GEOGRAFIA - 1.º ANO


REVISÃO     Voltar



Geografia é a ciência responsável por compreender o espaço e a relação que ele possui com o ser humano. 


A Geografia estuda o espaço geográfico, ou seja, todo o espaço terrestre produzido pelo homem ou que possui direta ou indireta relação com este. 


Em termos gerais, a Geografia costuma ser dividida em Regional e Geral, sendo essa última novamente subdividida em Física e Humana.

A Geografia Regional, como o próprio nome aponta, parte de estudos localizados, regionais, pautando-se pelas características específicas dos locais.


Geografia Física, por sua vez, estuda o relevo terrestre, bem como a intervenção da ação humana sobre ele, atuando também em sistemas de planejamento ambiental, agrário e urbano. 


A Geografia Humana é pautada em compreender a reprodução das atividades humanas sobre o espaço, como o crescimento das cidades, a dinâmica do espaço econômico, o meio agrário e rural.


Vamos recapitular algumas coisa que já vimos assistindo este vídeo:

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AULA 01        Voltar    



ALTERAÇÕES ANTRÓPICAS


Ação antrópica


Ação antrópica corresponde a uma ação realizada pelo homem. Em decorrência dos impactos ambientais provocados pelo homem, esse termo ganhou destaque nas discussões ambientais.


Ações antrópicas são ações realizadas pelo homem.


Atualmente, essa expressão ganhou destaque em diversas discussões sobre o meio ambiente, visto que as ações humanas têm provocado grandes alterações no meio ambiente e têm desencadeado um cenário de extrema preocupação entre os estudiosos e defensores do meio ambiente.


Sabe-se que o espaço geográfico é o local onde se estabelece a relação entre homem e meio. Assim, ele sofre constantes alterações, sejam positivas ou negativas. Ao falarmos sobre impactos, geralmente é feita uma associação negativa ao termo. Contudo, é preciso ressaltar que “impacto” refere-se às alterações produzidas no meio ambiente, que podem ser negativas:


Ou positivas:


Impactos negativos causados pela ação antrópica


A ação do homem e os impactos negativos causados por ela no meio ambiente ganharam força nos últimos 250 anos. A Revolução Industrial mudou todo o cenário mundial. O novo modo de produzir voltado à obtenção de lucro, à produção em massa e à mentalidade consumista estimulam cada vez mais alterações no meio ambiente.


A produção industrial e o estímulo cada vez maior ao consumo fizeram com que houvesse a necessidade de se aumentar a matéria-prima para as indústrias, visto que a maioria dos produtos tem vida útil reduzida. Consequentemente, ações como desflorestamento, poluição de mares e rios com esgoto industrial e agrotóxicos, empobrecimento dos solos, poluição atmosférica têm provocado uma intensa degradação do meio ambiente.


Esse avanço da produção industrial intensificou o uso de recursos naturais de maneira inconsciente e, por isso, tem gerado discussões em todo o mundo a respeito da gravidade desses problemas e das suas consequências a curto e a longo prazo. 


A degradação ambiental tornou-se insustentável
, visto que o que estava distante da nossa realidade já é algo com o qual precisamos nos preocupar e para o qual devemos buscar soluções.


Alguns problemas já são recorrentes no dia a dia de muitas pessoas, como aumento das temperaturas causado pelo intenso desmatamento de áreas verdes, enchentes nas áreas urbanas, seca extrema em diversas regiões provocada por alterações climáticas, extinção de diversas espécies que lidam com as poluições de rios e mares, racionamento de água, aumento do aquecimento global, entre outros.


São muitos os impactos ambientais provocados pela ação antrópica que se tornaram pauta de diversos debates, alcançando cunho científico e estudos acadêmicos. São exemplos:


1. Destruição da camada de ozônio: A camada de ozônio possui papel fundamental na manutenção da vida: reter os raios ultravioletas dirigidos à Terra pelo Sol. Gases presentes em sprays aerossóis e em refrigeradores, como o clorofluorcarboneto (CFC), são muito utilizados ao longo de décadas e têm provocado a destruição da camada de ozônio. As moléculas de cloro fixam-se às moléculas de ozônio e provocam sua destruição. As consequências são aumento de ocorrências de câncer de pele, de catarata e enfraquecimento do sistema imunológico.


2. Chuva Ácida: A industrialização provocou o aumento do uso de combustíveis fósseis e intensificou a queima desses combustíveis, lançando à atmosfera diversos gases poluentes. Uma das consequências disso é a chuva ácida. Combinados com água, esses gases reagem formando água e sal. Alguns óxidos formam também ácido sulfúrico, que precipitam e dão origem às chuvas ácidas. Essas chuvas causam diversos problemas ambientais, destroem vegetações, alteram a composição das águas de rios e de lagos, provocam corrosão do solo e podem agravar problemas respiratórios.


3. Desmatamento: O aumento populacional, a intensificação das atividades agropecuárias e o crescimento do ramo madeireiro aceleraram o ritmo do desmatamento de diversas áreas. Essa retirada da vegetação provoca inúmeros impactos ambientais negativos, como a perda de habitat por diversos animais, esgotamento dos solos, aumento dos processos erosivos, mudanças climáticas, entre outros.


Há urgência de medidas que diminuam os impactos ambientais causados pela ação antrópica. Para que as próximas gerações tenham um planeta habitável, é preciso que mudanças sejam feitas, começando pela alteração de hábitos sociais comuns, por meio, por exemplo, do incentivo ao uso de produtos ecológicos, da coleta seletiva, do uso consciente dos recursos hídricos acompanhado do compromisso firmado pelas nações a fim de se diminuir a degradação do meio ambiente.


Impactos positivos causados pela ação antrópica


Os debates atuais a respeito do meio ambiente têm demonstrado preocupação com a degradação da natureza e têm sugerido ações, acordos e metas que diminuam os impactos ambientais negativos. A insustentabilidade das ações humanas referentes ao meio ambiente passou a ser debatida com mais fervor a partir da década de 1960 provocando, então, o despertar de uma consciência para um desenvolvimento sustentável que preserve o mundo para as próximas gerações.


No ano de 1972, ocorreu a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, na Suécia. Em 1987, o conceito de desenvolvimento sustentável foi apresentado no relatório Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo desse relatório é apresentar mudanças imprescindíveis para que o desenvolvimento socioeconômico ocorra de maneira sustentável.


Parte-se do princípio de que explorar é necessário, no entanto, há uma urgência em fazer com que essa exploração ocorra pensando no não comprometimento das gerações futuras. Para isso é necessário substituir o modelo de desenvolvimento que atualmente visa a explorar ao máximo os recursos naturais por um modelo que tenha como meta a diminuição dos impactos negativos sobre o meio ambiente.


Uma das alternativas propostas é a substituição do uso de fontes não renováveis, como os combustíveis fósseis, por fontes renováveis de energia, como as energias solar e eólica.

Além das mudanças de hábitos e do estímulo ao consumo consciente, há outras ações antrópicas positivas que podem diminuir os problemas ambientais. São exemplos de ações antrópicas positivas:


Coleta seletiva;


Reflorestamento de áreas que foram desmatadas;


Reciclagem do lixo;


Uso de fontes renováveis de energia;


Preservação da biodiversidade;


Estabelecimento de leis de conservação do meio ambiente;


Não poluição de rios, lagos e mares;


Incentivo de políticas ambientais;


Recuperação de matas ciliares;


Uso de filtro que diminuam a emissão de gases tóxicos pelas indústrias;


Uso consciente dos recursos hídricos e de energia.


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AULA 02   Voltar


A urbanização da Cidade de Santos

O processo de ocupação do município de Santos está intimamente ligado à sua condição portuária. Impulsionada pelos recursos vindos da oligarquia cafeeira, que precisavam escoar sua produção, a partir do final do século XIX, é que a urbanização da cidade acontece.


O município sofria com recorrentes epidemias, potencializadas pelo alto fluxo de imigrantes que saíam e chegavam pelo porto de uma cidade sem infraestrutura. A população de Santos ia apresentando saldo negativo.


Os censos da época, realizados sem período regular pelo governo provincial de São Paulo, registraram em 1886, 15.605 habitantes, enquanto que em 1890, foram registrados 13.012 habitantes. Segundo a historiadora Andrade (2005), a febre amarela flagelou Santos 31 vezes.

No final do século XIX tudo era muito diferente de hoje. A cidade se resumia então aos atuais bairros do Centro, Valongo e Paquetá, com algumas chácaras espalhadas pelo resto da ilha.


No final do século XIX tudo era muito diferente de hoje. A cidade se resumia então aos atuais bairros do Centro, Valongo e Paquetá, com algumas chácaras espalhadas pelo resto da ilha.


Nesta parte da cidade, no lado oposto do mar e com morros logo atrás, era um terreno seco, em contraste com o restante da ilha, que era um terreno pantanoso em mangue, impróprio para construções. Foi neste lugar que Santos se desenvolveu desde sua fundação, em 1546, até meados do século XIX, quando tudo mudou.


A inauguração da ferrovia entre Santos e Jundiaí é um divisor de águas no Estado de São Paulo, pois foi a partir dela que iniciou-se um boom econômico que perdurou até a década de 1930, com diversos fatores a ele ligados, como a industrialização, a imigração em massa, o surgimento e crescimento de cidades, entre outros.



De um dia para o outro, a população de Santos se viu diante de uma movimentação de produtos e pessoas muito grande, inimaginável em anos anteriores. A situação da cidade era precária: ruas de terra, construções com piso de madeira (o que as tornava úmidas) e falta de sistema de esgoto e de escoamento da água das chuvas.


A existência do porto, que na época não passava de uma série de trapiches de madeira, só piorava a situação; os navios da época eram muito sujos, e em seus porões haviam ratos e morcegos, bem como os marinheiros e passageiros do mundo inteiro que aqui aportavam traziam doenças e muitas delas contagiosas, que acabavam sendo espalhadas pela população.

Parágrafo Novo


Para completar, a existência de extensos pântanos e manguezais nas áreas vizinhas da cidade contribuíam para a proliferação de mosquitos e doenças.


A situação era extremamente caótica, com epidemias sucessivas de peste bubônica, peste negra, impaludismo, febre tifoide e disenteria; mas a gota d'água foi a grande crise de febre amarela, entre 1890 e 1900, que causou quase 7 mil mortes, na época, metade da população santista.


Nas palavras do cônsul do Reino Unido, Richard Burroughs,

- Santos é uma cidade terrível, que arfa de calor como uma caldeira, pestilenta e doentia


Em caráter emergencial, o governo de São Paulo, através de Vicente de Carvalho, que além de político é um dos 3 maiores poetas parnasianos da Língua Portuguesa, cria a Comissão de Defesa Sanitária de Santos em 1895, que desenvolveu um projeto considerado caro. Dez anos depois, o governo reorganiza a comissão, facilitada pela presença do mesmo Vicente de Carvalho como secretário municipal de obras, contratando o engenheiro sanitarista Francisco Saturnino de Brito e o engenheiro civil Miguel Presgrave para, inicialmente, projetar um sistema de coleta de esgoto, livrando assim as ruas das terríveis fossas de esgoto a céu aberto.


Saturnino de Brito


A Comissão então desenvolve o trabalho definitivo, que começa a ser implantado no mesmo ano, e o contrato é ampliado também para os sistemas de drenagem e de escoamento de águas fluviais e pluviais, eliminando de vez os problemas da cidade, já que o abastecimento de água potável também estava sendo implantado, pela Cia. City.



O desafio de Saturnino

Com um problema tão extenso e complexo e que abrangia várias áreas, era preciso executar os trabalhos de uma forma que resolvesse a todos eles de uma única vez. Saturnino, que estudou na França e Reino Unido anos antes, viu na época em que morou na Europa desde uma série de inovações tecnológicas caras a soluções simples para o problema do saneamento básico, e teve que, na medida do possível, importar muitas das ideias para cá, visto que nada deste porte havia sido feito no Brasil antes disto, bem como não haviam indústrias que pudessem produzir os equipamentos necessários.


Saturnino apostava num sistema que ia do "micro" ao "macro"; portanto, seguindo seu pensamento, de nada adiantaria criar um sistema de esgotos excelente se dentro das casas continuaria existindo problemas.



Como primeira medida, recomendou à prefeitura o incentivo à substituição das antigas construções da época colonial, com piso de madeira e paredes úmidas, por construções em tijolo, e introduziu em outras uma série de melhorias para melhor circulação do ar e novas janelas; para iniciar o trabalho de implantação do esgotamento, leva sobretudo à população mais pobre vasos sanitários e instalações sifonadas, que impedem que o mau cheiro retorne para dentro da residência.


Cartão postal de São Vicente por mais de 100 anos, o que pouca gente sabe é que a Ponte Pênsil foi criada para levar o esgoto para o mar.


Saindo das residências para as ruas, era necessário então interligar o esgoto doméstico, que saia das casas e prédios, em uma rede que o levasse embora. Ainda seguindo a ideia "do micro para o macro", o sistema era composto de tubulações em ordem hierárquica, onde certo tubo caia num tubo maior, que o levava a um maior ainda.


Todo este sistema possuía poços de visitação, os populares bueiros, algo nada comum na época. Todo o esgoto coletado convergia para uma única tubulação, onde, através de três bombas localizadas nos extremos da então área urbana (uma no porto, uma no Valongo e outra no Paquetá), era pressionado e chegava através das atuais avenidas Conselheiro Nébias e Francisco Glicério à Estação Elevatória do José Menino, ao lado do atual Parque do Orquidário, já perto da divisa de São Vicente.

Lá, através de uma série de maquinários caros, que, como mencionamos, não eram fabricados aqui, o esgoto era literalmente elevado para correr por gravidade até o ponto onde seria lançado no mar. Vale lembrar que um fator que dificultava a obra era o fato de que Santos é uma cidade totalmente plana, ou seja, não havia como o esgoto correr por gravidade, como ocorre em outros lugares. 


Entretanto, havia um problema significativo: este local se localizada fora da ilha; era necessário, então, levar o esgoto por uma série de tubulações por cima do mar até o continente, o que demandava a construção de uma ponte. Em 1910, tendo em vista a popularização de pontes suspensas nos Estados Unidos, Saturnino e Presgrave decide que a travessia seria feita por uma neste estilo

Nascia assim a famosa e centenária Ponte Pênsil, construída entre 1909 e 1913 num projeto em parceria da Cia. Trajano de Medeiros com uma firma alemã, que suportava duas tubulações de esgoto de 1 metro de diâmetro, e, por cima, um tabuleiro de madeira para a passagem de automóveis, criando um vão de 180 metros transposto de uma única vez, e que por muito tempo foi um dos maiores da América Latina.

Hoje símbolo da cidade de São Vicente, a construção da ponte permitiu também a ligação por estrada com o Litoral Sul Paulista, aliado com a ferrovia inaugurada no mesmo ano, motivando o crescimento de cidades como Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.


Hora de canalizar

Durante o início das obras da implantação do sistema de esgoto, que foram realizadas entre 1905 e 1914, o governo estadual ampliou o contrato à Comissão de Defesa Sanitária de Santos para incluir nas obras um segundo sistema, desta vez destinado à coletar as águas das chuvas, dos rios e drenar as áreas pantanosas.



O visionário Saturnino foi além, e prevendo a ocupação urbana na totalidade da ilha, algo impensável para aquela época, dividiu toda a área da cidade, incluindo os mangues e pântanos, em zonas, onde dentro de cada zona, toda a água coletada, seja ela advinda dos pequenos rios existentes, da chuva ou do terreno alagadiço, deveria ser conduzida para o mesmo local. Para a captação destas águas, Saturnino idealizou o que hoje é considerada a sua maior obra prima e um dos símbolos da cidade de Santos: os famosos e icônicos canais. 


Com obras iniciadas em 1906, os canais seriam enormes valas destinadas à condução das águas, mas iriam além de meros buracos no solo. Saturnino traçou um eixo meridional na ilha, definindo que ao sul do mesmo, as águas seriam escoadas para o oceano, e, ao norte, para o Canal do Estuário, que separa a Ilha de São Vicente da Ilha de Santo Amaro e do continente.


Haveria também um sistema de comportas que permitiriam que, em dias de chuva, os canais fossem cheios e a água liberada gradualmente para não causar a destruição das praias, bem como o contrário, evitando que em maré cheia a água do mar invadisse a cidade.



Permitia também, se abertas em casos emergenciais, ajudar na vazão do Canal do Estuário, conduzindo as águas para a praia e evitando enchentes no Centro de Santos. A ideia de Saturnino ainda ia além, com os canais projetados afim de acomodar serviços de navegação por pequenos barcos


Apenas a construção dos 5 primeiros canais ocasionou a movimentação de mais de 16 mil metros cúbicos de terra, num trabalho em boa parte braçal e pouco mecanizado. 


As obras, de grande porte, motivaram grandes movimentações de terra. As pedras utilizadas para a construção dos canais e pontes vinham de pedreiras localizadas em São Vicente, que também atenderam à construção da Ponte Pênsil, e para tal, foi implantada pela Comissão uma pequena ferrovia exclusivamente para o transporte de material, dada o volume da obra.


Todos os canais e pontes, bem como as galerias de águas pluviais, que coletam as águas nas bocas de lobo e as destinam para os canais ou para o porto, foram feitas em concreto armado, sendo uma das primeiras obras no país com este tipo de construção.



O principal elemento do sistema era o Canal 1, o mais longo de todos, que se iniciava na praia nas proximidades da Estação Elevatória de Esgoto, no bairro do José Menino, e percorria os bairros de Marapé, Vila Mathias e Vila Nova até desaguar na frente do Mercado Municipal, onde seria formada a chamada "Bacia do Mercado", destinada a receber embarcações que abasteceriam de peixes e frutas o mercado e que chegariam lá através do canal, totalmente navegável.



Canal 1 - Av. Pinheiro Machado

O Canal 1 teria, além das funções mencionadas, o papel de absorver as águas do Ribeirão dos Soldados, um pequeno riacho estreito, que dependendo da época do ano corria sentido praia ou sentido centro, deixando para trás uma enorme área insalubre. Outro ponto do projeto de Saturnino é que os canais seriam ocupados nas suas margens por avenidas largas, variando de 30 a 35 metros, e que serviu para nortear o projeto de urbanização da cidade, do qual falaremos mais adiante. Inaugurado com grande festa em 27 de agosto de 1907, o Canal 1 hoje percorre as avenidas Pinheiro Machado, Rangel Pestana e Campos Salles.


Canal 2 - Av. Bernadino de Campos

Em seguida, foi inaugurado o Canal 2, em 1910, correndo paralelo ao Canal 1 e atendendo aos atuais bairros da Pompeia, Campo Grande e Vila Belmiro, na atual Av. Bernadino de Campos; em 1911, são inaugurados outros dois canais menores saindo do Canal 1 em direção ao morro, que Saturnino chamou de "canaletes", sendo um ao lado da Estação Elevatória no José Menino, destinado a receber as águas do Córrego Cachoeirinha, e outro destinado a drenar o atual bairro do Jabaquara. ; o canal do José Menino, hoje chamado de Canal 9, a Av. Barão de Penedo; por fim, o canalete do Jabaquara, hoje Canal 10, a Av. Francisco Manoel.


Canal 9 - Av. Barão de Penedo


Canal 10 - Av. Francisco Manoel


Canal Av. Jovino de Melo


Canal da Av. Francisco Ferreira Canto


Canal 4 - Av. Siqueira Campos

Ainda no mesmo ano é inaugurado o Canal 4, outro apto a receber navegação, onde também em caso semelhante ao Mercado Municipal foi criada a Bacia do Macuco, uma espécie de "estacionamento para barcos"; ele também tinha uma outra função específica, levar doentes que chegavam nos navios direto para o hospital Guilherme Álvaro por barcos, sem ter que passar pelo meio da cidade e consequentemente transmitir doenças para a população.


Finalizando as obras conduzidas pela Comissão, foram abertos o Canal 8 na Av. Moura Ribeiro em 1912, e o Canal 3 na Av. Washington Luiz e Rua Braz Cubas em 1913. Outros dois canais projetados por Saturnino foram construídos anos depois, conforme a expansão da cidade, sendo eles os canais 5 (Av. Almirante Cochrane) e 6 (Av. Joaquim Montenegro), entregues em 1927 e 1917, respectivamente.


Canal 8 - Moura Ribeiro


Canal 3 - Whasington Luiz


Canal 5 - Avenida Almirante Cochrane


Canal 6 - Joaquim Montenegro


Com a conclusão dos dois projetos de Saturnino de Brito, Santos passou da condição de um lugar miserável e insalubre para uma cidade nova, moderna e bonita, que passou a atrair moradores e turistas de todas as classes sociais, e se desenvolveu profundamente nas décadas seguintes.



Em 100 anos, a cidade portuária se transformou numa das mais importantes metrópoles econômicas e educacionais do país, sendo hoje, reconhecida como a melhor cidade grande do Brasil para se morar e figura presente nos rankings de qualidade de vida.


O projeto de Saturnino se manteve inalterado durante décadas e até hoje é a base para todo o sistema de esgoto e águas pluviais da cidade, recebendo melhorias nas décadas de 1960, com a construção de mais 5 canais, 1970, com a inauguração de um novo emissário submarino, e por fim, na última década, com um projeto complexo desenvolvido pela Sabesp, a atual operadora do sistema.


A memória de Saturnino de Brito é preservada num monumento implantado numa de suas criações, o Jardim da Orla, e a história da Comissão de Defesa Sanitária de Santos e de uma das maiores obras de engenharia do país no Palácio Saturnino de Brito


Palácio Saturnino de Brito


Francisco Saturnino Rodrigues de Brito nasceu em Campos, no estado do Rio de Janeiro, em 1864, e foi na cidade fluminense que desenvolveu seu primeiro projeto de um sistema de esgoto, após seus estudos na Europa e Estados Unidos. Estudioso notável, foi pioneiro nacional da engenharia sanitária, engenharia ambiental e urbanismo, desenvolvendo projetos para sistemas de água em cidades como Pelotas, Rio Grande, Rio de Janeiro, Natal e Recife, além do ambicioso projeto de Santos



O primeiro Código de Obras da Cidade de Santos é  aprovado em 1921 , expandindo seu perímetro urbano . O Código incorpora toda a concepção do período do urbanismo sanitarista deixado por Brito e os preceitos tecnicistas do recém-chegado período do urbanismo funcionalista (Villaça, 1999), nos quais se consolida a cidade da produção.


Também estabelece gabarito para as edificações na área central, sendo 18 metros para as vias com mais de 10 metros de largura e 14 metros para as vias mais estreitas.   


Em 1926 os chalés de madeira, desde que fossem substituídos em até 5 anos, passam a ser permitidos no perímetro urbano, que é ampliado, passando a incorporar parte do chamado perímetro de transição,   


A partir daí até início da década de 1940, Decreto-leis passam a flexibilizar os parâmetros construtivos, mas estes ainda instituíam uma tipologia com grandes áreas e recuos, perpetuando uma ocupação mais valorizada no mercado imobiliário.


Em 1950, era aprovada uma lei que estabelecia que os edifícios deveriam possuir ao menos 1/3 do número de unidades “instalações apropriadas para depósito de autos de seus moradores”.


No ano seguinte, em 1951, é aprovado o Plano Regulador , conhecido como o Plano de Prestes Maia (Figura 6), no qual permanece a ideia de embelezamento e funcionalismo, mas incorporada também aos projetos viários de abertura e alargamentos de vias, que preparariam a expansão de Santos. É desta época o projeto do túnel Rubens Ferreira Martins, no morro Monte Serrat e do alargamento da Avenida João Pessoa.

Muitas das obras não foram realizadas, porque, assim como no projeto de quase meio século atrás, da Planta de Santos de Saturnino de Brito, esbarravam na questão da propriedade e os altos custos de desapropriações que seriam necessárias para sua implementação.   


Além do Plano Regulador, foi elaborado pelo engenheiro Prestes Maia, o Plano Regional, com forte concepção metropolitana, que previa um conjunto de obras viárias que integraria Santos aos municípios vizinhos, visando, sobretudo, fortalecer o porto e a região como polo econômico.


O Plano contava com vários projetos de conexão rodoviária, dentre eles uma ponte elevadiça, ligando o cais de Outeirinhos à margem esquerda, em Vicente de Carvalho, distrito do Guarujá, além de uma base aérea na Praia Grande, dentre outras propostas, mas o mesmo não fora aprovado como lei.

Em relação a Área Continental, somente em 1953, é aprovada a 1ª lei que normatiza sua ocupação, formada por comunidades caiçaras, famílias que trabalhavam em Bertioga, que ainda era um distrito de Santos e turistas de chácaras de veraneio.


Um novo Código de Obras é aprovado em 1954 e as zonas residenciais passam a ser divididas em 3 tipos, nas quais os tamanhos dos lotes variavam. Na chamada ZR3, eram permitidas as chamadas moradias econômicas, com 200m², e estas poderiam ser financiadas pela Prefeitura, que regulava seu preço, condições de financiamento e limite de juros. 

No ano de 1956, é aprovada lei que libera o gabarito para 52 metros nos edifícios da orla e nos eixos transversais principais e amplia significativamente a Zona Portuária em direção à Ponta da Praia e, por outro lado, aumentando a Zona Residencial na atual Zona Noroeste. Essa medida ao longo de tempo, deixou os prédios da praia tortos, virando até uma atração turística   

No âmbito federal, em 1964 era fundado o Banco Nacional da Habitação – BNH, reconhecido como a primeira política de habitação implementada para todo país. Desenvolvido nas concepções do estado desenvolvimentista, o BNH estimulava a caderneta de poupança e a produção de bens de consumo, dentre eles a própria produção imobiliária.



Foi por meio desta política que foram construídas por uma Cooperativa , as 2.800 unidades do Conjunto Castelo Branco, conhecido como Conjunto do BNH, no bairro Aparecida, na Zona da Orla.


No ano seguinte, em 1965, é criada a Companhia de Habitação da Baixada Santista – COHAB-ST, empresa de economia mista, cujas prefeituras são as acionistas e que visa à construção de moradias populares para atender o déficit habitacional na região. A primeira grande intervenção foi a construção de 636 casas no Jardim Castelo, bairro Areia Branca, na Zona Noroeste.


Em 1968, o primeiro Plano Diretor Físico do Município é aprovado dentro das concepções tecnicistas daquela fase. Foi um plano bastante completo e que introduziu questões nunca antes estabelecidas. Com o grande crescimento populacional, a densidade demográfica passa a ser levada em conta, sendo definidos limites por hectare. Vale lembrar que a população do município crescera em torno de 74% em apenas duas décadas: em 1950, o censo do IBGE registrou 194.968 habitantes e em 1.970, 339.905 habitantes.


Seguido deste 1º Plano Diretor, na mesma data foi aprovada a primeira norma disciplinadora da Macrozona Morros, onde a prática da autoconstrução era comum, seguidos dos chalés, moradias econômicas e vilas e, justamente onde estavam as maiores áreas com restrições geológico-geotécnicas e ambientais, com registros de graves acidentes.


Por conta destas ocorrências, inclusive, foi elaborada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, em 1970, a primeira Carta Geotécnica da América Latina, para o maciço da área insular de Santos, que mapeava por um gradiente de cores, as áreas com maior grau de risco geológico, impróprias à ocupação até as mais apropriadas. 


Neste cenário, o município de Santos já contava com uma ocupação urbana bastante consolidada e intenso crescimento populacional. A empresa de economia mista Progresso e Desenvolvimento de Santos – Prodesan, juntamente com o Escritório de urbanismo chamado Grupo 5, apresenta em duas etapas, em 1976 e 1978, o chamado Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado – PDDI, que fazia uma análise de leis anteriores, apresentava extenso diagnóstico e elaborava diretrizes para orientar um adequado crescimento físico e econômico, com bastante foco na questão dos usos comerciais e de serviços, visto que eram atividades que estavam em alta no município e considerando Santos como polo de abastecimento da atual região metropolitana da Baixada Santista   


Por outro lado, seguindo a tendência urbanística da época, de promover usos monofuncionais, o Plano passa a proibir o uso residencial no Centro, dando início ao processo de esvaziamento daquela região. O que foi uma tremenda bobagem.


Ainda no final da década de 1980, com a promulgação da Constituição Federal em 1988, que estabelece em seu artigo 182 que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.


A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, ou seja, quando atende aos usos permitidos pela legislação municipal e o Plano Diretor passa a ser obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, sendo reconhecido como o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. 

A partir de 1998, consolida-se a ideia de um Plano Diretor municipal mais voltado às diretrizes, princípios e objetivos, caracterizando uma fase conhecida como a dos “planos sem mapas" quepassa a permitir o uso residencial no Centro, após 30 anos de proibição. 


A lei que levou os prédios santistas às alturas é a 312, de 1998, que trata de alteração das regras de ocupação do solo. Antes da nova legislação, na orla, por exemplo, houve um tempo em que os prédios não podiam ultrapassar os 17 ou 18 andares. Posteriormente,esse limite foi fixado em14 andares.

Mas foi só depois da lei de1998 que o panorama mudou mesmo. A primeira grande novidade foi a introdução de um percentual máximo de ocupação dos terrenos.Na orla, é de 40%. Ou seja, em um lote de mil metros quadrados, por exemplo, a base da construção nãopode ultrapassar os 400 metros quadrados.


Por outro lado, o chamado coeficiente de aproveitamento possibilita uma relação mais livre entre a área do terreno e a altura do prédio. Assim, nesse mesmo lote de milmetros quadrados da orla, a área construída pode ser de cinco mil metros quadrados. O resultado dessa conta são edifícios mais altos e mais estreitos. Devido ao solo de Santos os prédios estão sendo feita com fundação profunda.


Para ilustrar, imagine uma caixa de fosforo, antes, com a restrição da altura, os prédios eram construídos como se a caixa estivesse deitada. Quando liberou, pegamos a caixinha e colocamos em pé. 

 

Outra mudança é em relação aos espaços comuns.O prédio tem que ter uma área de lazer mínima, com piscina e quadra, área de fitness e um lugar para receber os amigos, já que os apartamentos são pequenos.


Os prédios mais altos exigem uma fundação mais profunda –o que encarece a obra. “Em volume de concreto, o que é gasto em uma fundação mais profunda é praticamente o mesmo que é gasto na construção do edifício.


Apesar de gastarem mais, as construtoras também acabam tendo um retorno maior. Pois os apartamentos mais altos vão subindo de preço e são os que são vendidos mais rápido.


Em 2001, também sobre forte pressão popular, é aprovado o Estatuto da Cidade, que estabelece todos os instrumentos urbanísticos a serem utilizados pelos municípios na aplicação de suas políticas urbanas e Santos incorporará boa parte destes.


Em 2003, a região central também é objeto de uma política urbana, implementada no chamado Programa de Revitalização e Desenvolvimento da Região Central Histórica de Santos - Programa Alegra Centro, com objetivo de resgatar a vitalidade do Centro, promovendo de um lado, pela administração pública, incentivos fiscais, projetos de embelezamento, eventos públicos e estudos para melhoria do transportes de massa e, de outro, pelos proprietários locais a restauração dos imóveis de interesse histórico.



No cenário nacional, assim como o BNH na década de 1960, o Programa federal Minha Casa, Minha Vida - MCMV26, em 2009, traz um fôlego à produção voltado a demanda habitacional existente no país. Entretanto, em Santos, a principal faixa a ser atendida, a chamada Faixa 1, não consegue acesso pelo Programa, visto que o valor da terra no município é bastante alto, criando valores de prestação e, sobretudo, de entrada nos financiamentos que inviabilizaram a sua produção.



Para esta Faixa 1 apenas 1 empreendimento foi executado para o município, e ainda assim, localizado no município de São Vicente e graças ao complemento vindo do estado, por meio da Companhia Habitacional de Desenvolvimento Urbano – CDHU, no Conjunto Tancredo Neves III, onde foram construídas 1.120 unidades.   

Também em 2013 é aprovado novo Plano Diretor, que além de princípios e diretrizes, traz alguns pontos mais objetivos como, por exemplo, a criação das chamadas Áreas de Adensamento Sustentável  , eixos onde existe infraestrutura e transporte de massa adequados para promoção do adensamento populacional.



São estabelecidas as faixas de renda para a Habitação de Interesse Social – HIS e Habitação de Mercado Popular – HMP e a previsão de integração dos cadastros das famílias atendidas pelos projetos de provisão e de regularização fundiária, impedindo a duplicidade de atendimento. 


Já a Lei de Uso e Ocupação do Solo - LUOS, não reduz índices construtivos, mas regulamenta pontos importantes, como a dispensa de vagas para os empreendimentos residenciais nas Áreas de Adensamento Sustentável, nas Zonas Especiais de Renovação Urbana do Valongo e Paquetá e nas Áreas de Proteção Cultural


Para os empreendimentos residenciais é obrigatório o mínimo de 1 vaga por unidade habitacional, o que consequentemente aumenta o valor da unidade. 


Em 2019 aprova-se o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, que traz vários dispositivos voltados à priorização do pedestre e do transporte coletivo. O Plano define dentre seus sistemas, um sistema peatonal, composto pelas passagens, que são vias de uso público, destinadas a pedestres, de propriedade pública ou particular, pelas rotas preferenciais de pedestres e vias exclusivas de pedestres e pelas ruas compartilhadas, estabelecendo os respectivos prazos para elaboração dos planos específicos.  


Referências>

https://orgulhodeserpaulista.blogspot.com/2017/08/canais-de-santos-historia-de-um.html

Prefeitura Municipal de Santos.


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AULA 03   Voltar


PLANO DIRETOR E ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

● Compreender o conceito e a importância do Orçamento Participativo;


● Analisar o papel do Plano Diretor na organização do espaço urbano;


● Relacionar as práticas de Orçamento Participativo e Plano Diretor no contexto da gestão urbana.


Ao assistir o vídeo abaixo,  elabore um lista das siglas que aparecem no vídeo; em seguida, pesquise seus significados. Compartilhe com a sala a sua pesquisa.

O desenvolvimento urbano é um desafio constante, especialmente em um mundo onde as cidades são epicentros de crescimento e mudança. Nesse contexto, o Plano Diretor e o Orçamento Participativo emergem como instrumentos-chave na construção de cidades mais sustentáveis, inclusivas e alinhadas com as necessidades reais de suas comunidades.


O Plano Diretor, também conhecido como Plano de Desenvolvimento Urbano, é um documento estratégico que estabelece diretrizes para o crescimento ordenado das cidades. Ele contempla aspectos como uso do solo, infraestrutura, mobilidade e preservação ambiental, fornecendo uma visão de longo prazo para o desenvolvimento urbano.


O Plano Diretor é fundamental para evitar o crescimento desordenado, promover a eficiência na utilização dos recursos e garantir a qualidade de vida dos habitantes.


Conteúdo do Plano Diretor: o Plano Diretor abrange diversos aspectos, como o zoneamento, o parcelamento do solo, a infraestrutura urbana, o meio ambiente, entre outros.


Ele visa assegurar que o crescimento urbano ocorra de maneira ordenada e atenda às necessidades da população.


Importância: a importância do Plano Diretor reside na perspectiva de evitar ou diminuir a desordem urbana, controlar a especulação imobiliária e garantir o bem-estar da comunidade. Ele representa um compromisso com o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida dos cidadãos.

Confira que, cada Macrozona de Santos, tem as suas particularidades e necessidades.


MACROZONA LESTE


MACROZONA CENTRO


MACROZONA NOROESTE


MACROZONA MORROS


MACROZONA CONTINENTAL 01


MACROZONA CONTINENTAL 02

MACROZONA ESTUÁRIO E CANAIS FLUVIAS


Com a orientação do seu professor, após observar o mapa anterior e as fotos relativos as Macrozonas de Santos, responda à questão.


1. Na sua opinião, qual é o papel do Plano Diretor no desenvolvimento urbano e como suas diretrizes contribuem para a criação de cidades mais sustentáveis e alinhadas com as necessidades das comunidades locais?


O Orçamento Participativo é uma ferramenta democrática que permite aos cidadãos influenciarem diretamente nas decisões sobre a alocação de recursos públicos. Ao envolver a comunidade no processo de tomada de decisões financeiras, o Orçamento Participativo busca garantir que as prioridades reflitam as reais necessidades da população. Esse processo não apenas fortalece a participação cidadã, mas também promove a transparência e a accountability (pode ser traduzido como controle, fiscalização, responsabilização ou, ainda, prestação de contas) na gestão pública.


Funcionamento:


O processo do Orçamento Participativo inicia-se com a coleta de propostas da comunidade para melhorias na cidade.


Após a análise técnica, as propostas são apresentadas em assembleias, nas quais os cidadãos podem votar nas ações prioritárias. ]


As propostas mais votadas são então incorporadas ao orçamento municipal.


Benefícios: os benefícios do Orçamento Participativo são vastos.


Além de promover a transparência e a accountability, ele fortalece a democracia ao permitir que a população influencie diretamente nas decisões que afetam suas vidas.


Quando integrados, o Plano Diretor e o Orçamento Participativo criam uma sinergia poderosa.


O Plano Diretor fornece as diretrizes gerais para o desenvolvimento sustentável, enquanto o Orçamento Participativo traduz essas diretrizes em ações concretas, alinhadas com as demandas da comunidade.


Essa abordagem integrada não apenas otimiza a utilização dos recursos, mas também fortalece a conexão entre governantes e cidadãos.

O sucesso dessa combinação depende da efetiva participação da comunidade desde as fases iniciais do planejamento.


Consultas públicas, audiências e mecanismos de engajamento são essenciais para garantir que as vozes de todos os setores da sociedade sejam ouvidas.


Além disso, é necessário um esforço contínuo para educar a população sobre a importância desses instrumentos na construção de cidades mais justas e equitativas.

Nesta atividade prática, proporcionaremos uma simulação de uma assembleia de Orçamento Participativo, permitindo que os estudantes participem do processo decisório coletivo.


Suponhamos que a escola tenha para ano que vem o orçamento de 500 mil reais. Dividam-se em grupos e definam:


Quanto dessa verba será usada para a manutenção da escola (salas de aula, pátio, quadra, banheiros, muros, etc.), e onde será usada a verba destinada.


Quanto dessa verba será usada em investimento na compra de  novos equipamentos.


Quanto dessa verba será usada para o incentivo a cultura (festas comemorativas, teatro, museus, etc.)

Cada grupo deverá elaborar propostas para investimentos na escola de acordo com as necessidades identificadas. 


Deverão também preparar uma breve apresentação para defender suas propostas durante a simulação da assembleia.


Obs.: Destaque a relevância, os benefícios e a sustentabilidade das propostas escolhidas.


Após as apresentações, os participantes realizarão a votação para determinar as prioridades de investimento. Este momento reflete a essência do Orçamento Participativo, em que as decisões são tomadas de forma democrática e inclusiva.


O que aprendemos hoje:


- Definição de Orçamento Participativo e Plano Diretor;


- A importância do Orçamento Participativo;


- Práticas de Orçamento Participativo e Plano Diretor no contexto da gestão urbana.


Fonte> https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/104508/607049.pdf


Confira o orçamento participativo de Santos do ano de 2021.




AULA 04   Voltar


PARTICIPANDO DA CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

CONTEÚDO


● Definição de políticas públicas;

● Significado e importância da participação cidadã;

● Instrumentos disponíveis para a participação cidadã. 


OBJETIVOS


● Compreensão do conceito de Políticas Públicas;

● Identificação dos mecanismos de participação;

● Reconhecer as diferentes formas de participação cidadã.


Assista ao vídeo! Em seguida, elabore uma lista com as políticas públicas que interferem em seu cotidiano.


Conforme definição corrente, políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição. (POLITIZE!)


ASSISTA AO VÍDEO


O termo “políticas públicas” pode ser interpretado de duas maneiras distintas. No sentido político, refere-se a um processo decisório sujeito a conflitos de interesses, em que o governo decide quais ações tomar. Já no sentido administrativo, políticas públicas representam um conjunto de projetos, programas e atividades implementados pelo governo. 



O processo decisório das políticas públicas está sujeito a conflitos de interesses.

O prédio acima é um marco dos livros de geografia, usado a exaustão como símbolo da desigualdade social, pois fica ao lado da Comunidade de Paraisópolis. Entretanto, seus dias de glória ficaram para trás, veja a situação dele agora. VEJA AQUI


Uma política pública pode integrar tanto uma política de Estado quanto uma política de governo. É essencial compreender a diferença entre ambas: uma política de Estado é aquela que deve ser realizada independentemente do governo ou governante, pois é respaldada pela Constituição. Em contraste, uma política de governo pode depender da mudança de poder, uma vez que cada governo tem seus próprios projetos que se traduzem em políticas públicas.


As políticas públicas têm impacto em todos os cidadãos, independentemente de sua escolaridade, sexo, raça, religião ou status social. Com o aprofundamento e a ampliação da democracia, as responsabilidades dos representantes populares se tornaram mais diversificadas.



Congresso Nacional em Brasília. Local onde são criadas e votadas propostas e leis que compõem as políticas públicas no Brasil. 


Pode-se afirmar que a função dos representantes políticos é promover o bem-estar da sociedade. Esse bem-estar está intrinsecamente ligado à implementação eficiente de ações nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança. Em outras palavras, é necessário considerar a qualidade de vida da população de forma abrangente, tendo em conta as diferenças e diversidade dessa população


Em grupos, conforme a orientação do professor, discutam a questão. Como a distinção entre política de Estado e política de governo impacta a continuidade e a estabilidade das políticas públicas em um país? Em seguida, debatam com a sala as discussões realizadas pelos grupos.


Como a distinção entre política de Estado e política de governo impacta a continuidade e a estabilidade das políticas públicas em um país? Durante a discussão, espera-se que se perceba que a diferença entre esses dois tipos de políticas públicas afeta a continuidade das mesmas.


Isso porque, no caso das políticas de Estado, elas são respaldadas pela Constituição, e se tornam mais estáveis em relação às mudanças de governo. Já as políticas públicas de governo correspondem às medidas e às propostas da administração em curso, podendo ser descontinuadas na transição de poder. E isso afeta diretamente a constância e a estabilidade das diretrizes adotadas pelo Estado.


Como participar da elaboração de políticas públicas?


A participação na elaboração de políticas públicas é um direito e uma responsabilidade dos cidadãos em uma sociedade democrática. Contribuir para a definição e a implementação de políticas que afetam a comunidade é fundamental para garantir que as decisões governamentais reflitam as necessidades e as aspirações da população. Existem várias maneiras pelas quais os cidadãos podem participar ativamente nesse processo:

Participação em consultas públicas


A participação em consultas públicas proporciona aos cidadãos uma plataforma para expressar suas opiniões e influenciar as decisões governamentais. Esse processo democrático se desdobra em diversas formas, como reuniões presenciais, questionários on-line e outras iniciativas destinadas a coletar o feedback dos cidadãos. As consultas públicas servem como um canal direto de comunicação entre os governos e os cidadãos, permitindo que estes últimos desempenhem um papel ativo na construção das políticas públicas. 

Fóruns comunitários


O engajamento em fóruns comunitários, em reuniões de bairro e em outras atividades locais desempenha um papel vital no fortalecimento da coesão social e na construção de comunidades mais inclusivas. Esses espaços proporcionam aos cidadãos uma plataforma para discutir questões pertinentes, expressar suas preocupações e colaborar na busca por soluções que atendam às necessidades específicas de diferentes comunidades.


Uso de mídias sociais


O uso de mídias sociais na esfera política tem transformado significativamente a maneira como os cidadãos interagem, expressam opiniões e participam ativamente do cenário político. As plataformas se tornaram ferramentas poderosas que transcendem as barreiras geográficas, proporcionando uma arena global para as discussões políticas, a sensibilização e a informação da comunidade, e interações diretas com os responsáveis pela formulação de políticas.

Uma das características mais marcantes das mídias sociais é a capacidade de democratizar a expressão de opiniões e o acesso à informação. Cidadãos comuns agora têm um megafone virtual ao seu alcance, permitindo que compartilhem suas perspectivas sobre questões políticas, sociais e culturais de maneira instantânea e ampla. 


http://www.edemocracia.leg.br/

O portal e-Democracia foi criado em 2009 para o uso de deputados e comissões temáticas, com os objetivos de ampliar a participação social no processo legislativo e aproximar cidadãos e seus representantes, por meio da interação digital. 


Em grupos, acessem o portal https://www.camara.leg.br/enquetes/ e pesquisem um tema do interesse do grupo que está sendo discutido na Câmara dos Deputados.


Discutam no grupo: Como a sociedade pode participar da formulação das políticas públicas? O grupo conhece outras formas de participar? Com a orientação do seu professor, mostrem para a sala as discussões do grupo.


O QUE APRENDEMOS HOJE


● Definição do que são políticas públicas e sua importância na sociedade;


● Compreensão do significado e da importância da participação cidadã como um pilar da democracia;


● Reconhecimento do papel ativo que os cidadãos podem desempenhar no processo de formulação de políticas públicas.


Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/104516/611492.pdf


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ADENDO:  É preciso muito cuidado no uso das mídias sociais, se vc tiver dúvidas entre o que é liberdade de expressão e o que é crime. ACESSE AQUI




AULA 05   Voltar


 Como as comunidades tradicionais transformam a paisagem e o território I 

CONTEÚDO


● Como as comunidades tradicionais moldaram a paisagem e o território ao longo do tempo.


OBJETIVOS


● Compreender como as comunidades tradicionais moldaram a paisagem e o território ao longo do tempo;


● Analisar exemplos específicos de práticas sociais, econômicas e culturais que impactaram a geografia das comunidades tradicionais.


Assistam ao vídeo "Cientistas tentam decifrar o significado dos Sambaquis do litoral de Santa Catarina". 

Responda: 


Qual era o propósito principal dos sambaquis para os povos originários que os construíram ao longo da costa do Brasil?


Em seguida, mostre para a sala a sua resposta.


As comunidades tradicionais têm uma influência significativa na paisagem e no território ao longo do tempo, produzindo transformações que são, frequentemente, moldadas por suas práticas culturais, sistemas econômicos e tecnologias disponíveis.


SAMBAQUI FIGUEIRINHA - SC


Construções e arquitetura: as comunidades tradicionais desenvolvem estilos arquitetônicos distintos que refletem suas necessidades culturais e climáticas. Aldeias, cidades e estruturas religiosas moldam a paisagem, muitas vezes, utilizando materiais locais disponíveis. A disposição dessas construções pode refletir crenças sociais e religiosas, criando padrões únicos na paisagem.


ALDEIA INDÍGENA


Agricultura e uso da terra: muitas comunidades tradicionais dependem da agricultura como principal meio de existência. Isso leva à transformação da paisagem por meio da criação de campos agrícolas, sistemas de irrigação e técnicas de cultivo específicas. A forma como a terra é usada para a agricultura influencia diretamente a paisagem.


COLETORA DE AÇAI


Modificações culturais: locais sagrados e rituais culturais, frequentemente, deixam uma marca na paisagem. Monumentos, altares e locais de culto são construídos, e esses elementos tornam-se parte integrante da paisagem, muitas vezes, moldando a forma como as pessoas interagem com o ambiente ao seu redor.


Nos equinócios, a incidência do Sol provoca uma sombra que, para os Maias, era o Deus Kukulcán ou “A Serpente Emplumada” - Templo Kukulcán

 

Responda à questão.


Explique como a arquitetura, em comunidades tradicionais, reflete não apenas as necessidades práticas, mas também as características culturais.


Em seguida, mostre para a sala a sua resposta.


Agora vamos ver exemplos de transformações da paisagem.


Os Incas foram uma civilização indígena pré-colombiana que floresceu na região dos Andes, na América do Sul, entre os séculos XV e XVI. Eles construíram um império impressionante que se estendia por milhares de quilômetros, abrangendo partes do que hoje são o Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Chile e Argentina. Uma das mais notáveis realizações dos Incas é a cidade de Machu Picchu, que contava com sistemas de abastecimento de água considerados desenvolvidos para a época. Ela é um dos sítios arqueológicos mais fascinantes e mais bem preservados do mundo.


MACHU PICCHU - PERU

Machu Picchu, que significa "Montanha Velha" na língua quechua, foi construída no século XV, durante o reinado do imperador inca Pachacuti. A cidade está localizada a cerca de 2.400 metros acima do nível do mar, nas encostas dos Andes peruanos. A escolha do local para a construção de Machu Picchu não foi apenas estética; também havia implicações estratégicas, pois a cidade foi construída em um local de difícil acesso, o que contribuiu para sua preservação ao longo dos séculos.


MACHU PICCHU

A civilização inca também era conhecida por suas realizações em engenharia e infraestrutura. Um complexo sistema de terraços agrícolas foi construído nas encostas das montanhas, permitindo a produção de alimentos em um ambiente montanhoso. Estradas bem desenvolvidas conectavam Machu Picchu a outras partes do vasto império inca.


TERRAÇOS AGRÍCOLAS DE MACHU PICCHU


Os Uros são um povo précolombiano que habita as ilhas flutuantes do Lago Titicaca, localizado na fronteira entre o Peru e a Bolívia, na região dos Andes. Eles são conhecidos por sua cultura única e por viverem de maneira bastante peculiar, construindo e habitando ilhas feitas de totora, uma planta aquática que cresce abundantemente nas águas do lago. 


ILHAS FLUTUANTES DO LAGO TITICACA

As ilhas flutuantes são estruturas artificiais construídas a partir de blocos compactos de raízes e plantas de totora. Os Uros criam essas ilhas flutuantes para escapar de conflitos com outras tribos e, também, para evitar o risco de serem conquistados por grupos étnicos mais poderosos.


ILHAS FLUTUANTES DO LAGO TITICACA


Com a orientação do professor, responda às questões:


Na sua opinião, quais são as alterações visíveis na paisagem proporcionadas pelo modo de vida?


Qual é a relação entre o modo de vida e a natureza?


Como o seu modo de vida altera a paisagem?


O QUE APRENDEMOS HOJE


● Como as sociedades tradicionais moldaram a paisagem e o território ao longo do tempo;


● Exemplos específicos de práticas sociais, econômicas e culturais de comunidades tradicionais que modificaram as paisagens


Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/104518/610337.pdf


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AULA 06   Voltar


 Como as comunidades tradicionais transformam a paisagem e o território II 

CONTEÚDO


● Como as comunidades tradicionais moldaram a paisagem e o território ao longo do tempo;


● Consequências das alterações realizadas pelas comunidades.


OBJETIVOS


● Analisar exemplos específico s de práticas sociais, econômicas e culturais de comunidades tradicionais que modificaram as paisagens.


LEIA O TEXTO


Império Khmer – Camboja

]

Fundado no século IX, Angkor Wat emergiu como um dos maiores centros urbanos pré-industriais globalmente reconhecidos. Este local monumental abrigava o próspero Império Khmer, renomado por sua opulência, expressões artísticas e arquitetura grandiosa, incluindo intrincados sistemas de canais e reservatórios de água. 


Apesar de sua imponente infraestrutura, a cidade começou a enfrentar declínio no século XV, impulsionado por uma crise hídrica e pela exploração desenfreada dos recursos naturais. 


A ILHA DE PÁSCOA


A Ilha de Páscoa, conhecida localmente como Rapa Nui, situa-se no meio do Oceano Pacífico, a cerca de 3.700 km da costa oeste do Chile, país ao qual pertence. Essa remota ilha vulcânica é famosa por suas enigmáticas estátuas de pedra, chamadas moai, que atraem a atenção de visitantes e pesquisadores de todo o mundo.


A história da Ilha de Páscoa é rica e intrigante. Acredita-se que tenha sido colonizada por povos polinésios por volta do século IV ou V d.C., embora o isolamento geográfico tenha levado a uma cultura única. A civilização que floresceu na ilha desenvolveu uma forma de escrita chamada rongorongo, que permanece indecifrável até hoje.


RONGORONGO


No entanto, o aspecto mais icônico da Ilha de Páscoa é a presença dos moai. Essas estátuas de pedra, esculpidas a partir da rocha vulcânica local, variam em tamanho, algumas alcançando até 20 metros de altura e pesando várias toneladas. O mistério em torno da construção e do transporte dessas estátuas gigantes tem intrigado arqueólogos e cientistas por décadas. A teoria mais aceita sugere que foram movidas por meio de um sistema de alavancas e cordas.


MOAIS MAIS CONHECIDOS DA ILHA DE PÁSCOA


VULCÃO RANO RARAKU - ILHA DE PÁSCOA


MOAI EM CONSTRUÇÃO NO VULCÃO RANO RARAKU


O QUE ACONTECEU COM CIVILIZAÇÃO DA ILHA DE PASCOA?


A teoria mais aceita para explicar o declínio dos habitantes da Ilha de Pascoa argumenta que a construção dos moais teria sido responsável por esgotar todos os recursos naturais da ilha, o que acabou por destruir a sua própria civilização. Uma área muito grande da ilha foi desmatada para a produção de alimentos, para sustentar uma população de 15 mil habitantes. Por ambição, competição ou falta de conhecimento, os nativos não conseguiram utilizar de forma racional seus recursos naturais.


NA PRÁTICA


Em grupos, conforme a orientação do professor, dialoguem com os seus colegas sobre as consequências da utilização, de forma insustentável, dos recursos naturais pelos habitantes da Ilha de Páscoa.


Faça uma paralelo com a sociedade contemporânea, incluindo as formas de utilização dos recursos naturais pela nossa sociedade.


Apesar de muitos exemplos do passado, a utilização inadequada dos recursos naturais ainda é uma realidade na sociedade contemporânea. Elabore uma lista de exemplos que você conhece de ações de atividades humanas que causam impactos negativos.


A PEGADA ECOLÓGICA: NOSSA MARCA NO PLANETA


A preocupação com o meio ambiente tornou-se uma pauta central nas discussões globais, e a noção de "pegada ecológica" emergiu como um indicador crucial para avaliar o impacto ambiental das atividades humanas.


A pegada ecológica representa a quantidade de recursos naturais necessários para sustentar o estilo de vida de uma pessoa, comunidade ou nação, levando em consideração a produção de bens e serviços, assim como o gerenciamento dos resíduos gerados.

O crescente aumento da população mundial e a demanda por recursos naturais têm levado a uma exploração desenfreada dos ecossistemas, resultando em mudanças climáticas, perda de biodiversidade e degradação do solo. A pegada ecológica fornece uma maneira de quantificar esse impacto, oferecendo insights valiosos sobre como nossas escolhas diárias afetam diretamente o equilíbrio ambiental.

O consumo excessivo, a produção de alimentos em larga escala e o uso indiscriminado de energia são fatores que contribuem significativamente para uma pegada ecológica elevada. Reduzir essa pegada tornou-se uma prioridade urgente, requerendo a adoção de práticas sustentáveis em diversos setores, desde a indústria até os hábitos individuais.



A opção por fontes de energia renovável, o consumo consciente, a minimização do desperdício e a preferência por produtos eco-amigáveis são maneiras tangíveis de reduzir nossa pegada ecológica. Além disso, a promoção de tecnologias verdes e a implementação de políticas sustentáveis são essenciais para transformar sistemas econômicos e industriais.

Países e comunidades estão cada vez mais estão reconhecendo a importância de monitorar e reduzir suas pegadas ecológicas. Isso faz com que o poder público elabore estratégias, tais como a preservação de áreas verdes, o reflorestamento e a implementação de práticas agrícolas sustentáveis, que estão sendo adotadas globalmente para mitigar os danos ambientais e criar um equilíbrio mais harmonioso entre as atividades humanas e a natureza.


Vamos calcular qual a nossa pegada ecológica!


https://www.footprintcalculator.org/sponsor/wb/wb_pt


APLICANDO


Faça um exercício de imaginação com os seus colegas.


a) Em grupo, escrevam uma carta para os presidentes atuais de países do G7, com a temática da sustentabilidade, alertando para as consequências do uso irracional dos recursos naturais.


b) Aproveitem o exercício para elaborar uma carta para os habitantes do futuro, sobre como deixamos o mundo para eles.


Não esqueçam de, nos seus argumentos, relatar as questões sobre a Revolução Industrial e Tecnológica.


O QUE APRENDEMOS HOJE?


● As consequências das alterações para as comunidades tradicionais.


Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/104594/609676.pdf


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AULA 07   Voltar


Produção de energia e impactos socioambientais I


CONTEÚDO


● Impactos causados pela exploração de combustíveis fósseis;


● Impactos causados pela utilização da energia nuclear.


OBJETIVOS


● Compreender os principais métodos de produção de energia;


● Analisar os impactos socioambientais associados a cada método de produção de energia.


Observe o gráfico a seguir:


Oferta interna de energia no Brasil – 2022 (%)

Em seguida, responda em seu caderno.


1. Faça uma lista das atividades que você realiza em seu cotidiano que utilizam energia.


2. Segundo o gráfico, quais são as principais fontes de energia no Brasil?


A produção de energia desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico e social, proporcionando a base para o funcionamento de diversas atividades humanas. No entanto, a geração de energia também está intrinsecamente ligada a impactos socioambientais significativos, que variam de acordo com as fontes de energia utilizadas.


GERAÇÃO TERMELÉTRICA


Impactos ambientais causados pelas fontes de energia não renováveis


Uma das fontes mais tradicionais de geração de energia é a queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural. Embora essa abordagem tenha sido historicamente eficaz para atender à crescente demanda global por eletricidade, ela acarreta sérios impactos ambientais, incluindo a emissão de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2 ) e outros poluentes atmosféricos. Essas emissões contribuem significativamente para as mudanças climáticas e para a poluição do ar, afetando diretamente a qualidade de vida das comunidades próximas a essas fontes de geração.


MINERAÇÃO DE CARVÃO A CÉU ABERTO

A exploração de combustíveis fósseis frequentemente envolve processos de extração massivos, como a mineração de carvão ou a perfuração de poços de petróleo. Essas atividades podem resultar em danos irreversíveis aos ecossistemas locais, destruindo hábitats naturais, poluindo as águas e causando a perda de biodiversidade. Além disso, acidentes durante essas operações, como vazamentos de óleo, têm o potencial de causar desastres ambientais de grande escala, impactando ecossistemas marinhos e terrestres.


ENERGIA NUCLEAR


A energia nuclear é uma fonte controversa de geração de eletricidade e suscita debates intensos devido aos seus impactos socioambientais. Enquanto oferece uma fonte de energia altamente eficiente e de baixas emissões de carbono, a energia nuclear também apresenta desafios significativos relacionados à segurança e à gestão de resíduos radioativos, além de gerar preocupações com a saúde pública.

Um dos principais impactos sociais da energia nuclear está relacionado à segurança.


Acidentes nucleares notórios, como os de Chernobyl, em 1986, e Fukushima, em 2011, destacaram os riscos associados à operação de usinas nucleares. Esses eventos resultaram em evacuações massivas, causaram impactos na saúde das populações afetadas e ocasionaram a criação de zonas de exclusão de longa duração.


USINA NUCLEAR DE CHERNOBYL


ACIDENTE NUCLEAR EM FUKUSHIMA


Além disso, a gestão de resíduos radioativos é um desafio significativo associado à energia nuclear. O material nuclear usado nas usinas permanece perigoso por milhares de anos, exigindo soluções de armazenamento seguro a longo prazo. A falta de consenso sobre métodos seguros de disposição final de resíduos nucleares resultou em preocupações e resistência por parte de comunidades, que não querem se tornar locais de armazenamento.

DEPÓSITO DE MATERIAL RADIOATIVO


EXTRAÇÃO DE GÁS DE XISTO


A extração de gás de xisto por meio da técnica de fraturamento hidráulico, conhecida como fracking, tem sido uma prática altamente debatida devido às suas implicações ambientais, econômicas e sociais. O gás de xisto é uma fonte de energia não convencional que se tornou mais acessível com avanços tecnológicos, mas sua exploração levanta sérias preocupações.

O fracking envolve a injeção de grandes volumes de água misturada com produtos químicos e areia em poços de gás de xisto para criar fraturas nas rochas, permitindo que o gás seja liberado e extraído. Essa técnica oferece uma fonte significativa de gás natural, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis convencionais. No entanto, os ambientalistas levantam diversas preocupações.


Uma das principais questões ambientais está relacionada ao consumo massivo de água.


O processo de fracking requer enormes volumes de água, o que pode levar à escassez em regiões já propensas à seca. Além disso, a mistura de água, produtos químicos e areia utilizada pode contaminar aquíferos subterrâneos, afetando a qualidade da água potável.


Os riscos sísmicos também são uma preocupação significativa. A injeção de água sob pressão pode induzir terremotos, embora geralmente de baixa magnitude. Esses eventos podem causar danos estruturais e aumentar a desconfiança da comunidade em relação à segurança do fracking.

Do ponto de vista econômico, o fracking pode trazer benefícios consideráveis. A produção de gás de xisto tem o potencial de impulsionar a economia, gerando empregos e reduzindo a dependência de importações de gás. No entanto, os custos associados à remediação ambiental e à saúde pública devido à contaminação podem contrabalançar esses benefícios. A polarização em torno do fracking ilustra a necessidade de um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental.


Em seu caderno, responda à questão.


Um país está considerando a expansão significativa da extração de gás de xisto como parte de sua estratégia energética. Essa decisão tem sido apoiada por argumentos econômicos, destacando a criação de empregos, a redução da dependência de fontes estrangeiras e o aumento da produção de energia. Diante desse cenário, qual das seguintes questões seria mais relevante para ser investigada antes de se tomar uma decisão sobre a expansão da extração de gás de xisto?



a) Como a extração de gás de xisto pode contribuir para a diversificação da matriz energética do país?


b) Quais são os métodos mais eficazes para a mitigação dos impactos ambientais associados à extração do gás de xisto?


c) Quais são os potenciais impactos na saúde humana relacionados à exposição a produtos químicos utilizados no fraturamento hidráulico?


d) A expansão da extração de gás de xisto pode resultar em uma diminuição das tarifas de energia para os consumidores domésticos?


Correção 


Alternativa c) Quais são os potenciais impactos na saúde humana relacionados à exposição a produtos químicos utilizados no fraturamento hidráulico? 


O QUE APRENDEMOS HOJE?


● Os impactos causados pela exploração de combustíveis fósseis;


● Os impactos causados pela utilização da energia nuclear.



AULA 08   Voltar


Produção de energia e impactos socioambientais II


CONTEÚDO


● Impactos associados à produção de energia por meio de hidrelétricas.


OBJETIVOS


● Analisar os principais impactos associados à produção de energia por meio de hidrelétricas.

Você sabia que o Brasil já teve uma das maiores quedas d'água do mundo em termos de volume?


Assista ao vídeo!

Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, resenha energética brasileira 2023


As Sete Quedas, também conhecidas como Sete Quedas do Rio Paraná (em espanhol: Saltos del Guairá), detinham o título de serem as maiores quedas d'água do mundo em termos de volume, com impressionantes 13,3 mil metros cúbicos por segundo. Esse volume era o dobro do volume das Cataratas do Niágara, na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá, e treze vezes maior do que o volume das Victoria Falls, na Zâmbia.

O estrondoso som das quedas podia ser ouvido a uma distância de até 30 quilômetros, enquanto o canal principal se estendia por 4 quilômetros, com profundidades variando entre 140 e 170 metros. Essas majestosas quedas eram compostas por dezenove saltos, agrupados em sete conjuntos, o que justificava a denominação Sete Quedas.


Além de sua grandiosidade natural, as quedas eram um grande atrativo turístico, transformando Guaíra, local onde as cachoeiras se encontravam no território brasileiro, na cidade mais visitada do Brasil, superando até mesmo o Rio de Janeiro em popularidade.


Após assistirem ao vídeo e ler os textos anteriores, discutam a questão. Em seguida, respondam:


Elabore uma lista de impactos (negativos e positivos) sobre assunto tratado no vídeo, justifiquem porque os impactos são positivos ou negativos, ou seja, explicando a consequência desses impactos.


Em seguida, sob a orientação de seu professor, mostre para a turma sua produção.


A construção de hidrelétricas, embora seja uma fonte de energia renovável amplamente utilizada em todo o mundo, também está associada a diversos impactos negativos, tanto ambientais quanto sociais. Esses impactos levantam preocupações significativas, especialmente em relação à sustentabilidade e à preservação dos ecossistemas fluviais.


Veja como funciona uma hidrelétrica no vídeo abaixo 


IMPACTOS AMBIENTAIS DAS HIDRELÉTRICAS


Alterações nos ecossistemas aquáticos A construção de barragens e represas altera significativamente o fluxo natural dos rios, impactando de forma negativa os ecossistemas aquáticos.


A modificação do curso dos rios pode resultar na perda de habitats naturais, afetando a reprodução de peixes e outras espécies aquáticas. A migração de peixes (piracema), em particular, é frequentemente prejudicada, o que pode levar à redução das populações e até mesmo à extinção de certas espécies.


Inundação de áreas naturais


A formação de reservatórios para as hidrelétricas geralmente requer a inundação de grandes áreas de terra, incluindo florestas, campos e até mesmo comunidades humanas. Isso resulta na perda irreparável de ecossistemas terrestres, biodiversidade e, muitas vezes, no deslocamento forçado de comunidades locais, causando impactos sociais e culturais significativos. As Cataratas Sete Quedas desapareceu devido a formação do lago para abastecer a Hidrelétrica de Itaipu.


ITAIPU - A SEGUNDA MAIOR HIDRELÉTRICA DO MUNDO


Conheça um pouco da Hidrelétrica de Itaipu. No vídeo abaixo, Itaipu ainda era a maior do mundo, mas, com a inauguração da Hidrelétrica de Três Gargantas na China, Itaipu passou a ser a segunda maior do mundo.


HIDRELÉTRICA DE TRÊS GARGANTAS - CHINA


Mudanças no clima local


A formação desses grandes reservatórios pode influenciar no microclima das regiões afetadas. A decomposição da biomassa submersa nos reservatórios pode levar à emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para as mudanças climáticas. Além disso, variações nos padrões de precipitação e temperatura podem ocorrer.


Riscos de desastres naturais


Barragens e represas podem aumentar o risco de desastres naturais, como enchentes e deslizamentos de terra. A liberação controlada ou não controlada de água das barragens pode causar inundações, colocando em risco comunidades e ecossistemas que dependem dos rios.


BARRAGEM DE UMA REPRESA


Impactos socioeconômicos


A construção de hidrelétricas, muitas vezes, implica na realocação de comunidades inteiras. Isso pode resultar em perdas de terras agrícolas, perturbação das atividades tradicionais e modificações na estrutura social das comunidades afetadas. A falta de compensação adequada e a falta de participação das comunidades locais nas decisões relacionadas à construção das hidrelétricas podem levar a conflitos sociais e agravar as desigualdades.


Assoreamento e degradação do solo


A retenção de sedimentos pelos reservatórios das hidrelétricas pode levar ao assoreamento dos rios, afetando-os negativamente e reduzindo a capacidade de armazenamento de água em reservatórios, o que pode causar inundações mais frequentes, degradar habitats aquáticos, afetar a qualidade da água e prejudicar a navegação.



Impactos na navegação e no transporte fluvial 


A construção de barragens pode dificultar a navegação fluvial, afetando o transporte de mercadorias e o acesso a áreas remotas. Isso pode ter implicações econômicas e sociais, especialmente em regiões que dependem do transporte fluvial para o comércio.


HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ 


ASSISTA AO VÍDEO


Em seguida, vamos simular uma atividade de debate em que, alguns representantes de um grupo precisem defender a construção de uma nova hidrelétrica, enfatizando os benefícios trazidos por esse tipo de fonte de energia, enquanto o outro grupo deve se posicionar contra, enfatizando os impactos negativos e a inviabilidade.


Em seguida os estudantes devem propor medidas para minimizar os impactos apontados no debate.


O QUE APRENDEMOS HOJE?


• Os principais impactos associados à produção de energia por meio de hidrelétricas.



Referência:  https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/104879/609790.pdf


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AULA 09   Voltar


Produção de energias renováveis


CONTEÚDO


● Importância das energias renováveis para a sustentabilidade;


● Comparação com fontes de energia não renováveis.


OBJETIVOS


● Identificar diferentes fontes de energias renováveis e compreender como funcionam;


● Explorar tecnologias emergentes no campo de energias renováveis.


LEIA A NOTÍCIA


Na COP 28, Brasil promete triplicar produção de energia renovável até 2030.  Na Conferência das Partes (COP 28), um marco histórico foi atingido quando 118 países, incluindo o Brasil, comprometeram-se a triplicar sua capacidade de geração de energia renovável até 2030. Paralelamente, um grupo de 20 nações também se propôs a triplicar a produção de energia nuclear até 2050. O acordo ocorre enquanto o planeta enfrenta ondas de calor e bate recordes de temperatura em 2023. 


Esse movimento ambicioso, liderado por potências como a União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, busca aumentar, significativamente, as capacidades globais de energia renovável, como eólica, solar e hidrelétrica, para cerca de 11.000 gigawatts, comparado aos atuais 3.400 gigawatts.


Disponível em: https://olhardigital.com.br/2023/12/03/ciencia-e-espaco/na-cop-28-brasil-prometetriplicar-producao-de-energia-renovavel-ate-2030/


EM SEGUIDA, DISCUTA A QUESTÃO.


Na sua opinião, qual a importância do aumento da oferta de energias renováveis para o planeta?


Mostre para a sala a sua resposta!


No cenário global contemporâneo, a busca por fontes de energia mais limpas e sustentáveis tem se tornado uma prioridade. As energias renováveis emergem como protagonistas nesse contexto, oferecendo uma alternativa promissora aos recursos tradicionais baseados em combustíveis fósseis.


Essas fontes de energia têm o potencial não apenas de mitigar os impactos ambientais adversos associados à queima de combustíveis fósseis, mas também, de impulsionar o desenvolvimento econômico de maneira sustentável.


ENERGIA SOLAR


A energia solar é uma das fontes mais abundantes e acessíveis. A captação da luz do sol, por meio de painéis solares, converte-a em eletricidade ou calor. Suas características incluem a geração descentralizada, uma pegada de carbono muito reduzida.


Os impactos ambientais concentram-se, principalmente, na produção e descarte dos painéis solares, embora avanços na reciclagem estejam sendo desenvolvidos para mitigar esses efeitos.


PAINÉIS SOLARES FOTOVOLTÁICOS, TRANSFORMAM A LUZ SOLAR DIRETAMENTE EM ENERGIA ELÉTRICA


PAINÉIS SOLARES (ESPELHOS), TRANSFORMAM A LUZ SOLAR EM CALOR. A MAIOR USINA NESSES MOLDES FICA NA CALIFÓRNIA - USA E CONTA COM 170 MIL ESPELHOS


VEJA COMO FUNCIONA


ENERGIA EÓLICA


A energia eólica aproveita a força dos ventos para gerar eletricidade por meio de turbinas eólicas. Suas características notáveis incluem a baixa emissão de gases de efeito estufa durante a operação e uma rápida implementação em larga escala.


Os impactos ambientais estão relacionados à ocupação de terras para a instalação de parques eólicos, elevado ruído e poluição visual. Comparativamente, os impactos são menores do que os causados por usinas de combustíveis fósseis. 


ENERGIA GEOTÉRMICA


A energia geotérmica é obtida a partir do calor proveniente do interior da Terra. Suas características incluem a produção contínua e a baixa emissão de poluentes. Apesar de seu potencial ser vasto, a disponibilidade geográfica limitada a determinados locais podendo restringir sua aplicação em determinadas regiões.


BIOMASSA


A biomassa envolve o aproveitamento de materiais orgânicos para produção de energia. Pode incluir resíduos agrícolas, de madeira e, até mesmo, resíduos urbanos. Suas características incluem a capacidade de aproveitar recursos locais e a redução de resíduos orgânicos. No entanto, a queima de biomassa pode liberar emissões de CO2 , contribuindo para a poluição atmosférica. 

Em termos de impactos, é essencial destacar que, embora as energias renováveis apresentem vantagens ambientais significativas em comparação com fontes não renováveis, não estão isentas de desafios. A produção e descarte de tecnologias, a necessidade de grandes áreas para instalação de infraestrutura e a intermitência em algumas fontes renováveis são aspectos que ainda requerem atenção.


Em grupos, façam uma lista de vantagens e desvantagens da utilização de energias renováveis. Em seguida, com a orientação do seu professor, mostre para a sala a produção do grupo.



O FUTURO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA FUSÃO NUCLEAR


A busca por fontes de energia mais limpas, eficientes e sustentáveis tem impulsionado a pesquisa e o desenvolvimento em diversas áreas, e a fusão nuclear surge como uma alternativa promissora para atender a essa demanda crescente. 


Enquanto a fissão nuclear, que é a divisão de núcleos atômicos, tem sido utilizada para a produção de energia há décadas, a fusão nuclear, que consiste na união de núcleos leves para formar um núcleo mais pesado, representa uma abordagem revolucionária e potencialmente transformadora.

Ao contrário da fissão nuclear, a fusão nuclear possui vantagens significativas em termos de segurança e gestão de resíduos. A fusão não gera resíduos radioativos de longa vida útil e não está sujeita ao risco de fusões descontroladas que podem resultar em acidentes graves, como os observados em usinas de fissão nuclear. Além disso, os materiais utilizados na fusão são mais abundantes e menos propensos a proliferação nuclear, reduzindo as preocupações com a segurança global. 

A promessa da fusão nuclear reside na sua capacidade de gerar grandes quantidades de energia com base em combustíveis abundantes, como o deutério e o trítio, que são isótopos do hidrogênio. Essa abundância reduz a dependência de recursos finitos, como urânio e carvão, tornando a fusão nuclear uma fonte potencialmente sustentável a longo prazo.


Apesar dos desafios, o otimismo em torno da fusão nuclear está crescendo. Investimentos substanciais estão sendo direcionados para pesquisas e projetos, enquanto avanços científicos continuam a ser alcançados. Se a fusão nuclear atingir o sucesso comercial, poderá oferecer uma fonte de energia praticamente inesgotável, com impactos ambientais reduzidos e implicações significativas para a segurança energética global.


Em grupos, discutam as diferenças entre os processos de produção de energia por Fissão e Fusão nuclear.


Quais as vantagens e desvantagens entre eles?


Em seguida, com a orientação do professor, mostre para a sala o que foi discutido.


Com a orientação do professor, vamos participar de um jogo no Kahoot!


https://create.kahoot.it/details/961ae787-bd82-4398-bcff-6c9cb4e40ff2


O QUE APRENDEMOS HOJE?


● Identificação e compreensão das principais fontes de energias renováveis;


● Compreensão dos desafios associados, como a variabilidade na geração e os impactos ambientais.


Referência:  https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/104931/611725.pdf


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