frequentar certos ambientes, a ‘liberdade vigiada", dentre outros direitos políticos restringidos. Assim, o Brasil, em regime ditatorial, tornou-se um país no qual nem tudo podia ser dito.


CENSURA AO RÁDIO


À primeira vista, pode-se pensar que o rádio saiu de cena a partir dos anos 1960, perdendo espaço e dinheiro de publicidade para a televisão. Mas, na realidade, não foi bem assim. Até fins dos anos 1970, o rádio ainda era um meio dominante em muitas localidades do Brasil distantes das grandes cidades. Durante o regime militar, foi veículo de programas diversificados, como radionovelas, jornais falados, programas musicais e de variedades. O governo militar também se utilizou do meio para veicular programas oficiais e propagandas.


O “radinho de pilha” era um companheiro inseparável dos trabalhadores mais pobres, não só no local de trabalho, mas também no caminho de volta para casa, nas primeiras horas da manhã, ou na solidão dos dormitórios. Para a classe média, a rádio FM e o aparelho de rádio no automóvel mantiveram a audiência do veículo, apesar do consumo crescente de televisões. O rádio, muitas vezes esquecido nos panoramas da época, ainda era parte fundamental do cotidiano da população brasileira. Nos anos 1960, o rádio ainda era o principal veículo de comunicação de massa no Brasil e era por meio dele que as pessoas se informavam e se divertiam.


Logo após o golpe, as lendárias rádios Nacional e Mayrink Veiga sofreram com a intervenção do regime. Diversas pessoas foram demitidas e concessões foram cassadas. Sabendo da importância do meio, o regime criou o Projeto Minerva, de educação a distância através do rádio, além de continuar fazendo uso do programa Hora do Brasil (lançado por outra ditadura brasileira, a de Getúlio Vargas), para exaltar os feitos governamentais (depois, o nome muda para Voz do Brasil).




CENSURA NA TELEVISÃO



Por ter se tornado o veículo de comunicação de maior audiência durante as décadas de 1960 e 1970, a televisão sofreu censura, principalmente nas novelas, os programas com mais popularidade. Desde "Beto Rockfeller" (TV Tupi, 1968 - 1969), cujo personagem principal não se pautava pelo figurino moral da época, as novelas chamaram a atenção da ditadura.


Os capítulos tinham cenas cortadas e trechos alterados, e eram praticamente reescritos pelos censores, o que resultava, muitas vezes, na adulteração do sentido original que o autor tinha pretendido lhes dar. Foram vítimas da censura os principais autores de telenovela de então: Dias Gomes, Janete Clair, Ivani Ribeiro, Bráulio Pedroso, Jorge de Andrade, Lauro César Muniz, entre outros.


As proibições e alterações tinham frequentemente caráter subjetivo e arbitrário. Um exemplo é a orientação passada à produção da novela "Escrava Isaura", exigindo que fossem amenizados o enfoque sobre o comportamento inescrupuloso de um personagem, Leôncio, e as cenas que retratavam os maus-tratos dados pelos feitores aos escravos.

Além da intervenção para alterar o conteúdo dos programas, a censura também podia utilizar métodos mais radicais. A exibição de uma novela podia ser simplesmente proibida, como aconteceu com a primeira versão de "Roque Santeiro", de Dias Gomes, que a rede Globo pretendia levar ao ar. Também foi vetada a sinopse de "Pedreira das Almas", de Jorge Andrade, uma adaptação para a TV de sua peça teatral homônima.

A desobediência às regras do governo podia resultar em outras consequências, como o afastamento ou a demissão de funcionários, o que aconteceu, por exemplo, com um superintendente de produção e programação da TV Tupi, por ter mostrado no ar, durante um capítulo de "O Profeta", a figura de dom Paulo Evaristo Arns, o cardeal de São Paulo, que militava ativamente na luta pelo respeito aos direitos humanos.


CENSURA AO CINEMA


No início da ditadura militar, os princípios de censura eram de ordem moralista, apegando-se a situações de adultério e palavrões, mas aos poucos isso foi mudando, acrescentando motivos políticos aos princípios mais conservadores.


A censura tornou-se um dos grandes pilares de sustentação do regime militar, estendendo-se do cinema e teatro para toda a produção cultural do país, inclusive órgãos de informação, como imprensa e televisão. Acompanhando o acirramento da repressão, a censura torna-se paranoica, passando a enxergar em tudo o que é diálogo uma propaganda subliminar do comunismo. 


Centenas filmes foram censurados ou tiveram trechos cortados para receberem a autorização para serem exibidos.



CENSURA À MÚSICA



Dentre as diversas categorias de produção artística; como o cinema, o teatro, o rádio e a televisão; podemos dar destaque à Música Popular Brasileira (MPB) como maior alvo dos cortes da censura.


Vários cantores utilizaram desse gênero musical – característico da identidade do país, devido à sua constituição miscigenada com origens indígenas, negras e europeias para apresentar ideais de inconformismo, de oposição.


Dessa forma, grandes nomes da música como Milton Nascimento, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, dentre vários outros, engajaram-se veementemente nessa causa e acabaram vetados, repreendidos e em alguns casos exilados.


Entretanto, apesar do comprometimento desses músicos com a denúncia da opressão do governo, não eram todas as suas composições que continham tema político, mas, ainda assim, eram censuradas, ou seja, os avaliadores muitas vezes atribuíam sentidos às canções, que não correspondiam aos pensados pelos autores. 


Muitos protestos, principalmente na Música Popular Brasileira, foram silenciados e abafados pela censura prévia, através da qual, canções só chegavam aos ouvidos dos brasileiros depois de avaliações. Essas interpretações, feitas pelos avaliadores, em grande parte, não procediam à intenção dada pelo autor da música, o que resultou em divergências não só entre censores e compositores, como também, entre os próprios censores entre si.


A REDEMOCRATIZAÇÃO



A vigilância dos meios de comunicação permaneceu até o restabelecimento do regime democrático, sob a presidência de José Sarney (PMDB), e a entrada em vigência da Constituição de 1988, que em seu artigo quinto estipula a liberdade de manifestação do pensamento.

Nos dias de hoje não há censura prévia, muito menos censura formal. Entretanto muitas pessoas reclamam que estão sendo censuradas pela justiça brasileira, mas, é preciso deixar bem claro que liberdade de se expressar não pode ser confundida com o cometimento de crimes. Racismo, transfobia, homofobia, antissemitismo, disseminação de Fake-News, etc., é crime e todo o crime deve ser punido de alguma maneira.


Para finalizar vejam como os comediantes eram tratados pela censura do governo militar brasileiro e façam uma comparação do que acontece hoje.


Para quem não conhece Chico Anísio, ele já fazia Stand Up há 50 anos atrás, veja um trecho:


Ele ainda pode ser visto na Escolinha do Professor Raimundo, no Canal Viva - Globosat

Se vivessemos hoje, no mesmo regime de censura aplicada na Ditadura Militar Brasileira algumas coisas não existiriam:


O FUNK - Todas as músicas seriam censuradas


A MÚSICA SERTANEJA - seriam censuradas as músicas que relatassem traição, consumo de bebida alcólica, etc.


E-GAMES - seriam censurados todo e qualquer jogo que usasse a violência ou o assassinato em série.


Muitas outras coisas também não existiriam hoje.


E qualquer um que falasse mal do governo teria o destino que teve Vladimir Herzog.  Ele era diretor do telejornal "Hora da Notícia", veiculado pela TV Cultura de São Paulo.


Segundo foi reconhecido depois, Vlado foi morto sob tortura pelos militares após ser detido nas dependências do Destacamento de Operação de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOPS/SP) . Ele deixou viúva a esposa Clarice, com os dois filhos do casal, Ivo, na época com 9 anos, e André, com 7.

Na música "O bêbado e o equilibrista"  de João Bosco e Aldir Blanc, Clarice, viúva de Herzog, assim como Maria, filha do operário Manuel Fiel Filho, também morto no Doi-Codi /SP, foram homenageadas na letra. Essa música também foi censurada na Ditadura e depois, tornou-se um ícone da Anistia, que possibilitou o retorno de brasileiros que tinham se exilado do Brasil, entre eles o irmão do Henfil, famoso cartunista brasileiro à época.

FAÇA A ATIVIDADE REF. A ESTA AULA NESTE LINK





"O NOVO BRICS"     Voltar



O BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou no dia 24/08/2023 um processo de expansão do bloco.


Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia foram "convidados" a entrar no grupo como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024.

 

O termo "convite", segundo diplomatas, é uma formalidade técnica, uma vez que os países anunciados já haviam demonstrado interesse em entrar no bloco.


Ainda não há definição se o nome do bloco, formado pelas iniciais dos atuais cinco membros, irá mudar com a sua expansão.


Analistas avaliam que a iniciativa tem como objetivo diminuir o isolamento da Rússia e da China  em relação aos Estados Unidos e à Europa Ocidental.


As relações dos dois países com norte-americanos e europeus ocidentais estão desgastadas por eventos como a guerra na Ucrânia e acusações de espionagem supostamente praticada pelos chineses, que Pequim nega.


O Brasil, por outro lado, insistia oficialmente para que, em vez de uma expansão acelerada do grupo, que o Brics adotasse critérios a partir dos quais fosse feita a avaliação dos pedidos de adesão.


A posição, no entanto, foi mudando ao longo dos últimos dias. Nesta semana, antes do anúncio oficial, membros do governo falavam que um grupo entre três e seis países poderia ser incluído no Brics.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a defender, publicamente, a entrada de alguns dos países que acabaram de entrar para o bloco — entre eles, a Argentina e Emirados Árabes Unidos.



Idas e vindas


O processo de expansão e escolha dos futuros novos membros dos Brics envolveu meses de negociação. Em princípio, Brasil e Índia não eram favoráveis ao aumento do grupo, que era liderado, principalmente, pela China e pela Rússia.


Diante da pressão pela expansão, diplomatas e membros do governo brasileiro passaram a negociar com os demais países do bloco os termos nos quais essa adesão aconteceria.


Os negociadores brasileiros passaram a tentar incluir na declaração final da cúpula uma menção à pretensão do país de reformular o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e virar um de seus membros permanentes (ainda que sem poder de veto), uma pauta histórica da diplomacia brasileira.


O tema, no entanto, é particularmente sensível para os chineses, que são membros permanentes e não vinham demonstrando apoio à tentativa do Brasil de integrar o grupo hoje composto por chineses, Estados Unidos, Rússia, França e Reino Unido.


Ao final, diplomatas brasileiros comemoraram a inclusão de uma menção à pretensão brasileira de ingressar no Conselho de Segurança da ONU na declaração final da cúpula.

O texto, no entanto, não cita explicitamente a inclusão do Brasil como membro permanente.  Diplomatas brasileiros ouvidos em caráter reservado afirmam que apesar de a menção ser aparentemente vaga, a inclusão da pretensão brasileira de integrar o conselho é vista como uma vitória diante da histórica resistência da China em relação ao assunto.


A seguir, confira os perfis dos seis países anunciados:


Parágrafo Novo


O Egito é um país de maioria muçulmana localizado no norte da África. Sua população está estimada em 110 milhões de habitantes.


De acordo com o Banco Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país era de US$ 3,6 mil em 2021, ano do dado mais recente.


A título de comparação, a renda per capita brasileira é de US$ 8,92 mil (R$ 44,5 mil).

De acordo com o Banco Mundial, a economia egípcia cresceu 5,8% em 2022.


O país é comandado desde 2013 pelo coronel do Exército Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, que assumiu o poder após uma os militares tomarem o controle do país após uma série de manifestações ocorridas em países islâmicos que ficou conhecida como “Primavera Árabe”.


O país é alvo de críticas de entidades que defendem os direitos humanos, como a Anistia Internacional.


Em seu relatório mais recente, a entidade acusa o governo egípcio de desrespeitar os direitos de oposicionistas, promovendo prisões arbitrárias e julgamentos sumários que incluem a pena de morte.


De acordo com a organização não-governamental Freedom House, que avalia o nível de liberdade de dezenas de países em todo o mundo, o Egito é considerado um país “não-livre”. Em uma escala que vai de 0 a 100, o país atinge 18 pontos.


Nessa escala, 0 é indica o menor nível de liberdade e 100 o maior.


A chegada do Egito como membro efetivo dos Brics acontece dois anos após o país ter sido aceito como integrante do “Banco do Brics”.


Parágrafo Novo

Príncipe saudita Mohammed bin Salman está no centro de uma série de controvérsias

Arábia Saudita era apontada como um dos países com mais chances de ingressar no Brics.


O país tem 35 milhões de habitantes e uma renda per capita de US$ 23 mil (R$ 115 mil) por ano, segundo o Banco Mundial. A título de comparação, a renda per capita brasileira é de US$ 8,92 mil (R$ 44,5 mil).


Dados oficiais apontam que a economia do país foi uma das que mais cresceu no mundo em 2022, com uma taxa de 7,3%.


Ainda segundo o Banco Mundial, o crescimento foi fortemente ancorado nas receitas do petróleo, que tiveram alta ao longo do ano passado.


A expectativa para este ano, no entanto, é de que o crescimento desacelere, também refletindo a queda nos preços do petróleo.


O país tem o endosso da China e o fato de ser um dos países mais ricos em reservas de petróleo no mundo. O Brasil, oficialmente, não vetou a entrada de nenhum dos novos integrantes.


De acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Arábia Saudita tem reservas estimadas em 267 bilhões de barris de petróleo, atrás apenas da Venezuela, com 303 bilhões.


A Arábia Saudita é um dos principais parceiros dos Estados Unidos no Oriente Médio.

Nesse contexto, uma aproximação do bloco com um parceiro americano estratégico poderia ser vista como um contraponto à hegemonia de Washington na região.

O país é comandado pela família Saud há décadas.


Nos últimos anos, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman vem sendo apontado como o real líder do país.Ele vem sendo criticado internacionalmente por alegadas violações de direitos humanos e é apontado como um dos responsáveis pelo assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em 2018.


Ainda no campo dos direitos humanos, o país é alvo de críticas de entidades como a organização não-governamental Anistia Internacional.Em 2022, a entidade acusou o país de promover julgamentos sumários de oposicionistas e de desrespeitar direitos fundamentais de mulheres. Segundo o relatório, na Arábia Saudita, as mulheres precisam de uma autorização expressa de um homem para se casarem.


Em agosto deste ano, guardas de fronteira sauditas foram acusados de assassinato em massa de migrantes ao longo da fronteira com o Iêmen, segundo um relatório divulgado pela Human Rights Watch. O governo saudita afirmou que leva as acusações a sério, mas rejeitou a descrição da ONU de que os assassinatos foram sistemáticos ou de grande proporção.


De acordo com a Freedom House, o país é considerado um país “não-livre”, com uma pontuação de 8 em uma escala que vai de 0 a 100.


Parágrafo Novo

Vista de Dubai com o famoso edifício Burj Khalifa ao centro


O país tem uma população estimada de 9,35 milhões de habitantes e fica no Oriente Médio. A renda per capita é de US$ 44,3 mil (R$ 220,7 mil) por ano e era apontado como um dos favoritos a ingressar no grupo.


O presidente do país, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, é um dos mais de 40 líderes de fora do Brics que foi convidado a participar do encontro com chefes do bloco e que confirmou sua ida a Joanesburgo. Assim como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos têm sua economia fortemente baseada nas receitas petrolíferas.


A aproximação do país com o Brics começou há alguns anos.Em 2021, por exemplo, o país foi aceito como novo membro do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na senha em inglês), instituição criada pelo Brics em 2014 e que financia projetos nos países do bloco.


Além dos cinco fundadores do bloco, o banco agora conta com a adesão dos Emirados Árabes, Bangladesh e Egito. O Uruguai também já pediu para fazer parte do banco.

Negociadores ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que o país contava com o apoio da China. Segundo eles, o fato de o país já ser um membro do "banco do Brics" era um ponto favorável à candidatura do país.


Segundo a Freedom House, o país árabe também é considerado “não-livre”, atingindo 18 pontos de 100 possíveis.



Parágrafo Novo

Lula e Alberto Fernández, líder argentino, são bastante próximos


A Argentina é o único país da América Latina a ser admitido nessa rodada de novas adesões. O país tinha o apoio explícito do presidente Lula.


A Argentina tem uma população estimada de 45 milhões de habitantes. O PIB per capita do país, segundo o Banco Mundial, é de US$ 10,6 mil.


De acordo com a Freedom House, a Argentina é considerado um país “livre”. Com 85 pontos, o país tem a terceira maior pontuação na América do Sul.


De acordo com o governo do país, a economia argentina cresceu 5,2% em 2022, o que coloca o país como um dos que mais cresceu na América do Sul.


Apesar disso, a Argentina vive uma crise econômica há alguns anos com altas taxas de inflação. Em agosto deste ano, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec) anunciou que a inflação atingiu 113,4% no acumulado de 12 meses.


O país é governado pelo peronista Alberto Fernández, de orientação política de centro-esquerda.


A Argentina, segundo negociadores brasileiros, corria por fora entre os países que disputavam uma vaga no Brics.


Um dos fatores que eram vistos como empecilho à adesão do país ao bloco era a incerteza sobre o futuro político da Argentina.O país terá eleições presidenciais em outubro deste ano e o atual presidente não disputa a reeleição.


Nas prévias das eleições argentinas, o candidato mais votado foi o liberal de direita Javier Milei, que é crítico ao atual governo e que promete medidas consideradas por analistas como radicais, como a dolarização da economia e a extinção do Banco Central. Ele obteve 30% dos votos nas primárias.



Parágrafo Novo

Vista de Teerã - economia do Irã é fortemente ancorada na renda petroleira.

O Irã, localizado no Oriente Médio, tem aproximadamente 87 milhões de habitantes. A maioria da população é muçulmana da linha xiita.


Segundo o Banco Mundial, a renda per capita do país é de US$ 4,9 mil.


A economia do país é fortemente ancorada na renda petroleira. De acordo com o Banco Mundial, o PIB iraniano cresceu 2,7% em 2022 e a expectativa é de que ele cresça 2% neste ano. A desaceleração seria resultado da baixa nos preços do petróleo.

O político mais poderoso do país é o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. Ele é, ao mesmo tempo, líder político e religioso do país. Abaixo dele, está o presidente Ebrahim Raisi, eleito em agosto de 2021.


De acordo com a organização não-governamental Freedom House, o Irã é considerado um país “não livre”. No ranking que vai de 0 a 100, o país tem nota 12.


Relatório da Anistia Internacional alega que o governo vem violando direitos humanos no país. Um dos exemplos teria sido o uso de munição letal contra manifestantes que protestavam por mais liberdade no país em 2022.


O país também é alvo de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos por conta da política nuclear do país. O governo norte-americano alega que o Irã mantém um programa nuclear que pode ser usado para a fabricação de armas de destruição em massa, o que o governo iraniano nega.


Negociadores brasileiros com quem a BBC News Brasil conversou nos últimos dias apontam que o país embora tenha o apoio da Rússia, não era considerado um dos favoritos a obter acesso ao Brics, mas que sua candidatura não sofreria veto do Brasil.



Parágrafo Novo

Vista de Addis Ababa, capital da Etiópia, o segundo país mais populoso do continente africano


A Etiópia é o segundo país mais populoso do continente africano, com 120 milhões de habitantes, atrás apenas da Nigéria.


A chegada da Etiópia ao grupo aconteceu, segundo diplomatas, por conta do apoio da África do Sul.


O país será a segunda nação da África Sub-Sahariana a participar do bloco.Segundo relatório do Banco Mundial, o país tem uma das taxas de crescimento econômico mais aceleradas do continente africano. Entre 2021 e 2022, a economia do país cresceu 6,4%.


Apesar disso, ainda segundo o Banco Mundial, o PIB per capita do país ainda é considerado baixo: US$ 920,08. É o menor valor entre os membros do Brics.


De acordo com a Freedom House, a Etiópia também é considerada um país “não-livre”, com uma pontuação de 21 em uma escala que vai de 0 a 100.






INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL



inteligência artificial é um campo da ciência da computação que se dedica ao estudo e ao desenvolvimento de máquinas e programas computacionais capazes de reproduzir o comportamento humano na tomada de decisões e na realização de tarefas, desde as mais simples até as mais complexas.  É comumente referida pela sigla IA ou AI (em inglês, artificial intelligence).


Com maior desenvolvimento a partir da década de 1950, a inteligência artificial já faz parte da vida cotidiana das pessoas por meio dos assistentes de voz, dos mecanismos de pesquisa, dos carros autônomos e das redes sociais.


Apesar de trazerem inúmeros benefícios e avanços importantes em diversas áreas, muito se debate a respeito dos limites éticos da inteligência artificial e do papel que elas desempenham na nossa sociedade atual. Rôbos nutridos de inteligência artificial já fazem parte do nosso mundo, veja vídeo a seguir:

Algo tão complicado é também um campo de estudo acadêmico — que não começou ontem. Há algumas décadas, se estuda o que se chamou de “agentes inteligentes”, que percebem seu ambiente, entendem como podem operar e qual a melhor forma.


Credita-se ao professor John McCarthy o uso do termo pela primeira vez em 1956, em uma conferência de especialistas em Darmouth Colege, chamada “O Eros Eletrónico”, que definiu como “a ciência e a engenharia de produzir máquinas inteligentes”.


Assim, podemos definir inteligência artificial, no grosso modo, como a capacidade das máquinas de pensarem como seres humanos: aprender, perceber e decidir quais caminhos seguir, de forma racional, diante de determinadas situações.

Até então, os computadores precisavam de três grandes pilares para evoluir da computação simples para a atual, de inteligência artificial:

  • Bons modelos de dados para classificar, processar e analisar;
  • Acesso a grande quantidade de dados não processados;
  • Computação potente com custo acessível para processamento rápido e eficiente.


Com a evolução desses três segmentos, a inteligência artificial tornou-se finalmente possível com a fórmula: big data + computação em nuvem + bons modelos de dados.

Ou seja, a IA aprende como uma criança. Aos poucos, o sistema (a depender do objetivo para o qual ele foi criado) absorve, analisa e organiza os dados de forma a entender e identificar o que são objetos, pessoas, padrões e reações de todos os tipos.


Como assim, máquinas inteligentes?


Em sua essência, a Inteligência Artificial permite que os sistemas tomem decisões de forma independente, precisa e apoiada em dados digitais. O que, numa visão otimista, multiplica a capacidade racional do ser humano de resolver problemas práticos, simular situações, pensar em respostas ou, de forma mais ampla, potencializa a capacidade de ser inteligente.


Os economistas chamam isso de a quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas — bagunçando as fronteiras das três áreas.


E IA faz parte dessa próxima onda de inovação, trazendo grandes mudanças na maneira como pessoas e empresas se relacionam com tecnologia, compartilham dados e tomam decisões.


Mas, ensinar os computadores a pensar, porém, não é tão simples. São necessárias o uso de  várias áreas da ciência da computação como Machine Learning, Deep Learning, Redes Neurais, Computação Cognitiva, Visão Computacional e Processamento de Linguagem Natural. Todos esses termos juntos compõem tudo o que é a inteligência artificial e apontam para um futuro em que nossas plataformas e sistemas terão inteligência suficiente para aprender.



Quais são os tipos de inteligência artificial?


IA possui 7 classificações que são determinadas por dois pontos: sua capacidade e a sua classificação técnica.


Em relação à sua capacidade, isso está relacionado ao nível de inteligência da IA, ou seja, a sua habilidade em executar funções semelhantes às humanas. E essas habilidades são divididas em quatro:


Máquinas reativas: são as formas mais antigas de inteligência artificial, que não possuem funcionalidade baseada em memória;


Memória limitada: conseguem aprender com base em dados históricos;


Teoria da mente: esse é o próximo nível de sistemas de IA que encontra-se em andamento;


“Autoconsciente”: a IA autoconsciente é uma formulação hipotética, que conseguirá compreender e evocar emoções, necessidades, crenças e, potencialmente, desejos próprios.


Agora, quando o assunto é a classificação técnica da inteligência artificial, devemos nos concentrar em três:


Inteligência artificial estreita (ANI): representa toda a IA existente, em que só pode realizar uma tarefa específica;


Inteligência geral artificial (AGI): se refere à capacidade da inteligência artificial geral aprender, perceber, compreender e funcionar completamente da mesma forma que um ser humano;


Superinteligência artificial (ASI): pode replicar a inteligência multifacetada dos seres humanos, possui uma memória maior, analisa dados rapidamente e possui capacidades de tomada de decisão.


Onde podemos encontrar inteligência artificial?


IA está por todos os lugares, no carro autônomo, no chão de fábrica e no sistema de atendimento dos hospitais. Mas também está na rede social, no seu celular, no antivírus, no buscador de internet.


Google, por exemplo, é um exemplo de empresa AI-first. Ou seja, todos os seus produtos têm processos de machine learning. Nem se fala então nas assistentes virtuais e nos chatbots. Alexa, Siri e Google Assistance são os principais exemplos de assistência virtual, e os chatbbots, baseados em IA, são, principalmente, responsáveis pelo atendimento de clientes no mercado online.

Mas não para por aí, olha só outros exemplos:


- Facebook e seu mix de inteligência artificial, machine learning e visão computacional que permite remover conteúdos impróprios com mais rapidez, rastrear mais conteúdos e aumentar a capacidade da equipe de revisão formada por revisores humanos;


- melhores experiências em compras online, que incluem ferramentas que ajudam a identificar o comportamento de consumo de clientes;


- antivírus do seu computador que, possivelmente, há uma combinação similar, com a fusão de três elementos: big data, aprendizado de máquina e análise de especialistas;


- segurança digital com a identificação de brechas, ameaças e ataques;


- tratores autônomos e monitoramento de drones baseados em IA que contribuem para a agricultura.


Um caminho sem volta.


O funcionamento da IA envolve muito mais do que perceber a presença dela nas suas experiências diárias. Toda vez que você pega seu smartphone, já está vendo o que a IA pode fazer por você.


Mas, por trás de cada recomendação personalizada, até resultados de pesquisa relevantes, existe uma combinação de tecnologias que faz a inteligência artificial funcionar e que está, por consequência, fazendo com que você tenha expectativas mais altas sobre todas as máquinas inteligentes e dispositivos que usa.


A IA vai roubar o seu emprego?

 

O futuro da IA aponta e urge para uma tecnologia cada vez mais transparente, eticamente construída e que faz parte de tarefas do dia a dia, no trabalho ou na nossa vida pessoal, aumentando nossas capacidades cognitivas.


A IA pode tornar o ser humano mais produtivo, liberando profissionais de determinadas tarefas mecânicas e repetitivas para que possam usar o máximo de sua capacidade para criar e inovar em outros setores. Uma mudança no mercado de trabalho foi iniciada e, certamente, isso vai ceifar algumas vagas no futuro. Trabalhadores, com todos os problemas inerentes ao ser humano, serão trocados por um máquina, que nunca tirará férias, nunca se afastará do trabalho, nunca ficará doente e assim por diante.


A IA pode ser a maior aliada para contribuir com a transformação digital que as empresas tanto buscam. Combinada com a capacidade humana, pode impulsionar pessoas a fazerem coisas incríveis. Entretanto, restringirá o número de vagas para trabalhadores humanos em toda a cadeia produtiva.


Desvantagens da inteligência artificial


O algoritmo das redes sociais seleciona o conteúdo de acordo com o usuário e causa preocupação sobre a segurança de dados.


Algumas das desvantagens da inteligência artificial caminham lado a lado com os aspectos benéficos dessa tecnologia, como é o caso da automação de tarefas.


Veja, a seguir, quais são os principais pontos negativos das IA.


Apresentam elevado custo de desenvolvimento e implementação, sendo um recurso restrito.


A automação de tarefas e da tomada de decisões tendem a ocasionar desemprego estrutural.


Têm avanços limitados mesmo com maior acúmulo de experiência.


Possibilidade de treinar o algoritmo a repetir padrões e discursos danosos e antiéticos.


Podem apresentar falhas de controle que implicam risco àqueles que a controlam ou que fazem uso delas, como no caso dos carros autônomos.


Riscos de segurança com relação à coleta ao armazenamento de dados pessoais, o que suscita intensos debates na sociedade atual.


Uso indiscriminado da IA na confecção de FAKENEWS, como no vídeo abaixo.


História da inteligência artificial


A automatização de tarefas manuais e a replicação da consciência humana sempre foram temas presentes no debate científico, e que antecedem até mesmo a invenção dos computadores. Os estudos sobre redes neurais e os métodos pelos quais uma máquina consegue desenvolver tarefas como o cérebro humano ganharam força a partir do século XX, expandindo-se de maneira definitiva a partir da década de 1950.


Um dos principais nomes das ciências e considerado pai da computação, Alan Turing (1912-1954), escreveu um dos estudos mais completos do período sobre o tema. O artigo “Computadores e inteligência” foi publicado em 1950, e foi o primeiro a mencionar o termo “inteligência artificial”. Nele Turing propõe um teste para avaliar se as máquinas possuem a capacidade de emular o pensamento humano e de se fazerem passar por uma pessoa ao ponto de confundir quem as questiona, o que ficou conhecido como “jogo da imitação”.


No período subsequente, muitos estudos e pesquisas foram desenvolvidos a fim de testar a proposta de Turing, com destaque para o programa Eliza, criado pelo cientista computacional Joseph Weizenbaum (1923-2008), em 1966, e que obteve relativo sucesso mas foi também bastante criticado. Antes dele, pesquisadores da Universidade de Standford, na Califórnia (Estados Unidos), lançaram em 1965 aquele que é considerado o sistema pioneiro em inteligência artificial, chamado Dendral.


Parte da história de Alan Turing pode ser visto no filme " O JOGO DA IMITAÇÃO", veja trailer abaixo.

De lá para cá, mutos avanços foram feitos no campo da ciência da computação, da robótica e da inteligência artificial, de tal maneira que esses conceitos e elementos fazem parte do nosso cotidiano. No período mais recente, o surgimento de algoritmos capazes de interagir diretamente com os seres humanos pelo uso da linguagem e desenvolvimento de diálogos, como o Chat GPT, e outros capazes de produzir imagens por meio de poucos comandos, provoca um intenso debate na sociedade acerca do papel da inteligência artificial e dos limites dessas ferramentas."



O Que É O Chat GPT?


O Chat GPT é uma tecnologia baseada em inteligência artificial capaz de “imitar” a linguagem humana para responder a perguntas dos usuários com certo grau de complexidade.


Quando Usar O Chat GPT?


O Chat GPT pode ser utilizado em diversas situações, como:


Codificar e encontrar problemas em códigos


Responder perguntas técnicas e fazer pesquisas rápidas sobre qualquer assunto


Escrever e traduzir textos curtos e informativos


Criar tutoriais para guiar automações.


Como a ferramenta pode ser integrada a diversas plataformas, suas aplicações são infinitas e dependem das necessidades das empresas e usuários.


Quais São As Vantagens De Usar O Chat GPT?


O Chat GPT pode trazer vantagens para a educação e o mercado de trabalho, como:


Agilizar o atendimento ao cliente, a partir de escopo de perguntas respondidas com antecedência


Revisar códigos e evitar retrabalho por conta de erros eventuais


Alimentar a criatividade a partir da sugestão de ideias


Esclarecer conceitos


Aumentar a produtividade de uma equipe, por conta da automação de alguns processos.


Quais São Os Impactos Do Chat GPT?


Os impactos do Chat GPT são muitos e vão depender do contexto considerado, mas podemos citar alguns:


Necessidade de especialização da força de trabalho


Discussões sobre as aplicações e limites da tecnologia na educação, no trabalho e na sociedade


Automação de tarefas manuais e repetitivas (como respostas a perguntas frequentes)


Otimização de códigos e sistemas.


Chat GPT causou muita especulação desde que foi lançado. Mas fato é que essa novidade abriu discussões para o mercado, como os limites éticos da tecnologia e a possibilidade de substituição de mão de obra humana nas empresas. Por isso, vale seguir acompanhando as atualizações sobre o tema e, claro, testar a ferramenta para se familiarizar com essa tecnologia.


Conheça mais sobre o Chat GPT.







O CONFLITO ISRAEL / PALESTINA 


ORIENTE MÉDIO


Essa região foi berço de grandes civilizações (mesopotâmica, sumérica, babilônica e assírica) e foi conquistada por vários outros povos (gregos, romanos e europeus), possuindo, assim, diversas configurações espaciais ao longo de sua história.


Atualmente existem no Oriente Médio cerca de 15 países reconhecidos internacionalmente:


Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Turquia.

O conflito entre palestinos e israelenses, que se estende por pelo menos sete décadas, atingiu uma tensão sem precedentes nos últimos anos.


O mais recente capítulo desta tensão começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas lançaram mísseis e invadiram Israel.


As forças militares israelenses contra-atacaram e fizeram operações na Faixa de Gaza.

Até o momento, foram registrados mais de 1,2 mil mortos em Israel e em Gaza.


Além disso, mais de uma centena de civis e militares israelenses são mantidos como reféns por integrantes do Hamas. Essa é a mais recente escalada de um confronto longo e sangrento, sem resolução próxima, que tem marcado o Oriente Médio há décadas.


O começo de tudo


Por muitos séculos, essa região pertenceu a dois Impérios, o Império Persa, que se estendia da porção mais a leste da região do Mar Mediterrâneo até o rio Indo, e o império Turco-Otomano, que possuía um grande território na porção oeste.


Durante anos, esses dois impérios disputavam entre si e com os países europeus a hegemonia dessa região.


No entanto, com o desenvolvimento do capitalismo e a Revolução Industrial, os países europeus adquiriram uma grande superioridade econômica, social e bélica em relação a todos os países do globo.


Buscando obter matéria-prima, mão de obra barata e mercado consumidor para continuar o seu desenvolvimento industrial após a independência dos países americanos, a Europa passou a colonizar a África e a Ásia, iniciando o processo que ficou conhecido como Neocolonização.


Em  16 de maio de 1916 foi realizado um ajuste secreto entre os governos do Reino Unido e da França  denominado de Acordo Sykes-Picot que definiu as suas respectivas esferas de influência no Oriente Médio.  O acordo estabeleceu limites que ainda permanecem na maior parte da fronteira comum entre a Síria e o Iraque


Por causa disso, os dois impérios que ocupavam a área que hoje é conhecida como Oriente Médio passaram a sofrer grandes perdas territoriais.


Para deter a expansão europeia em seu território, o império Turco-Otomano aliou-se à Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial.


Em contrapartida, os franceses e ingleses passaram a incentivar as diversas tribos árabes que viviam no território Turco-Otomano a combatê-lo durante a guerra em troca da autorização para a constituição dos seus próprios Estados, caso vencessem a guerra.


Para conseguir seus objetivos, era comum que os europeus prometessem o mesmo território a diversos povos.


Ao final do primeiro conflito mundial, no entanto, em vez de permitirem a formação dos Estados nacionais tal como prometeram, a França e a Inglaterra dividiram o território do Oriente Médio entre elas, constituindo, em vez de Estados independentes, diversos protetorados.


Assim, a criação da maioria dos atuais Estados do Oriente Médio só ocorreu por meio da permissão da França e Inglaterra no decorrer do século XX como resultado do enfraquecimento dessas grandes potências e da pressão dos Estados Unidos, que já eram a maior potência mundial da época e não participavam da divisão nem da África nem da Ásia.


Os únicos países que não surgiram a partir da autorização de países europeus foram a Turquia, resquício do império Turco-Otomano, o Irã, descendente do antigo império Persa, e Israel, que foi criado após a 
Segunda Guerra Mundial para ser o território de milhões de judeus que se encontravam espalhados pelo mundo desde a diáspora judaica, no ano 70 d.C., e que sofreram perseguições em vários países, principalmente na Alemanha.


Outrossim, muitos dos conflitos no Oriente Médio se dá por conta da religião.


As religiões no Oriente Médio


Foi no Oriente Médio que surgiram as três maiores religiões monoteístas (doutrina ou corrente religiosa que reconhece a existência de um único Deus) do mundo, são elas: o islamismo, o cristianismo e o judaísmo.


O islamismo é a religião que detém o maior número de adeptos no Oriente Médio, são aproximadamente 253 milhões de pessoas. Assim, é possível notar que o cristianismo e o judaísmo figuram como minorias religiosas nessa porção do mundo.

As pessoas que se convertem ao islamismo são chamadas de mulçumanos ou islamitas. A religião islâmica é o principal elemento cultural na região. O islamismo teve início na Arábia Saudita e logo se dispersou por todo o Oriente Médio, a partir do século VII. 


Desde sua fundação até os dias atuais, o islamismo já atingiu a África; parte da Ásia, em países com grande população absoluta, como a Índia, Indonésia e Malásia. Além de seguidores em países da Europa, como Espanha e Inglaterra.


Existem cerca de 900 milhões de mulçumanos fora do Oriente Médio. Atualmente, é a religião que mais cresce no mundo, sendo a segunda maior do planeta. O conjunto de países que possui como religião predominante o islamismo recebe o nome de mundo islâmico. 

CONFLITOS


A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial.

As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.


Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território.


Um dos conflitos que mais geram tensões e preocupações em todo o mundo é o que envolve judeus e muçulmanos no território de enclave entre Israel e Palestina. Ambos os lados reivindicam o seu próprio espaço de soberania, embora atualmente esse direito seja exercido plenamente apenas pelos israelenses. Com isso, guerras são travadas, grupos considerados terroristas erguem-se, vidas são perdidas e uma paz duradoura encontra-se cada vez mais distante.


A área de disputa entre os dois lados em questão localiza-se no Oriente Médio, mais precisamente nas proximidades do Mar Mediterrâneo, tendo como foco principal a cidade de Jerusalém, um ponto de forte potencial turístico religioso que é considerado um lugar sagrado para várias religiões, incluindo o islamismo e o judaísmo.


Cidade de Jerusalém.

A importância religiosa de Jerusalém


Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e, para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada.


Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos.


Acima do muro está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus.


A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus.


Israel reivindica a cidade como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado.

RECAPITULANDO


Pode-se dizer que tudo começou com o avanço do movimento sionista judeu (busca pela Terra Prometida). Uma grande quantidade de judeus, a partir da segunda metade do século XIX, migrou em massa em direção aos territórios da Palestina, então habitados por cerca de 500 mil árabes.


Essa região é reivindicada pelos judeus por ter sido ocupada por eles até a sua expulsão pelo Império Romano, no século III d.C., dando início à diáspora (dispersão de judeus pelo mundo).


Com a ocupação da área, uma tensão estabeleceu-se entre os povos das duas principais religiões do local, o que desencadeou uma série de conflitos.


Após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Organização das Nações Unidas (ONU), que ficou encarregada de resolver a situação, estabeleceu um Estado duplo entre as duas nações em 1947.


Dessa forma, aproximadamente metade do território seria ocupada por cada povo, e Jerusalém, a capital, ficaria sob uma administração internacional. Foi denominada a Partilha da ONU.

No ano seguinte, no entanto, Israel não aceitou o tratado e declarou independência na região, dando início ao processo de ocupação da Palestina.  Sempre com o apoio e o beneplácito dos Estados Unidos, ao longo do tempo, Israel foi tomando cada vez mais

dos palestinos, o que desencadeou guerras onde sempre Israel levou a melhor.


Havendo invasões, tomada de terras e  demolição das casas dos palestinos e início da construção do Muro da Cisjordânia ou Muro de Israel em 2002. 

Palestinos e palestinas que trabalham todos os dias em Israel tem que passar por Pontos de Checagem ao longo do muro enfrentando filas apertadas e quilométricas.

Com os Estados Unidos, apoiando incondicionalmente os israelenses,  a correlação de forças entre as duas partes é absolutamente desproporcional, por exemplo, em  1987 houve uma revolta espontânea da população árabe palestina contra o Estado de Israel, quando o povo atacou com paus e pedras os tanques e armamentos de guerra judeus.


A reação de Israel a este fato foi contundente e avassaladora gerando um dos maiores massacres do conflito, o que desencadeou uma profunda revolta da comunidade internacional em virtude do uso desmedido da força empregada nas áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Veja o mapa que mostra a situação dos palestinos, dispersos sem nenhuma autonomia e compare com a Partilha da ONU. 

Algumas perguntas devem ser respondidas para conhecer melhor toda a situação.



Como iniciou o conflito?



Influenciado pelo antissemitismo sofrido pelos judeus na Europa, no início do século 20 o movimento sionista ganhou força, buscando estabelecer um Estado para os judeus.


A região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada para muçulmanos, judeus e católicos, pertencia naqueles anos ao Império Otomano e era ocupada principalmente por árabes e outras comunidades muçulmanas. Mas a forte imigração judaica, encorajada pelas aspirações sionistas, começava a gerar resistência.


Após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu um mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina.



Como já vimos antes, os britânicos, antes e durante a guerra, fizeram várias promessas aos árabes e judeus que mais tarde não foram cumpridas — porque o Reino Unido já tinha dividido o Médio Oriente com a França, entre outras razões.


Isto causou um clima de tensão entre nacionalistas árabes e sionistas que levou a confrontos entre paramilitares judeus e grupos árabes.


Após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, a pressão para estabelecer um Estado judeu aumentou. O plano original contemplava a divisão do território controlado pela potência europeia entre judeus e palestinos.


Após a fundação de Israel em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser uma questão local para se tornar uma questão regional.

No dia seguinte, o Egito, a Jordânia, a Síria e o Iraque invadiram o território recém-criado.


Foi a primeira guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como guerra de independência ou de libertação.


Após o conflito, o território inicialmente planejado pelas Nações Unidas para estabelecer um Estado Árabe foi reduzido pela metade.


Para os palestinos, começou a Nakba, a chamada “destruição” ou “catástrofe”: o início da tragédia nacional. Cerca de 750 mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.


Em 1956, uma crise no Canal de Suez confrontaria o Estado de Israel com o Egito. O problema não foi resolvido no campo de batalha, mas pela pressão internacional sobre Israel, França e Inglaterra.


A luta teria uma conclusão em 1967, na Guerra dos Seis Dias. O que aconteceu entre 5 e 10 de Junho teve consequências profundas e duradouras.


Foi uma vitória esmagadora de Israel contra uma coligação árabe. Israel capturou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai do Egipto, a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia e as Colinas de Golã da Síria. Meio milhão de palestinos viraram refugiados.



O último conflito árabe-israelense foi a Guerra do Yom Kippur, em 1973, que colocou o Egito e a Síria contra Israel e permitiu ao Cairo recuperar o Sinai (entregue completamente por Israel em 1982). Gaza, porém, seguiu sob controle israelense


Seis anos depois, o Egito tornou-se o primeiro país árabe a assinar a paz com Israel, exemplo seguido apenas pela Jordânia anos depois.


Se quiser entender melhor como se deu a tomada da palestina pelos britânicos e franceses entre no link abaixo:



Por que o Estado de Israel foi criado no Oriente Médio?


A tradição judaica indica que a área em que o Estado de Israel está localizado é a Terra Prometida por Deus ao primeiro patriarca, Abraão, e aos seus descendentes.


A área foi invadida na Antiguidade por assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos. Roma foi o império que deu nome à região como Palestina e que, sete décadas depois de Cristo, expulsou os judeus após combater os movimentos nacionalistas que buscavam a independência.


Com a ascensão do Islã, no século 7 d.C., a Palestina foi ocupada pelos árabes e depois conquistada pelos cruzados europeus.


Em 1516, foi estabelecida a dominação turca que duraria até a Primeira Guerra Mundial, quando foi imposto o controle britânico.


O Comitê Especial das Nações Unidas sobre a Palestina (UNSCOP) declarou em seu relatório à Assembleia Geral, em 3 de setembro de 1947, que as razões para o estabelecimento de um estado judeu no Oriente Médio centravam-se em "argumentos baseados em fontes bíblicas e históricas", na Declaração de Balfour de 1917, na qual o governo britânico se declarou a favor de uma "nação" para os judeus na Palestina, e no mandato britânico sobre a Palestina.


Ali foram reconhecidas a ligação histórica do povo judeu com a Palestina e as bases para a reconstituição do "Lar Nacional Judaico" naquela região.



Com o Holocausto contra milhões de judeus na Europa antes e durante a Segunda Guerra Mundial, cresceu a pressão internacional para o reconhecimento de um Estado nacional judeu.


Incapaz de resolver a polarização entre o nacionalismo árabe e o sionismo, o governo britânico levou a questão às Nações Unidas.


Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral aprovou um plano para a divisão da Palestina, que recomendava a criação de um estado árabe independente, de um estado judeu e de um regime especial para a cidade de Jerusalém.


O plano foi aceito pelos israelenses, mas não pelos árabes, que o consideraram uma perda de territórios.


Um dia antes de expirar o mandato britânico da Palestina, em 14 de maio de 1948, a Agência Judaica para Israel, representante dos Judeus durante o mandato, declarou a independência do Estado de Israel.


No dia seguinte, Israel solicitou a adesão às Nações Unidas, status que finalmente alcançou um ano depois.


O primeiro-ministro israelense, David Ben-Gurion, na proclamação oficial do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, em Tel Aviv


Por que existem dois territórios palestinos?


Em seu relatório à Assembleia Geral em 1947, o Comitê Especial das Nações Unidas sobre a Palestina (UNSCOP), recomendou que o Estado Árabe incluísse "a Galiléia Ocidental, a região montanhosa de Samaria e Judéia, com exclusão da cidade de Jerusalém, e a planície costeira de Ishdud até a fronteira egípcia."


Mas a divisão do território foi definida pela Linha do Armistício de 1949, estabelecida após a criação de Israel e da primeira guerra árabe-israelense.


Os dois territórios palestinos são a Cisjordânia (que inclui Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza, que estão separados por cerca de 45 km. Eles possuem áreas de 5.970 km2 e 365 km2, respectivamente.



A Cisjordânia fica entre Jerusalém, reivindicada como capital tanto por palestinos como por israelenses, e a Jordânia, a leste, enquanto Gaza é uma faixa de 41 km de comprimento e entre 6 e 12 km de largura. Gaza tem uma fronteira de 51 km com Israel, 7 km com o Egito e 40 km de costa no Mar Mediterrâneo.


Originalmente ocupada por israelenses que ainda mantêm o controle da fronteira sul, a Faixa de Gaza foi capturada por Israel na guerra de 1967 e só desocupada em 2005, embora mantenha até hoje um bloqueio aéreo, marítimo e terrestre que restringe a circulação de mercadorias, serviços e pessoas.


A Faixa de Gaza é atualmente controlada pelo Hamas, o principal grupo islâmico palestino, que nunca reconheceu acordos assinados entre outras facções palestinas e Israel.


A Cisjordânia, pelo contrário, é governada pela Autoridade Nacional Palestina, o governo reconhecido internacionalmente, cuja principal facção, a Fatah, não é islâmica, mas, sim, secular.


Os palestinos e os israelenses nunca assinaram a paz?



Após a criação do Estado de Israel e o deslocamento de milhares de pessoas que perderam as próprias casas, o movimento nacionalista palestino começou a reagrupar-se na Cisjordânia e em Gaza, controladas respectivamente por Jordânia e Egito, e em campos de refugiados criados em outros Estados árabes.


Pouco antes da guerra de 1967, organizações palestinas como a Fatah — liderada por Yasser Arafat — formaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e lançaram operações contra Israel, primeiro a partir da Jordânia e depois do Líbano.

Mas estes ataques também incluíram alvos israelenses em território europeu, como aviões, embaixadas ou atletas.


Depois de anos de ataques palestinos e assassinatos seletivos pelas forças de segurança israelenses, a OLP e Israel assinaram os acordos de paz de Oslo em 1993, nos quais a organização palestina renunciava à “violência e ao terrorismo” e reconhecia a “lei” de Israel “para existir em paz e segurança".


A organização islâmica palestina Hamas nunca aceitou esse reconhecimento.


Na sequência dos acordos assinados em Oslo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, que representa os palestinos nos fóruns internacionais.


O presidente da autoridade é eleito por voto direto e ele, por sua vez, escolhe um primeiro-ministro e os membros do gabinete. As autoridades civis e de segurança controlam as áreas urbanas (Área A de acordo com Oslo), enquanto apenas os representantes civis – e não de segurança – controlam as áreas rurais (Área B).


Jerusalém Oriental, considerada a capital histórica dos palestinos, não está incluída neste acordo.Jerusalém é um dos pontos mais conflituosos entre as partes envolvidas. 



Quais são os principais pontos de conflito entre palestinos e israelenses?



O atraso no estabelecimento de um Estado Palestino independente, a construção de colônias israelenses na Cisjordânia e a barreira de segurança em torno desse território — condenada pelo Tribunal Internacional de Justiça em Haia — complicaram o processo de paz.

 

Mas estes não são os únicos obstáculos, como ficou claro pelo fracasso das últimas negociações de paz entre os dois grupos em Camp David, nos Estados Unidos, em 2000.


À época, o então presidente americano Bill Clinton não conseguiu estabelecer um acordo entre Arafat e o primeiro-ministro israelense, Ehud Barak.


As diferenças que parecem inconciliáveis ​​são:


Jerusalém: Israel reivindica a soberania sobre a cidade (sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos) e afirma que é a sua capital depois de tomar a parte oriental em 1967. Isto não é reconhecido internacionalmente. Os palestinos querem que Jerusalém Oriental seja a capital deles.


Fronteiras e terreno: os palestinos exigem que o futuro Estado esteja em conformidade com as fronteiras anteriores a 4 de Junho de 1967, antes do início da Guerra dos Seis Dias. Israel rejeita a proposta.


Assentamentos: as colônias, ilegais de acordo com o Direito Internacional, foram construídas pelo governo israelense nos territórios ocupados por Israel após a guerra de 1967. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, há mais de meio milhão de colonos judeus.

 

Sob a administração de Trump, os Estados Unidos deixaram de considerar ilegais os assentamentos feitos em terras palestinas. VEJA AQUI.

Refugiados palestinos: quantos refugiados existem depende de quem está fazendo essa conta. A OLP diz que há 10,6 milhões, dos quais quase metade estão registrados nas Nações Unidas. Os palestinos sustentam que os refugiados têm o direito de regressar ao que hoje é considerado como território de Israel. Israel, na contramão, diz que abrir as portas destruiria a identidade do Estado judeu.


A Palestina é um país?


As Nações Unidas reconheceram a Palestina como um “Estado observador não membro” no final de 2012. Com isso, ela deixou de ser uma “entidade observadora”.


A mudança permitiu que os palestinos participassem dos debates da Assembleia Geral e aumentassem as possibilidades de adesão às agências da ONU e a outros órgãos.

Mas a votação não criou o Estado palestino de fato.


Um ano antes, os palestinos tentaram, mas não obtiveram apoio suficiente no Conselho de Segurança. Mais de 70% dos membros da Assembleia Geral da ONU (138 de 193) reconhecem a Palestina como um Estado.



Por que os EUA são o principal aliado de Israel? Quem apoia os palestinos?


Em primeiro lugar, é preciso considerar a existência de um lobby pró-Israel significativo e poderoso nos Estados Unidos. Isso leva ao fato de a opinião pública ser geralmente favorável à posição israelense. Com isso, é virtualmente impossível que um presidente americano retire o apoio a Israel.


Além disso, ambas as nações são aliadas no campo militar: Israel é um dos maiores beneficiários da ajuda americana e a maior parte dela vem na forma de subsídios para a compra de armas.


Contudo, em Dezembro de 2016, durante o governo do presidente Barack Obama, foi dado um passo atípico na política dos EUA em relação a Israel: o país não vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que condenava a política de colônias israelenses.

 ,


Mas a chegada de Donald Trump à Casa Branca deu um novo impulso à relação entre os Estados Unidos e Israel, que se refletiu na transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.


Com isso, os Estados Unidos foram o primeiro país do mundo a reconhecer aquela cidade como a capital de Israel.


Nos últimos meses de presidência, Trump conseguiu que quatro países árabes ricos normalizassem as relações com Israel.


O atual presidente americano, Joe Biden, assumiu o poder com a intenção de fugir do arriscado conflito Israel-Palestina, além de vê-lo como um problema que requer grande capital político.


A administração Biden continua a apoiar o reconhecimento de Israel, mas adotou uma diplomacia mais cautelosa.


Os palestinos não têm o apoio aberto de nenhuma potência.


Na região, o Egito deixou de apoiar o Hamas após a deposição da Irmandade Muçulmana — historicamente associada ao grupo palestino.


A Síria, o Irã e o grupo libanês Hezbollah são os principais apoiadores da Palestina.


A causa palestina tem muitos simpatizantes ao redor do mundo, mas até o momento isso não se traduziu em avanços concretos. 


O que precisa acontecer para uma paz duradoura entre Israel e Palestina?


Por um lado, os israelenses precisariam apoiar um Estado soberano para os palestinos que incluísse o Hamas, acabando com o bloqueio em Gaza e as restrições de movimento na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Por outro, os grupos palestinos deveriam renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.


Outro ponto de acordo razoável precisaria envolver as fronteiras, as colônias israelenses e a volta de refugiados palestinos.


Porém, desde 1948 (o ano da criação do Estado de Israel,) muitas coisas mudaram, principalmente a configuração dos territórios disputados após as guerras entre árabes e israelenses.


Para Israel, estes são fatos consumados. O palestinos não concordam e insistem que as fronteiras devem ser as que existiam antes da guerra de 1967.


Além disso, enquanto no campo de batalha as coisas ficam cada vez mais incontroláveis ​​na Faixa de Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia com a construção contínua de colônias israelenses, o que reduz o território palestino nas áreas autônomas.


Mas talvez a questão mais complicada devido ao simbolismo seja Jerusalém, a capital de palestinos e israelenses.


Tanto a Autoridade Nacional Palestina, que governa a Cisjordânia, como o grupo Hamas, em Gaza, reivindicam a parte oriental como a capital, apesar de Israel a ter ocupado em 1967.


Um acordo definitivo nunca será possível sem resolver este ponto sensível.



Voltar      Voltar ao topo da aula




ILHA DE MARAJÓ     -   Voltar



Com uma área de aproximadamente 49.000 km2, Marajó é a maior ilha fluvial do mundo. Marajó é maior do que todas as ilhas do Caribe exceto Cuba e Hispaniola (Republica Dominicana e Haiti) e é mais do que quatro vezes o tamanho da Jamaica e cinco vezes que Porto Rico. Até mesmo alguns países europeus como a Bélgica e a Suíça são menores do que a Ilha de Marajó.

 

A Ilha de Marajó é geograficamente dividida em duas metades: a metade leste com extensas áreas de savana em contraste com a metade oeste coberta por florestas.


A maior parte desta ilha gigantesca esta sujeita a alagamentos sazonais ou pelas marés.
Numerosos rios de maré de menos de 100 km de extensão cortam a região florestada ocidental da ilha. O interior da parte oriental do Marajó forma uma enorme bacia interna que recebe água da chuva que inunda a área de seis a oito meses no ano.


As enormes florestas alagáveis do Marajó são floristicamente relacionadas às florestas alagáveis do rio Amazonas. Os mangues, que provavelmente representam menos de 10% de todas as florestas alagáveis em Marajó, são encontrados principalmente ao longo da costa norte e internamente ao longo da Baía do Marajó.

Contando com uma população total de cerca de 250.000 habitantes, sua área está dividida atualmente em 15 municípios, sendo que o principal destes é Soure, com 25 mil habitantes, seguida de Salvaterra com 17 mil habitantes.

SOURE está localizada na Ilha do Marajó, na região do Arari, a aproximadamente 96 km de Belém do Pará. Território de forte ancestralidade indígena, povoada antes da colonização pelo povo Muruanezes. Considerada a capital da ilha do Marajó, que tem o seu nome derivado do tupi significando “anteparo do mar” ou “tapamar”. Maior ilha fluviomarinha do mundo, cercada pelos rios Tocantins e Amazonas e pelo oceano Atlântico, o bioma de Soure passeia entre praias desertas, rios, igarapés e cachoeiras. Lugar onde o rio e o mar se encontram e oferecem um dos eventos mais icônicos da Amazônia, a pororoca, atraindo turistas de todo o país para a região.


SALVATERRA era, desde 1901, distrito de Soure. Apenas em 1961 foi elevada à categoria de município, sendo conhecida desde então como a Princesa do Marajó.

Primitivamente habitada por índios da etnia Sacaca ou Aruans; um dos mais importantes grupos brasileiros em termos linguísticos e com um vasto trabalho em cerâmica, que se desenvolveu em toda a ilha do Marajó.


Por volta do século 18, Salvaterra foi colonizado pelos frades jesuítas na vila de Monsarás. Posteriormente construíram uma igreja na Vila de Joanes para a catequização dos indígenas, onde ainda existem as ruínas da igreja na vila.Com a fundação de uma casa jesuíta em 1626, em Belém, foi possível a expansão missionária por diversas aldeias na região Amazônica.


Durante muitos anos, Salvaterra foi domínio por portugueses escravocratas de indígenas e negros, no trabalho em fazendas. A resistência à dominação levou os escravos a um processo de organização, presente até hoje no município, com as oito comunidades quilombolas. Conta-se hoje que o nome da cidade foi criado quando ao explorar a ilha e ver seus encantos, os jesuitas gritaram: “Salve Terra”.


A Ilha de Marajó, é bastante procurada por causa do fenômeno natural chamado de Pororoca, que acontece na foz do rio Amazonas nos estados do Pará, Amapá e Maranhão. Ele ocorre ao entrar em contato com a maré do oceano Atlântico, ocasionando ondas de 3 a 6 metros de altura em extensão pelo rio de aproximadamente 20 km.


As ondas acontecem apenas uma vez ao dia, nos meses de janeiro a maio, no período de lua cheia ou lua nova.Por conta disso, a pororoca é muito procurada por surfistas que se aventuram nas ondas dentro da região amazônica


O recordista do Guinness Book, Serginho Laus, tem a melhor marca do mundo  na pororoca. Em 2009 ele surfou por 36 min. percorrendo 11,8 km.


A Ilha de Marajó destaca-se pela sua paisagem diferenciada, mesmo dentro da região amazônica, e é marcada por praias desertas de água salobra, igarapés e búfalos por toda a parte. Originário da Ásia, o búfalo chegou por volta de 1890, e se multiplicou rapidamente, a partir de importação de exemplares da raça carabau, originária das Filipinas.


Gradualmente estes se tornaram símbolos da ilha, sendo vistos em grandes manadas nas extensas planícies ou dispersos nas modestas áreas urbanas, onde são usados como táxi e montaria para a polícia. É em Marajó que se encontra o maior rebanho do animal no Brasil, com cerca de 700 mil cabeças, cerca de três vezes a população de todos os seus municípios.




A CERÂMICA MARAJOARA


A arte marajoara surgiu com os indígenas que ocuparam a região entre meados dos anos 400 e 1400. De acordo com registros, acredita-se que o local onde está situado hoje a Ilha de Marajó, tenha sido ocupado diversas vezes. Essas ocupações se dividem em cinco fases. A fase marajoara, que é a qual a cerâmica passou a ser produzida, corresponde à quarta fase.


Os primeiros registros de cerâmicas encontradas na região por historiadores e arqueólogos possuíam algumas características, dentre elas: a representação de animais em formas humanas (zoomorfismo); representações femininas, pois questões como fertilidade eram importantes para os habitantes da Ilha de Marajó; e o antropomorfismo, que atribui a divindades características do ser humano.


A Ilha de Marajó é a maior das ilhas do vasto Arquipélago de Marajó. No Arquipélago do Marajó vivem cerca de 550 mil habitantes e é  formado por aproximadamente 3.000 ilhas e ilhotas. A maior cidade do arquipélago é BREVES com 100 mil habitantes.


Grande parte da população do arquipélago vive em áreas rurais e em cidades ribeirinhas, onde há baixa cobertura de infraestrutura social como aquela atrelada aos serviços de saneamento.


O Marajó apresenta clima equatorial e relevo modesto, sendo recoberto por florestas, campos e também mangues, um tipo de vegetação característico de áreas estuarinas e detentora de uma enorme biodiversidade.


Registra-se, além disso, baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) para a maior parte dos municípios da região. Uma das exceções é Soure, com IDH de 0,615, considerado médio.


O extrativismo vegetal, a agricultura e a pecuária bubalina são as principais atividades econômicas desenvolvidas no Marajó, além, é claro, do turismo.


A ILHA DE MARAJÓ vem frequentando constantemente a mídia, principalmente depois que a então Ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos  Damares Alves em outubro de 2022, relatou em um culto de uma igreja evangélica que crianças sofriam práticas de tortura e mutilação para facilitar o abuso sexual no Marajó. 


Devido a isso, o Ministério Público Federal do Pará acionou a ministra para que respondesse as seguintes questionamentos: 


Onde isso aconteceu? Quais crianças sofreram essa mutilação?


Quais denúncias ela encaminhou a polícia ou ministério público?


Quais medidas a ministra tomou para proteger essas crianças?   


Na época, ela alegou possuir evidências, mas os casos nunca foram comprovados. Tempos depois, Damares declarou ao MPF que as denúncias se baseavam apenas em relatos, não em provas.


Com isso, o MPF alegou propagação de fake news, exigindo retratação pública e uma indenização de 5 milhões de reais por danos sociais e morais à população do arquipélago.



O assunto voltou a tona este ano (2024) depois de uma cantora gospel Aymeê Rocha apresentar uma música autoral "Evangelho dos Fariseus"  num Reality Show de Música Gospel.


Letra da música


Fazemos campanhas pra nós mesmos
Eventos pra nós mesmos
Estocamos o maná para nós
Oramos por nós e pelos nossos
O Reino virou negócio
O dízimo importa mais do que os corações


Enquanto Ele tá querendo
Quem nós nem pensamos ou nos preocupamos
Oramos errado há séculos
Dias, horas e anos
Nos afastamos

Ah, um Evangelho de fariseus


[Cada um escolhe os seus
E se inflamam na bolha do sistema
Ah, enquanto isso, no Marajó
O João desapareceu
Esperando os ceifeiros da grande seara


A Amazônia queima
La-ra-ra
Uma criança morre
La-ra-ra
Os animais se vão
La-ra-ra


Superaquecidos pelo ego dos irmãos

Um Evangelho de fariseus

Estamos apodrecendo o corpo de Cristo
O sangue não tá circulando
O sangue tá coagulando


Estamos no ápice da nova era
E a falsa Noiva se rebela
Contra o Noivo que espera ver um caráter cristão

Ah, um Evangelho de fariseus
Cada um escolhe os seus


E se inflamam na bolha do sistema
Ah, enquanto isso, no Marajó
O João desapareceu
Esperando os ceifeiros da grande seara


La-ra-ra
Um Evangelho de fariseus
La-ra-ra
Um Evangelho de fariseus
La-ra-ra
Um Evangelho de fariseus
La-ra-ra


Depois que cantou sua canção, a jovem disse aos jurados que: "Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso". Aymeê ainda acrescentou: "Marajó é muito turístico, e as famílias lá são muito carentes. As criancinhas de 6 e 7 anos saem numa canoa e se prostituem no barco por R$ 5 reais.


O Ministério Público Federal do Pará, afirma que não há casos de tráfico de órgãos registrados na região, outrossim alega que prostituição infantil embora exista, não é normalizado como a cantora fez parecer crer.


Tanto o abuso, quanto a exploração sexual infantil é um assunto sério e que deve ser combatido com a verdade dos fatos. Quando alguém em busca de likes ou coisa pior, associa essa prática cruel e vergonhosa a vídeos ou notícias falsas, não está ajudando a resolver o problema, muito pelo contrário.

O promotor do Ministério Público do Pará (MPPA) Luiz Gustavo da Luz atua em Muaná, um dos municípios do Arquipélago do Marajó. A região ainda conta com Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure.


Ele ressalta que as investigações de casos de abuso de menores de idade na Ilha do Marajó são difíceis e complexas, devido ao tamanho do território e a adversidades para acessar alguns municípios.


Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado do Pará tem uma taxa de 3.648 casos de exploração sexual de menores de idade. O número ultrapassa a média nacional, de 2.449 casos.


O promotor de Muaná reforça a necessidade da presença do Estado na região para garantir um desenvolvimento seguro e adequado para as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.


Diferença entre Abuso e Exploração Sexual


O abuso sexual pode acontecer dentro (intrafamiliar) e fora (extrafamiliar) do núcleo familiar. Pode se expressar de diversas maneiras, envolvendo ou não contato físico.


Já a exploração sexual é mediada pelo pagamento em dinheiro ou qualquer outro benefício.


As duas situações são crimes de violência sexual. Abaixo, um quadro elucidativo:  

Share by: