GEOPOLÍTICA 3.º ANO Voltar
AULA 01
Transição Energética e a ONU.
A GEOGRAFIA é a ciência responsável por compreender o espaço e a relação que ele possui com o ser humano.
A GEOGRAFIA POLÍTICA é um conjunto sistemático de estudos restritos às relações entre território e o estado (posição, situação, população, características, etc.).
A GEOPOLÍTICA é um ramo da ciência que aborda a relação entre geografia, acontecimentos históricos e políticos, com o objetivo de interpretar fenomenos globais. Para isso, a área estuda temas, como guerras, movimento migratórios e acordo entre países, por exemplo.
Na Geografia, tratamos de coisas palpáveis como por exemplo, vales, morros, ilhas, montanhas, planaltos, rios, etc.

Na Geografia Política também, como por exemplo, os países, as fronteiras, a população,
o IDH, etc.

Na GEOPOLÍTICA é completamente diferente, ela não é uma ciência exata,
pois, o mesmo estado que ontem criticou veementemente a morte de civis
numa guerra, hoje passa o pano descaradamente para o mesmo fato.
Não existe uma regra moral, ética ou definida; o que é levado em conta são os
interesses comerciais e políticos envolvidos
___________________________________________
O maior desafio da Geopolítica atual é deter o Aquecimento Global que vem
ocasionado mudanças climáticas no mundo inteiro, trazendo maremotos, tempestades, alagamentos, seca, etc.
A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA se tornou fundamental neste combate, ou seja, usar combustíveis menos poluentes na geração de calor e de energia elétrica de cada país. Esse movimento é chamado de DESCARBONIZAÇÃO
___________________________________________
DESCARBONIZAÇÃO é o processo de redução de emissão de gás carbônico para a atmosfera, especialmente o dióxido de carbono (CO2).
O objetivo é alcançar uma economia global com emissões reduzidas para conseguir a neutralidade climática afim de minimizar o EFEITO ESTUFA.
Em 01 de junho de 2017, o Presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos deixaria toda a sua participação no Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas firmado em 2015.
O grande desafio da Geopolítica Mundial é convencer os países da necessidade
de descarbonizar as suas economias. O exemplo dos Estados Unidos é claro:
Tem a maior reserva de carvão mineral do mundo, que pode durar 109 anos
e é uma forma eficiente e barata de produzir energia.
Para que investir noutra coisa , se está dando certo desse jeito?
____________________________________________________________
O que fazer quando o Presidente da maior potência mundial diz:
- Nós vamos continuar queimando carvão mineral e.....dane-se
Vamos reclamar com quem?
Quem tem o poder de cobrar e exigir a DESCARBONIZAÇÃO das economias pelo bem de todos? Quem pode exigir que os acordos feitos sejam mantidos?
Em tese seria a
ONU.
ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU é uma Organização
Mundial fundada em 1945 para intermediar as relações internacionais, harmonizar as ações das nações diante de um objetivo comum, atuar para o desenvolvimento mundial e garantir a paz.

A ONU é constituída por seis órgãos principais: a Assembleia Geral, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Segurança, o Conselho de Tutela, o Secretariado e a Corte Internacional de Justiça. Os cinco primeiros tem sede em Nova York, EUA, e o último em Haia, Paises Baixos.

A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) se deu em 24 de outubro de 1945, na cidade de São Francisco, EUA, como resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países, excluindo os que haviam feito parte do Eixo.
As potências do EIXO (Alemanha, Itália e Japão) eram opostas as forças aliadas
(União Soviética, Reino Unido e Estados Unidos). Outros cinco países uniram-se ao eixo, durante a 2.ªGuerra Mundial. Foram eles: Bulgária, Croácia, Hungria, Romênia e a Eslováquia.

Os Membros Permanentes da Conselho de Segurança da ONU são 05: Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.
Tais membros, representam as 05 grandes potências vencedoras da 2.ª Guerra.
O Conselho de Segurança é formado por 15 países, mas, apenas 05 ocupam os chamados assentos permanentes.
Com isso, esses 05 países tem poder de veto, ou seja, se todos votarem a favor de uma resolução e um deles votar contra. Nada feito, a resolução não é aprovada e ponto final.
O representante de cada país na ONU apenas transmite o desejo, a vontade e o pensamento da pessoa que exerce o poder máximo em seu país. Se você, por exemplo, está preocupado com a degradação do meio ambiente, não deve apoiar governantes que não estão.
Com a eleição de Joe Biden em 2020, os Estados Unidos voltou a fazer parte do Acordo de Paris
Como dito no vídeo, a ONU não tem poder para ditar regras ou sanções. A coisa fica ainda mais complicada com o poder de veto dos 05 membros permanentes do Conselho de Segurança.
UM CASO REAL PARA ENTENDER MELHOR
O Embargo Econômico dos Estados Unidos à Cuba existe desde 1962. Resoluções da ONU pedindo o fim do embrago, já foi aprovada pela Assembleia Geral por 32 vezes.
Na última votação, 187 países votaram pelo fim do embargo e 02 contra, Estados Unidos e Israel. Como os Estados Unidos tem poder de veto, o embargo continua até quando os Estados Unidos quiserem.
Por outro lado a resolução que foi aprovada pedindo o cessar fogo entre Rússia e Ucrânia foi vetada pela própria Rússia. Os Estados Unidos também vetaram todas as resoluções pedindo o cessar fogo na faixa de Gaza, por ser parceiro incondicional de Israel. Mas, voltando o embargo à Cuba que já dura 62 anos.
As palavras do representante dos Estados Unidos na Assembleia da ONU foram:
“QUE O EMBARGO É UMA FORMA DE PRESSIONAR O GOVERNO CUBANO A GARANTIR OS DIREITOS HUMANOS NA POPULAÇÃO”
Por causa da GEOPOLÍTICA, que leva em conta os interesses ecônomicos e comerciais, amigos e inimigos são tratados de maneira completamente diferente.
______________________________________________________
A violação aos direitos humanos é comumente usado para derrubar governo inimigos.
Por outro lado, em certos casos, a violação dos direitos humanos de um povo não vem ao caso.
A Arábia Saudita é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos no Oriente Médio. Ambos possuem tratados de cooperação mútua na área de educação e tecnologia militar.
Em 2018, as mulheres sauditas receberam a permissão de dirigir automóveis, algo que estava proibido no país desde a década de 50 do século passado. A Arábia Saudita é apenas um exemplo de países amigos onde a violação dos direitos humanos não é levado em conta.
Afinal, a Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do planeta e grande parceiro comercial dos “Donos do Poder”.
______________________________________________
É através do estudo da
Geopolítica que conseguimos entender e perceber as diferenças e contrastes do nosso mundo globalizado. E nesse mundo globalizado, é o
petróleo que ainda manda, tanto para o bem, como para o mal.
A GEOPOLÍTICA É O ESTUDO DE COMO FUNCIONAM AS INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS E COMO SE DÁ O RELACIONAMENTO ENTRE PAÍSES.
NA GEOPOLÍTICA ENTRE PAÍSES O QUE MAIS É LEVADO EM CONTA É TAMANHO DO PODER MILITAR E QUANTIDADE DE PETRÓLEO QUE CADA PAÍS TEM OU CONSOME.
O PETRÓLEO ESTÁ NO CENTRO DA MAIORIA DAS DISPUTAS INTERNAS E EXTERNAS. POR ELE, GUERRAS SÃO CRIADAS, GOLPES SÃO URDIDOS E LEVANTES SÃO INCENTIVADOS.
A RAZÃO É MUITO SIMPLES, É O PETRÓLEO QUE AINDA MOVE O MUNDO.
PETRÓLEO – O OURO NEGRO

Petróleo é um combustível fóssil que corresponde a uma substância oleosa cuja densidade é inferior à da água e é inflamável. É considerado um dos principais recursos naturais utilizados como fonte de energia da atualidade.
O petróleo é originado a partir da decomposição de matéria orgânica, especialmente, dos plânctons. As bactérias em ambientes com baixo teor de oxigênio realizam a atividade de decomposição que acaba por se acumular em camadas do subsolo que se encontram em bacias sedimentares, no assoalho oceânico, no fundo dos mares ou de lagos e sob condições específicas de pressão.
Dependendo da densidade inicial do óleo cru, ele pode ser considerado LEVE ou PESADO.
O óleo pesado produz mais derivados de alto ponto de ebulição como asfalto e óleo combustível enquanto o óleo leve produz mais querosene e gasolina mais caros. Assim sendo, o petróleo considerado leve tem um valor mais alto,
A referência mundial de qualidade do óleo é o tipo Brent, negociado em Londres, e o WTI, negociado em Nova York. Ambos são leves e servem como base para calcular o preço do petróleo de diversas reservas.

MAIORES RESERVAS DE PETRÓLEO NO MUNDO

Possuir reservas petrolíferas e investir em uma estrutura adequada de refino podem trazer vantagens competitivas em outros setores da economia, como transporte, geração de energia elétrica e comércio internacional, com a exportação de óleo, gás e seus derivados.
Porém, nesse cenário, quantidade não significa, necessariamente, qualidade ou riqueza. Embora a Venezuela tenha a maior reserva de petróleo do mundo, todo ele é considerado pesado, que é mais difícil ser extraído e refinado.
Além disso, assim como outras empresas estrangeiras do setor, a Chevron foi obrigada a suspender suas atividades na Venezuela após as sanções impostas pelo então presidente Donald Trump, que praticamente interromperam toda a exportação de petróleo venezuelano aos EUA.

- Os Estados Unidos exportam mais derivados de petróleo que tem maior valor agregado do que o petróleo cru.
- A Índia tem a 21.º reserva de petróleo do mundo
- O Japão tem a 72.º reserva de petróleo do mundo
- Cingapura praticamente não tem petróleo
- O Brasil exporta mais petróleo cru do que derivados
- Em 2022 os Estados Unidos foram de longe o país que mais
exportou gasolina e óleo diesel para o Brasil.
A segunda maior reserva do mundo está na Arábia Saudita, entretanto a maior parte do petróleo leve já foi explorado, o que se acostumou chamar de “Petróleo Fácil’, pois, além
de ser de boa qualidade está localizado a poucos metros de profundidade.

As 10 maiores reservas de petróleo do planeta

Quando um país tem muitas reservas de petróleo ele também se torna um alvo preferencial para a cobiça dos grandes consumidores.
Dos 10 países com maiores reservas de petróleo, metade sofreram invasões, guerras, golpes de estado, sanções econômicas, etc.: Venezuela, Irã, Iraque, Kuwait e Líbia.
RANKING DE PAÍSES QUE MAIS CONSUMIRAM PETRÓLEO EM 2022
Em primeiro lugar, os Estados Unidos consumiram 19,1 milhões de barris/dia (19,7% do total mundial).
Em seguida, veio a China, com consumo médio de 14,3 milhões de barris/dia de petróleo (14,7% do total mundial).
Na terceira colocação, manteve-se a Índia, com 5,2 milhões de barris/dia (5,3% do total mundial) de petróleo consumido.
O Brasil manteve-se no nono lugar, com consumo de cerca de 2,5 milhões de barris/dia (2,6% do total mundial).
DETALHE:
A Índia tem 1,428 bilhão de habitantes
A China tem 1,425 bilhão de habitantes
Os Estados Unidos tem 337 milhões de habitantes

O petróleo é tão importante, que os Estados Unidos mantém uma reserva estratégica de petróleo com capacidade para armazenar até 727 milhões de barris. O petróleo bruto é armazenado em um sistema de 60 cavernas subterrâneas, perfuradas em rochas salgadas que se estendem entre as cidades de Baton Rouge, na Louisiana, e Freeport, no Texas. O sal encontrado nesses ambientes é útil para proteger o petróleo bruto, já que essas substâncias não se misturam.
No Brasil , em 1979, encontramos as grandes reservas da Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro de petróleo pesado. Com a descoberta do pré-sal em 2006, o Brasil consegue produzir petróleo de maior qualidade e, assim, diminuir a dependência das importações desse tipo de óleo. Isso colocou as reservas brasileiras em um novo patamar, comparável a alguns dos maiores produtores mundiais.

Em 2022, as exportações de óleo bruto alcançaram US$ 42,5 bilhões, o que representou 12,7% de tudo o que o Brasil vendeu para o exterior. O petróleo é o 2º produto mais exportado pelo Brasil, atrás apenas da soja (US$ 46,5 bilhões).
País de destino das nossas exportações de petróleo e valor em dólares
1º China 13,4 bilhões
2º Estados Unidos 3,1 bilhões
3º Índia 2,2 bilhões
4ºChile 1,96 bilhão
5º Portugal 1,63 bilhão
6ºCoreia do Sul 1,46 bilhão
7º Países Baixos 1,21 bilhão
8º Espanha 1,08 bilhão
9º Cingapura 1,01 bilhão
10º Malásia 795 milhões
O Petróleo foi o segundo produto mais importado pelo Brasil em 2022 ficando atrás apenas de adubos e fertilizantes.
1º Arábia Saudita 394 milhões
2º Estados Unidos 336 milhões
3º Congo 166 milhões
4º Guiana 78,5 milhões
5º Argentina 35,6 milhões
Há mais de 15 anos, o Brasil passou a ser considerado autossuficiente em petróleo, o que significa dizer que a produção do recurso supera o consumo. Por dia, o país fabrica 3 milhões de barris, mas compra do exterior 170 mil barris por dia em derivados do petróleo.

Por que importamos petróleo então? A razão disso, é que grande parte das refinarias brasileiras foram construídas na década de 1950/60/70, quando o petróleo era importado. Porém, o produto importado era do tipo leve. Com a descoberta e a extração de petróleo na Bacia de Campos, também nessa época, as refinarias precisaram passar por um processo de adaptação para refinar o produto brasileiro, mais pesado. Comumente este petróleo é misturado ao petróleo leve importado para facilitar seu refino. Essa mistura é denominada como “BLEND”.

Hoje, 75% do petróleo refinado no Brasil vêm do pré-sal, 17% são da Bacia de Campos, mais pesado, e ainda precisamos importar 8% de petróleo leve para conseguir a mistura ideal para o refino, tanto do ponto de vista técnico quanto do econômico.
Segundo dados da ANP – Agência Nacional do Petróleo, até março de 2023, as importações representavam 25,5% do mercado de diesel. A dependência externa para a gasolina e o GLP (gás liquefeito de petróleo), por sua vez, é de 12,6% e 18,5%.
A Petrobrás, em 2023, retomou investimentos em refinarias no Brasil que estavam estacionados há pelo menos 10 anos.

Nossas reservas têm uma relevância geopolítica significativa para o Brasil, uma vez que o petróleo é uma commodity (mercadoria primária) fundamental para diversas indústrias, incluindo o setor de transporte, produção de plástico e borracha.
As reservas brasileiras de petróleo oferecem ao país a oportunidade de estabelecer alianças estratégicas e fortalecer sua posição no cenário internacional, além de garantir a produção nacional de um recurso amplamente utilizado.
Atualmente surge no horizonte brasileiro uma outra janela de oportunidade: um novo Pré-Sal.
AFINAL, POR QUE TODO MUNDO CORRE ATRÁS DO PETRÓLEO?
O Petróleo é a mais importante fonte de energia da atualidade, pois é através dele que se possibilita a realização de inúmeras atividades.
Ele é utilizado principalmente na forma de combustíveis automotivos, como
a gasolina e o óleo diesel, e também sendo queimado no funcionamento das usinas termoelétricas.
Além disso, ele é uma importante matéria-prima utilizada na fabricação de plásticos, tintas, borrachas sintéticas e alguns outros produtos
50 anos. Este é o prazo médio estimado para que as reservas de petróleo ao redor do mundo se esgotem, a não ser que novas reservas sejam descobertas. Mas, embora o uso de energias renováveis seja o mais provável para o futuro, ainda temos muitos anos até abandonarmos completamente os combustíveis fósseis.

Segundo as novas estimativas da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a demanda mundial atingirá 116 milhões de barris por dia em 2045, um aumento de 6 milhões de barris por dia em comparação com as previsões do ano anterior - a Opep estima que serão necessários investimentos totalizando US$ 14 trilhões na indústria petrolífera até 2045 para garantir o suprimento
A seguir temos a imagem de uma Torre de Fracionamento que existem em todas as refinarias, é neste equipamento que o petróleo bruto é fracionado em produtos derivados, a imagem mostra alguns deles.

O óleo cru é aquecido até 400°numa fornalha. Em forma de gás ele entra na Torre de Fracionamento em baixo e sai por cima. Conforme os produtos contidos no petróleo alcançam o seu ponto condensação eles são retirados do processo.
Do petróleo nada se perde, tudo se transforma, como veremos a seguir:
COMO PARAR DE USAR PETRÓLEO SE ELE ESTÁ EM TODAS AS COISAS E TODOS OS CANTOS?
Enquanto novas tecnologias não forem criadas e aprimoradas para substituir a infinidade de produtos que são hoje, oriundas do petróleo. O petróleo continuará a fazer parte de nossas vidas de uma forma muito contundente.
Sabemos que do petróleo, saem a gasolina, o diesel, o GLP, o óleo combustível, a nafta, o querosene e outros. Mas, em
qual proporção?

É economicamente inviável transformar um barril de petróleo em um só produto. Se todos os carros do mundo fossem elétricos, teríamos que usar a gasolina em outro lugar. Ou seja, para conseguirmos o querosene de aviação ou qualquer outro produto, vamos obter também todos os outros derivados.
Se o mundo civilizado decidir, por exemplo, que só usará petróleo para fazer fertilizantes e pneus, todos os outros derivados terão que ser descartados em algum lugar, o que com certeza causará muito mais poluição do que o uso do petróleo proporciona hoje.
Esse descarte já aconteceu na história do uso de petróleo pelo homem.

Após utilizar o fogo para gerar luz e com ele alguns materiais como a palha, os gravetos e a lenha, o óleo de baleia foi o combustível que permitiu de fato o desenvolvimento da iluminação pública, uma inovação nos centros urbanos europeus e grande propulsor do comércio emergente. As baleias quase desapareceram dos nossos mares. Foi o petróleo que as salvou; passou-se a usar querosene.
Quando se refinava o petróleo para conseguir o querosene, restava o óleo diesel, a gasolina, a nafta, o asfalto, etc. O que era feito com estes produtos? Eram descartados nos rios, nos mares, nos mangues, queimado para a atmosfera, etc.
Até que alguém inventou o motor a explosão usando gasolina que começou a ser usados nos carros e motos; depois começou-se a usar outro produto sem valor na época, o óleo
diesel, para abastecer ônibus e caminhões e o óleo combustível para navios; quando chegou a eletricidade sobrou querosene e começou-se a usá-lo nos aviões, do resto do resto do petróleo criou-se o asfalto e por aí fora. Até que o petróleo deixou o mundo dependente dele.


Das 20 maiores petrolíferas do mundo 14 são estatais.
Exxon Mobil, BP, Chevron e Shell são oriundas da “07 irmãs”.

SETE IRMÃS ou SETE IRMÃS DO PETRÓLEO é o apelido dado às sete maiores companhias de petróleo transnacionais, que dominaram o mercado petrolífero internacional até os anos 1960.
Em 27 de agosto de 1928, magnatas de petróleo de todo o mundo reuniram-se em segredo para formar uma aliança para evitar o confronto e a divisão. O Acordo Achnacarry (Escócia) marcou a criação de um cartel internacional do petróleo, cujos membros se reservavam o direito de partilhar o mercado de petróleo e fixar os preços como quisessem, tornando-se assim as empresas as mestres do mundo moderno.
O grupo das Sete irmãs fazia o possível para impedir que outras empresas entrassem no mercado petrolífero, dificultando o acesso de novas companhias às maiores reservas mundiais. Estas companhias dividiam as reservas do Oriente Médio e impediam simultaneamente que novas companhias tivessem acesso a essas reservas, como impediam que os governos dos países da região as controlassem diretamente.
Foi somente quando os países produtores de petróleo começaram a tomar o controle sobre a produção e determinar os preços, a partir da formação da OPEP, em 1960, que o poder das "sete irmãs" passou a declinar.
Depois de uma série de fusões as sete irmãs tornaram-se apenas quatro: ExxonMobil, Chevron, Shell e BP. As 04 são empresas privadas, mas, contam com o apoio incondicional de seus países.

Exemplo: Estados Unidos, Inglaterra e França invadiram o Iraque e depuseram Saddam Hussein alegando que o país possuía armas químicas (que nunca foram encontradas).
Depois dessa “guerra”:
ExxonMobil, Chevron, Shell, BP e Total tomaram conta da 5.º maior reserva de petróleo do mundo.
PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRAS:

A Petrobras é uma empresa de capital aberto (sociedade anônima), cujo acionista majoritário é o Governo do Brasil (União), sendo, portanto, uma empresa estatal de economia mista. Com sede no Rio de Janeiro, opera atualmente em 14 países, no segmento de energia, prioritariamente nas áreas de exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo, gás natural e seus derivados.
A empresa foi instituída em 3 de outubro de 1953 e deixou de monopolizar a indústria petroleira no Brasil em 1997, mas continua a ser uma importante produtora do produto, com uma produção diária de mais de 2 milhões de barris (320 mil metros cúbicos). A multinacional é proprietária de refinarias, petroleiros, dutos e terminais. A Petrobras é líder mundial no desenvolvimento de tecnologia avançada para a exploração petrolífera em águas profundas e ultra-profundas.

A Petrobras estava em 2011 no quinto lugar na classificação das maiores petrolíferas de capital aberto do mundo. Em valor de mercado, foi a segunda maior empresa do continente americano e a quarta maior do mundo, no ano de 2010. Em setembro de 2010, passou a ser a segunda maior empresa de energia do mundo, sempre em termos de valor de mercado, segundo dados da Bloomberg e da Agência Brasil
Em 2015, a Petrobras registrou um prejuízo de 34,8 bilhões de reais, em decorrência da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional, da crise econômica no país, e da crise referente à Operação Lava Jato, que fez com que a empresa suspendesse seus investimentos, o que atingiu em cheio a rede de fornecedores de serviços e equipamentos.
Devido a Operação Lavajato a engenharia naval foi dizimada, a engenharia de petróleo e gás foi destruída e engenharia pesada foi mortalmente atingida. Essa é a maior crítica à operação. Nem em um dos momentos mais tristes da história, a justiça puniu os responsáveis e destruiu junto as empresas. Vejamos o caso da IG Farben.

A IG FARBEN era uma empresa alemã, maior financiadora do nazismo, que a pedido de Hitler desenvolveu e forneceu o gás (Zyklon B) que matou 6 milhões de judeus nas câmeras de gás dos campos de concentração.
24 membros ligados à IG Farben foram condenados por crimes de extermínio em massa, assassinatos, pilhagem e escravização de população. Entretanto, ninguém fechou a empresa ou a destruiu, ela virou a BAYER.

Faz parte da geopolítica de todos os países defender suas empresas com unhas e dentes; ninguém nunca destruiu uma empresa para punir empresários corruptos, a não ser no Brasil.
A Odebrecht era uma das maiores empreiteiras do mundo, tinha quase 300 mil funcionários, hoje não passa de 30 mil; para ser ter ideia do seu alcance, ela foi a responsável pela ampliação e reforma do Aeroporto de Nova York. A Odebrecht operava em 28 países, com a derrocada da empresa, os projetos que tocava, foram encampados por empreiteiras americanas, em especial a Halliburton.
Depois a Operação Lava-Jato, a Petrobras foi fatiada e vendida a investidores estrangeiros, poços de petróleo foram cedidos a petroleiras internacionais e sofreu um pesado processo na justiça americana, justiça essa, abastecida pela própria justiça brasileira. Algo impensável em qualquer outro país.
De 2015 a 2022, a Petrobras realizou a venda de ativos num total de cerca de R$ 243,7 bilhões em bens da companhia. Entre esses negócios, estão as vendas da BR Distribuidora, da Liquigás, da malha de gasodutos do Norte e Nordeste da Transportadora Associada de Gás (TAG), dos gasodutos do Sudeste da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), da Refinaria Landulpho Alves, dentre outras participações acionárias.
A Refinaria Landulpho Alves, foi vendida para um fundo dos Emirados Árabes Unidos e passou a se chamar de Refinaria de Mataripe. Os defensores da venda alegaram à época, que a privatização estimularia a concorrência da Petrobras e os preços dos combustíveis ficariam mais baratos, mas o tiro saiu pela culatra:
Além disso, a ACELEN controladora da Refinaria de Mataripe resolveu que a partir de 01/12/2021 não mais forneceria combustível para os navios do porto de Salvador, causando prejuízos a cidade e a todos.
Outras 02 refinarias privatizadas vendem combustível mais caro do que a Petrobras.
Já as malhas de gasodutos Transportadora Associada de Gás (TAG) e dos gasodutos do Sudeste da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) foram vendidas para investidores privados e alugados de volta pela própria Petrobras a preço fechado, transportando gás ou não a Petrobras paga o aluguel do mesmo jeito.

A TAG é uma malha de dutos imensa, nova, construída com o dinheiro público. Teve lucro líquido, em 2016, de R$ 7 bilhões, e foi vendida por R$ 33 bilhões, valor menor que o lucro líquido de cinco anos. O preço de venda da Nova Transportadora Sudeste (NTS), não chegou a representar o lucro líquido de cinco anos. Juntas, a NTS, no Sudeste, e a TAG, no Norte e Nordeste, compõem a malha de distribuição de gás do país.
Em 2013 a participação do governo federal (União, BNDES e Fundo Soberano) no capital total da empresa, era de 48,3 % e os acionistas privados era de 51,68 % no total do capital da empresa.

A Petrobras estava em 2011 no quinto lugar na classificação das maiores petrolíferas de capital aberto do mundo. Enquanto isso, o controle do Estado despencou de 64% para 50,3% (ações ordinárias, com direito a voto) e a participação nas ações preferenciais caiu de 28% para 18,5%. Isso representa 36,6% do capital total da Petrobrás, enquanto os outros 63,4% estão sob o controle dos acionistas privados, sendo que 45% deles são de fora do Brasil.

Há dois jeitos de pensar ou gerir a Petrobras ou uma estatal, que pode ser explicado assim:
A Petrobras precisa de 10 navios e tem 02 opções: mandar fazer aqui no Brasil ou comprar no exterior.
Se mandar fazer no Brasil, induz a indústria nacional, cria empregos e coleta mais impostos para o erário.
Se comprar fora, vai comprar mais barato.
Se você for acionista da Petrobras vai querer o que? Obviamente será a favor da compra no exterior, pois sobrará mais dinheiro para dividir entre os acionistas.
Se você não for acionista da Petrobras optará pela compra no Brasil, gerando mais empregos e renda para a nossa economia. Pelo menos, essa é a lógica.
Para pensar:
Se a Petrobras vender a gasolina, gás de cozinha, óleo diesel, etc. mais caro, obterá mais lucro e esse lucro será dividido entre os acionistas. Se vender mais barato, o povo em geral será beneficiado, mas o lucro (dividendos) dos acionistas caem.
Há sempre uma escolha a ser feita.
CONTEÚDO
● Fontes de energia e comércio mundial
● Guerras e conflitos por fontes de energia
● Fontes de energia alternativas
OBJETIVOS
● Conhecer o uso de fontes de energia no mundo contemporâneo
● Compreender o comércio mundial de fontes de energia
● Discutir a problemática dos conflitos por fontes de energia ou que envolveram conflitos energéticos.
● Entender os desafios das fontes alternativas de energia.
Assista o vídeo:
Clique no link - https://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=5783

Após ver o vídeo, reflita e debata com seus colegas e professor: Como o comércio de energia global afeta as relações geopolíticas mundiais?
GEOPOLÍTICA ENERGÉTICA
As questões energéticas são um componente fundamental no desenvolvimento de um país e por vezes são fontes de conflitos. O domínio de fontes e recursos de energia faz parte do processo histórico de crescimento e queda de grandes potências.
A transição de ciclos energéticos foi concomitante o surgimento de novas potências no cenário internacional, como Reino Unido, França, Holanda, entre outros. A geopolítica da energia aborda como a demanda e a oferta de recursos energéticos influenciam os Estados e suas relações.
CONSUMO DE ENERGIA
O consumo de energia aumenta em larga escala, com o crescimento populacional e o aumento da urbanização. No caso do Brasil, de 2013 a 2022 o consumo cresceu de 463 TWh (terawatt-hora) para 509 TWh. Atualmente, o Brasil está entre os países que mais consomem energia no mundo, ocupando o sexto lugar no ranking mundial, atrás da China, Estados Unidos, Rússia e Japão, respectivamente.
Em relação ao consumo médio de energia por pessoa, há uma variação significativa, visto que países altamente industrializados tendem a apresentar maior consumo per capita, enquanto nações com menor desenvolvimento ou com populações menores apresentam consumo mais baixo.
Veja os dados do gráfico a seguir que relaciona IDH e consumo de energia per capta:

As crescentes demandas mundiais por energia, tem intensificado a busca por fontes de energia alternativas e sustentáveis, como biocombustíveis. No caso da energia elétrica, há outro grande desafio que é o armazenamento e a transmissão da energia gerada. A energia elétrica é gerada e consumida instantaneamente com uma dificuldade considerável para ser armazenada, especialmente em grande escala.
Torres de transmissão de energia

Essa dificuldade de armazenamento de energia elétrica e sua distribuição é um fator que dificulta a transição energética para muitos países, até mesmo para o Brasil, que possui um alto potência de geração de energia elétrica. Os entraves se tornam ainda maiores quando se trata de energia eólica e solar, que dependem de fatores naturais como grandes períodos de insolação e áreas mais propícias as forças do vento para produzir energia.

A energia gerada por hidrelétricas é em partes uma solução, porém os impactos ambientais, sociais e os custos de construção tornam uma opção menos viável. Ainda assim, cresce o mercado de veículos movidos a energia elétrica como alternativa de veículos “limpos” e com menor impacto ambiental do que os movidos a combustíveis fósseis.
DESAFIOS DA QUESTÃO ENERGÉTICA
Considerando os desafios energéticos que você conheceu, faça o que se pede:
● Liste quais os principais desafios energéticos para o futuro.
● Explique a diferença no consumo de energia entre países e regiões.
● Como essa diferença energética pode afetar a geopolítica mundial?
CORRIDA ENERGÉTICA
Considerando a importância das fontes e da produção de energia para o crescimento e o desenvolvimento de um país, acordos e conflitos marcam às relações entre Estados, em busca do controle de determinadas fontes, mas também em busca de acordos e possibilidades que garantam o acesso à energia. A busca pela transição energética e pela eficiência energética também marca o cenário atual.

Como funciona a energia eólica?
COMÉRCIO DE ENERGIA
Considerando as ofertas e demandas de energia em cada território, é comum que haja acordos entre países que tenham conexão terrestre, para compra de energia excedentes.
A Rússia é um grande fornecedor de gás para muitos países da Europa, e também para a China, para quem também vende petróleo, carvão mineral e gás.
Os grandes produtores de petróleo exportam para quase o mundo todo, como visto na aula geopolítica do petróleo.
No caso brasileiro, temos uma demanda maior do que o que produzimos, e então importamos alguns tipos de energia e fontes de energia, como o excedente de energia produzida em Itaipu e não utilizada pelo Paraguai, ou o gás comprado da Bolívia, por meio do gasoduto Brasil-Bolívia

O gás percorre mais de 3 mil quilômetros, com tubulação enterrada a 1, 2 metro de profundidade.
CONFLITOS ENERGÉTICOS
Muitos conflitos e guerras tem como pano de fundo as fontes de energia. Disputas pelo controle do petróleo, ou influência sobre grandes produtores marcaram o século XX e XXI como o golpe de estado no Irã (1953), a Guerra do Golfo (1991), a invasão do Iraque (2002), a guerra entre Síria Iraque (iniciada em 2011) entre outros.
Outro importante recurso é o Gás Natural, tendo a Rússia como maior produtora mundial de gás natural, e grande exportadora, principalmente para os países da Europa Oriental.
Essa relação gerou conflitos em 2014 do território da Crimeia (antes pertencente a Ucrânia), e novamente em 2022 e 2023 com a Guerra com a Ucrânia. Em ambos os casos, o fornecimento de gás para a Europa foi prejudicado
A Bolívia viveu também um conflito geopolítico com o Chile entre 2002 e 2003 pelo controle da exploração das imensas jazidas de gás natural encontradas no país, aos quais o Chile negociavam a exploração. Em 2004, o Chile enfrentou ainda conflitos com outro importante fornecedor de gás natural, a Argentina, deixando o país importador numa situação de vulnerabilidade energética.
Atualmente, novos acordos foram feitos, mas a situação de dependência energética chilena segue, deixando o país numa posição vulnerável no jogo da geopolítica energética. A Venezuela, um grande produtor e exportador de petróleo, em 2023 reavivou uma disputa territorial com a Guiana, na qual a Venezuela reivindica uma porção territorial da Guiana, onde recentemente se encontraram grandes reservas de petróleo.
RESPONDA A PERGUNTA A SEGUIR:
A segurança energética é um aspecto crucial da geopolítica global, moldando relações entre países e influenciando estratégias políticas, econômicas e de segurança nacional.
1. Por que a segurança energética é importante na geopolítica mundial?
ENERGIA NUCLEAR
Na década de 1930 cientistas pesquisando o uranio, descobriram a fissão nuclear, utilizada a princípio para fins militares. Após a catástrofe da Bomba atômica de Hiroshima e de Nagazaki, e com as disputas geopolíticas entre URSS e os EUA, essa produção pairava como ameaça mundial, levando a ONU a criar O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), visando controlar a produção energética nuclear para fins pacíficos.
Sua principal utilização tem sido na geração de energia elétrica por meio das usinas termonucleares. O uso intensivo desse tipo de energia é encontrado principalmente em países desenvolvidos, que tem alta demanda e fontes de energia pouco diversificadas.
USINA NUCLEAR DE ANGRA DO REIS - BRASIL

A maior vantagem dessa fonte de energia é a diminuição da dependência por combustíveis fósseis. Além disso, as usinas termonucleares ocupam áreas relativamente pequenas, não dependem de fatores climáticos (como a solar e a eólica) e urânio, utilizado nessas usinas, é um combustível de baixo custo, com grandes reservas.
DESAFIOS DA ENERGIA NUCLEAR
Mesmo com todas as vantagens, a utilização de energia nuclear ainda encontra resistências e desafios, sobretudo em relação ao lixo nuclear (material que não serve mais para gerar energia, mas segue radioativo) e pode contaminar o solo, as águas e o ar. Outro perigo é o escape de radiação, que pode gerar uma contaminação radioativa, como já aconteceu em Chernobil, na Rússia em 2006, e em Fukushima, no Japão em 2011. Um outro desafio é o custo de implantação de uma usina nuclear termoelétrica e o armazenamento seguro do lixo nuclear gerado.
Outro desafio e questão geopolítica da produção de energia nuclear, é que o enriquecimento de urânio, feito por alguns países, pode se tornar visto uma ameaça de produção de armas nucleares, como aconteceu com o Irã em 2023, ao enriquecer cerca de 20 vezes mais urânio do que o limite estabelecido no TNP, estando em níveis próximos necessários para a produção de armas atômicas.
OUTRAS FONTES DE GERAR ENERGIA
Energia eólica, solar, das marés, hidrelétrica, nuclear são algumas das principais fontes de energia limpa para a produção de energia elétrica. Cada uma apresenta suas vantagens e desvantagens, que vão depender as vezes de fatores ambientais e climáticos, em outras de fatores financeiros e tecnológicos, para sua produção, armazenamento e transmissão.
Veja um exemplo de energia das marés.
Quanto aos combustíveis, crescem as pesquisas de biocombustíveis, como o etanol, óleos vegetais, entre outros. Uma das dificuldades é que a utilização de matérias-primas agrícolas para a produção de biocombustíveis pode resultar em aumento dos preços dos alimentos e escassez de recursos, afetando a segurança alimentar. Outro desafio, é a demanda energética e de recursos naturais para sua produção.
Crescem também as pesquisas com o chamado hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro. Sua queima libera três vezes mais energia que a gasolina, porém sua produção envolve altos custos, inclusive energéticos, além de ser um elemento volátil e inflamável, exigindo requisitos de segurança elevados para evitar fugas e explosões.
FORUM GEOPOLÍTICA DA ENERGIA
Com a ajuda do professor, dividam-se em grupos para a realização de um fórum energético.
Vocês devem listar os deságios energéticos para o futuro, e considerando o impacto geopolítico que a dependência energética tem sobre as nações, propor soluções e cooperações internacionais para a resolução de conflitos.
Cada grupo deve trabalhar uma região mundial, pensando quais as melhores alternativas para o alcance da eficiência energética nessa região.
O QUE APRENDEMOS HOJE
● Conhecer o uso de fontes de energia no mundo contemporâneo
● Compreender o comércio mundial de fontes de energia
● Discutir a problemática dos conflitos por fontes de energia ou que envolveram conflitos energéticos.
● Entender os desafios das fontes alternativas de energia
CONTEÚDO
● Transição energética;
● Independência energética;
● Fontes de energia e independência energética no Brasil.
OBJETIVOS
● Compreender os conceitos de transição e de independência energética;
● Propor ações para alcançar a independência energética;
● Analisar os dados referentes a fontes de energia no Brasil, bem como os desafios e as possibilidades para a independência energética.
Assista o vídeo:
Após ver o vídeo, reflita e debata com seus colegas e seu professor:
1. O que é a transição energética?
2. Quais os fatores envolvidos no processo de transição energética?
3. Qual a situação do Brasil em relação à transição energética?
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
A transição energética é o processo de mudança de um tipo de fonte de energia principal para outro. Desde o princípio da história humana, passamos por algum tipo de mudança energética. Utilizávamos, a princípio, a energia humana, depois, a força animal; tivemos também o fogo, a água, a eletricidade, o vapor, os ventos, até chegarmos aos diferentes tipos de combustíveis. Atualmente, a transição energética refere-se à mudança de matriz energética, buscando fontes de energia mais sustentáveis e menor dependência de combustíveis fósseis, com investimento em fontes alternativas, como a eólica, a solar, os biocombustíveis, e também em pesquisa e em desenvolvimento de novas fontes.

MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
Segundo dados da Agência Internacional de Energia, em 2021, a matriz energética mundial era composta conforme os dados do gráfico abaixo. Há, ainda, uma predominância de combustíveis fósseis e fontes não renováveis. A transição energética envolve a mudança dessa matriz, com maior uso de fontes limpas e renováveis.

MATRIZ ELÉTRICA MUNDIAL
A matriz energética é diferente da matriz elétrica. No caso da primeira, consideramos as diferentes fontes de energia, sejam elas elétricas ou combustíveis. Quando tratamos apenas da matriz elétrica, estamos considerando as fontes de energia que produzem especificamente eletricidade. Temos, então, os dados apresentados abaixo:

INDEPENDÊNCIA ENERGÉTICA
A busca de muitos países pela transição energética, para além da questão da sustentabilidade, diz respeito também a um outro conceito: o de independência energética ou autonomia energética. Refere-se à capacidade de um país de produzir energia suficiente para atender a todas as suas demandas e continuar crescendo sem depender da importação de energia de outro país. A independência energética relaciona-se com a segurança energética, que pode ser definida como o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia a todo momento, em quantidade suficiente e a preços acessíveis
TRANSIÇÃO E INDEPENDÊNCIA ENERGÉTICA
Em seu caderno, escreva um texto que explique a relação entre a transição e a independência energética e a importância de ambas para um país. Em seguida, liste os passos e as medidas necessários para a transição energética de um país e justifique sua resposta.
MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA
A matriz energética brasileira é mais diversa e com maior presença de fontes renováveis que a mundial. Isso coloca o país em uma posição de destaque no futuro da produção energética mundial.

MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA
No caso da matriz elétrica, esta é ainda mais renovável, porque grande parte da energia elétrica é produzida em hidrelétricas. Vale ressaltar que, na energia solar, está contabilizada a chamada “geração distribuída”, que é aquela gerada por placas solares em telhados de residências, shoppings etc.

TRANSIÇÃO E INDEPENDÊNCIA ENERGÉTICA BRASILEIRA
Apesar de o Brasil ter matrizes energéticas e elétricas mais sustentáveis que em grande parte do mundo, ainda temos uma grande dependência de combustíveis fósseis. E, ao mesmo tempo que o Brasil caminha entre os líderes de produção de energia renovável, o país segue na busca de explorar e exportar novos campos de petróleo. Essa contradição acontece não só pela alta importância e pelo valor de mercado do petróleo, mas também porque, na área de combustíveis, há ainda poucas alternativas para a substituição eficiente dos combustíveis fósseis. Estudos, pesquisas e produção de novas fontes são ainda caros e têm mercado restrito.
HIDROGÊNIO VERDE
Um dos caminhos para a transição energética é a utilização do hidrogênio como fonte de energia. Ele é um dos elementos mais abundantes na Terra e tornou-se um vetor energético de grande importância. Considerado como o combustível do futuro e como um combustível verde, o hidrogênio verde é uma nova fonte de energia que tem se apresentado como uma importante alternativa na transição energética. Trata-se de uma energia limpa, obtida por meio de fontes limpas e renováveis, e não há emissão de carbono em seu processo de produção. É considerado o combustível do futuro por sua alta capacidade energética, sendo três vezes superior à do diesel, da gasolina e do gás natural.
O hidrogênio é encontrado, sobretudo, em sua forma gasosa (H2 ), em hidrocarbonetos e na molécula de água (H2O). O hidrogênio verde é obtido a partir da quebra das moléculas de água por meio de um processo químico chamado “eletrólise”, no qual uma corrente elétrica é utilizada para quebrar as ligações químicas existentes entre o hidrogênio e o oxigênio. Quando a eletricidade utilizada nesse processo é oriunda de fontes limpas e renováveis, como a eólica e a solar, este, então, é considerado um hidrogênio verde. Além de ser usado como combustível, ele pode ser aplicado também na produção de fertilizantes e em processos industriais que demandam altas temperaturas, como a siderurgia.
O MERCADO DO HIDROGÊNIO VERDE
O hidrogênio verde tem um grande potencial tanto nos mercados internos quanto no mercado mundial. Países com matriz energética pouco diversificada e/ou com menor disponibilidade de energia renovável são potenciais importadores de hidrogênio renovável, visando, assim, descarbonizar suas matrizes energéticas. O Brasil tem potencial para se tornar uma grande potência exportadora de hidrogênio verde, sendo sede de grandes projetos de pesquisa e desenvolvimento desse hidrogênio, por conta de sua matriz energética diversificada e pelo alto potencial de geração de energia limpa, como a eólica e a solar.

PLANO ENERGÉTICO NACIONAL
Com a orientação do professor, dividam-se em grupos de quatro a seis estudantes.
Vocês devem elaborar um plano energético nacional, visando à transição e à independência energética.
A partir dos seus conhecimentos e dos dados apresentados em aula, cada grupo deve elaborar três propostas.
Essas propostas devem conter:
● Ação proposta;
● Viabilidade e implementação da proposta;
● Principais vantagens da ação proposta;
● Principais desafios;
● Esferas envolvidas (sociedade, poder público, empresas etc.). No fim, todos os grupos devem apresentar suas propostas para a turma.
O QUE APRENDEMOS HOJE?
● Compreendemos os conceitos de transição e de independência energética;
● Propusemos ações para alcançar a independência energética;
● Analisamos os dados referentes a fontes de energia no Brasil, bem como os desafios e as possibilidades para a independência energética.
CONTEÚDO
● Recursos naturais;
● Principais recursos naturais utilizados no mundo contemporâneo;
● Dependência econômica de recursos naturais;
● Relações comerciais e as disputas por recursos naturais.
OBJETIVOS
● Definir o que são recursos naturais;
● Apresentar os principais recursos naturais utilizados no mundo contemporâneo;
● Compreender as relações comerciais e as disputas por recursos naturais;
● Entender como a dependência econômica de recursos naturais afeta os países produtores.
LEIA A MANCHETE A SEGUIR:
Pelo menos 40% de todos conflitos internos estão relacionados com recursos naturais Nos últimos 60 anos, pelo menos 40% de todos conflitos internos tiveram alguma relação com a exploração de recursos naturais.
Estes produtos podem ser valiosos, como madeira, diamantes, ouro e petróleo, mas também ser recursos escassos, como água e terras férteis.
Foi para chamar atenção para a questão que a Assembleia Geral da ONU declarou 6 de novembro como o Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Guerra e Conflitos Armados.
Fonte: https://news.un.org/pt/story/2019/11/1693501
Tendo por base a manchete anterior, reflita sobre as seguintes questões:
1. O que são recursos naturais?
2. Quais seriam os principais recursos naturais utilizados no mundo?
3. Qual a relação existente entre recursos naturais e dependência econômica?
4. Qual a ligação ainda existente entre as relações comerciais e as disputas por recursos naturais?
Registre e compartilhe suas respostas com os demais colegas.
O QUE SÃO RECURSOS NATURAIS?
Os recursos naturais são os elementos da natureza que são uteis para a sobrevivência e que são utilizados para produção e realização de outras atividades humanas. A utilização dos recursos naturais pode ocorrer tanto com o propósito de consumo, quanto de exploração econômica e produção de outros bens.
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Os recursos naturais podem ser classificados em dois grandes grupos: renováveis e não renováveis. O que os define é a capacidade e a velocidade de renovação do recurso. Com base em seus conhecimentos explique a concepção de cada um e cite exemplos preenchendo a tabela a seguir.

CORREÇÃO
Os recursos naturais podem ser classificados em dois grandes grupos: renováveis e não renováveis. O que os define é a capacidade e a velocidade de renovação do recurso. Com base em seus conhecimentos, explique a concepção de cada um e cite exemplos seguindo a tabela a seguir:

O COMÉRCIO DOS RECURSOS NATURAIS
Os recursos naturais mais comercializados são as chamadas commodities, que são as matérias-primas e produtos do setor primário, como alimentos. Podem ser divididas entre soft (produtos agropecuários) e hard (recursos que precisam ser minerados ou extraídos).


ATUALMENTE, AS COMMODITIES MAIS NEGOCIADAS NO MERCADO MUNDIAL SÃO:
Fontes de energia – Petróleo, gás natural, carvão mineral, entre outros (fundamentais para combustíveis, energia e produção industrial).
Metais industriais – Cobre, ouro, minério de ferro, bauxita, manganês, entre outros (utilizados sobretudo na indústria siderúrgica).
Agropecuárias - Grãos, carnes, frutas, madeiras, entre outros (utilizados para alimentação e em indústrias de transformação)
PETRÓLEO

MINÉRIO DE FERRO

SOJA

COMÉRCIO MUNDIAL E RECURSOS NATURAIS
A comercialização de recursos naturais representa uma importante fonte de renda para muitos países. No gráfico, são apresentados alguns países e quanto os recursos naturais representam no total do PIB desses países.

Percebam no gráfico acima que a China e os Estados Unidos tem pouca participação dos recursos naturais na composição do PIB, por serem grandes consumidores desses recursos. Além de utilizarem os recursos internos são ainda grandes importadores de recursos naturais, com cada um consumindo cerca de 21% da capacidade global e representando juntos quase a metade da demanda mundial por serviços naturais.
DEPENDÊNCIA DOS RECURSOS NATURAIS
Ter uma grande parte da renda do PIB composta pela venda de recursos naturais gera um sistema de dependência econômica desses recursos, chamada Teoria da Maldição de Recursos Naturais ou Paradoxo da abundância.

Ao observar o gráfico acima, podemos perceber que os cinco primeiros países que tem grande parte do PIB atrelada aos recursos naturais são países em desenvolvimento, isso porque, apesar da abundância em recursos, esses países tendem a ficar presos a um baixo nível de desenvolvimento, pois exportam produtos de menor valor agregado, como minerais ou grãos, ao mesmo tempo que precisam importar produtos manufaturados de maior valor, gerando uma balança comercial desfavorável.
Porém, quando se trata de fontes de energia, muitas vezes não se aplica essa Teoria ou Paradoxo, pois, em geral, são recursos naturais de maior valor agregado como petróleo, carvão e gás.
Por conta disso, vemos países como a Noruega e a Austrália com uma porcentagem considerável de recursos naturais na composição do PIB, mesmo sendo países desenvolvidos.
A Noruega é um grande exportador de petróleo e gás, enquanto a Austrália é exportadora de diamante e carvão mineral.

A ECONOMIA DOS MERCADOS MUNDIAIS
As commodities movimentam o mercado global e têm grande importância econômica, sendo ativos representativos nos quais se pode investir por meio de ações nas bolsas de valores. O preço desses recursos no mercado mundial afeta diretamente todos os países, desde os exportadores aos importadores. Fatores naturais como temporadas de chuvas ou secas e fatores humanos como guerras e conflitos interferem no valor desses produtos no mercado.

DISPUTAS POR RECURSOS MUNDIAIS
Na contemporaneidade, diversos recursos naturais estratégicos (como petróleo, água e minerais metálicos) são cruciais para o funcionamento das sociedades, tornando-se alvo de disputas internacionais, pois o controle sobre eles pode proporcionar vantagens econômicas e geopolíticas.
Muitos conflitos foram motivados pela busca do domínio ou influência sobre territórios ricos nesses recursos. O preço desses recursos no mercado afeta diretamente a economia de muitos países, por isso guerras e conflitos envolvendo grandes produtores e exportadores de recursos naturais afetam o mundo todo, podendo gerar crises econômicas, produtivas e energéticas.

Leia as alternativas abaixo e aponte quais estão corretas e que melhor descrevem a interconexão entre recursos naturais, relações comerciais e dependência econômica na sociedade contemporânea.
A. Ter grande parte da renda do PIB atrelada à exportação de recursos naturais é um sinal de crescimento econômico e desenvolvimento.
B. As relações comerciais e diplomáticas entre países podem ser extremamente afetadas pelas disputas por recursos naturais.
C. A competição por recursos naturais pode levar a disputas geopolíticas e criar dependência econômica entre nações.
D. A forma como um país faz a gestão de seus recursos naturais não afeta suas relações comerciais e diplomáticas com outros países.
Leia a afirmativa a seguir e responda as questões:
A gestão e comercialização dos recursos naturais é um grande desafio no mundo contemporâneo. Enfrentar a competição global, reduzir a dependência econômica e promover relações comerciais equitativas são passos essenciais para garantir o uso e ao mesmo tempo a preservação desses recursos.
1. Pensando na competição global por recursos naturais que impacta diretamente no equilíbrio entre as nações, quais seriam os principais efeitos desta situação?
2. Analise os riscos associados à dependência econômica excessiva de certos recursos naturais. Como essa dependência pode tornar as economias vulneráveis a flutuações nos preços globais?
CORREÇÃO
1. Pensando na competição global por recursos naturais que impacta diretamente no equilíbrio entre as nações, quais seriam os principais efeitos desta situação?
Resposta: Podem ser citados como principais efeitos: guerras e conflitos com o objetivo de ter controle sobre alguns recursos, acordos comerciais que por vezes geram a dependência econômica do país produtor com o país comprador, entre outros.
2. Analise os riscos associados à dependência econômica excessiva de certos recursos naturais. Como essa dependência pode tornar as economias vulneráveis a flutuações nos preços globais?
Resposta: Essa dependência, tanto para a compra quanto para a venda de recursos naturais, fragiliza economias. Ao ser altamente dependente da compra de um recurso, um país fica suscetível a disponibilidade desse recurso no mercado e aos seus preços, comprometendo por vezes sua produção ou até mesmo abastecimento energético. Já ao ser altamente dependente da venda de um recurso natural, um país depende de acordos comerciais e, por vezes, fica suscetível às imposições comerciais de seus principais compradores, além de ter sua economia atrelada aos preços desse recurso no mercado.
O QUE APRENDEMOS HOJE?
● Definição de recursos naturais;
● Quais são os principais recursos naturais utilizados no mundo contemporâneo;
● Como a dependência econômica por recursos naturais afeta a economia de um país;
● Compreensão sobre as relações comerciais e as disputas por recursos naturais.
Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/105403/622497.pdf
CONTEÚDO
● Geopolítica e globalização;
● Política e economia no mundo globalizado.
OBJETIVOS
● Definir geopolítica e globalização;
● Entender como o processo de globalização influenciou a geopolítica contemporânea;
● Compreender a política e a economia no mundo globalizado.
LEIA A MANCHETE A SEGUIR:
Na guerra, sobe a geopolítica, desce a globalização Isolamento russo mostra que Ocidente priorizou segurança em detrimento do mercado [...].
Fonte: https://piaui.folha.uol.com.br/na-guerrasobe-geopolitica-desce-globalizacao/.
Você acha que existe relação entre geopolítica e globalização?
Qual seria essa relação?
Que resultados ou influências elas podem ter em nosso dia a dia?
Converse com seus colegas sobre essas questões e depois apresentem suas conclusões.
GEOPOLÍTICA E GLOBALIZAÇÃO
Geopolítica e globalização são dois termos sobre os quais ouvimos falar constantemente, seja em notícias, podcasts ou mesmo na escola. Mas, o que significam esses termos e de que forma eles influenciam nosso cotidiano? Tanto a globalização quanto a geopolítica estão presentes em nosso dia a dia de muitas maneiras: no modo como nos comunicamos, nos produtos e alimentos que consumimos, nas informações que recebemos etc. As relações políticas e econômicas entre os países, os conflitos, os acordos comerciais, tudo isso tem influência em nossa vida.
GEOPOLÍTICA
A geopolítica é uma área de estudos que conecta a geografia, as relações internacionais, a política e a economia com o objetivo de analisar os processos e instituições políticas, as relações entre os países e seus desdobramentos e influências em todo o mundo. Essa área estuda temas como relações comerciais, guerras e conflitos, migrações e diferentes tipos de acordos entre países. A ONU é um exemplo de uma organização geopolítica que media as relações e acordos entre países.
SEDE DA ONU - NOVA IORQUE

GLOBALIZAÇÃO
O termo globalização passou a ser utilizado a partir da década de 1980, por economistas ingleses e estadunidenses, para definir a expansão global dos mercados pelas empresas multinacionais. Com o avanço dos meios de transporte e comunicação, o processo de globalização se acentuou e segue se aprofundando em diferentes dimensões: econômica, política, ambiental, social, cultural, entre outras

Muitos autores consideram que os primórdios da globalização foram a expansão ultramarina durante o período das Grandes Navegações, pois foi a partir desse período que se intensificaram os contatos e as trocas entre povos de diferentes partes do mundo.

MAS, AFINAL, QUAL É O INÍCIO DA GLOBALIZAÇÃO?
Considerando seus conhecimentos sobre globalização, escreva um pequeno texto que justifique seu ponto de vista sobre o início desse processo, refletindo se ele se inicia com as Grandes Navegações ou com o avanço dos meios de comunicação e transporte, que produziu maior integração econômica e política entre os países.
Elabore em seu caderno ao menos dois argumentos que justifiquem sua posição, considerando a definição de globalização. Depois, apresente-os para a turma
VEJA COMO O IPHONE EXPLICA A GLOBALIZAÇÃO
POLÍTICA E ECONOMIA NO MUNDO GLOBALIZADO
● O crescimento da globalização acentuou as relações políticas e econômicas entre os países e, com isso, aprofundou as relações de interdependência entre eles.
● Para além da questão monetária e da diplomacia entre os países, a dependência se dá também pelos recursos naturais. Matérias-primas, fornecimento de alimentos e recursos energéticos são fatores que acentuaram as relações entre os países, e que as tornaram muito mais delicadas em momentos de conflitos.
● Cortar relações diplomáticas, comerciais e impor embargos econômicos são sempre ações que impõem desafios a todos.
VEJA MANCHETE E OUÇA A MATÉRIA NO LINK A SEGUIR
“Série energia”: a busca pela segurança energética com a guerra da Ucrânia Conflito deve atingir fornecimento do insumo na Europa e reacende importância das fontes alternativas como resposta para a instabilidade do setor.
Disponível em: https://jornal.usp.br/?p=570909

● Como visto na notícia, o conflito entre Rússia e Ucrânia impactou diretamente o fornecimento de energia no continente europeu. Isso ocorreu porque a Europa é altamente dependente do gás produzido e comercializado pela Rússia, representando cerca de 42 % do total de importações de fonte energética para o continente, segundo dados da Bruegel, uma consultoria especializada em economia.
● Ao invadir a Ucrânia, a Rússia tinha em conta as sanções e represálias que poderia sofrer, mas também sabia que tinha em seu poder uma importante moeda de troca: o gás fornecido ao continente. O corte do fornecimento desse recurso impactaria fortemente diversos países.
● Por conta disso, a Europa, que já buscava diversificar suas importações de gás, intensificou esse processo com o início da guerra.
● A diversificação de fontes de energia e a busca pela eficiência energética já havia se tornado um ponto de atenção para muitos países desde a primeira crise do petróleo, e se torna a cada dia mais um ponto de preocupação.
● Quanto maior a dependência energética que um país tem de outro, mais complexas ficam suas relações, especialmente em caso de conflitos.
● Uma guerra entre dois países afetou diretamente um continente inteiro e acendeu um alerta para o mundo.

RELAÇÕES ENTRE A GEOPOLÍTICA E A GLOBALIZAÇÃO
● A partir da reflexão sobre como a guerra entre Rússia e Ucrânia afetou a Europa e ascendeu um alerta para o mundo, dividam-se em grupos, conforme a orientação do professor, e discutam como a geopolítica e a globalização estão envolvidas nesse processo.
● Tendo como base as questões envolvidas no conflito, elenquem os aspectos geopolíticos da questão e a relação com o processo de globalização. Elaborem um texto explicativo. Relações entre a geopolítica e a globalização.
● Transformem esse texto em um roteiro para ser gravado, prevendo a divisão dos conteúdos do que será exposto e as pausas, considerando o tempo total.
● Em seguida, gravem o texto roteirizado em formato de áudio ou de vídeo, como o que você escutou nessa aula. Depois, em uma data a ser combinada com o professor, esse material poderá ser apresentado para outras turmas.
● A gravação final deve ter no máximo 5 minutos.
O QUE APRENDEMOS HOJE?
De acordo com os objetivos da aula, aprendemos a:
● Definir geopolítica e globalização;
● Entender como o processo de globalização influenciou a geopolítica contemporânea;
● Compreender a política e a economia no mundo globalizado. Complete a lista com algo mais que você tenha aprendido
Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/105027/614631.pdf
CONTEÚDO
● Soberania e integração econômica;
● Interdependência global;
● Os limites da soberania nacional no mundo globalizado;
● Relações entre interdependência econômica e política;
● Soberania e interdependência: como equilibrar a balança no mundo globalizado.
OBJETIVOS
● Definir soberania nacional;
● Estimular a reflexão sobre os limites da soberania;
● Estabelecer relações e comparações entre soberania nacional e interdependência global;
● Refletir e propor medidas que equilibrem a interdependência e a soberania.
LEIA A CITAÇÃO ABAIXO:
“Independentemente de ideologias políticas, é indiscutível que o isolamento não é mais uma opção possível no contexto atual. A soberania não pode servir como argumento para a criação de obstáculos intransponíveis à cooperação entre Estados, todos dependem [sic] uns dos outros para a realização efetiva das tarefas de que são incumbidos.”
(REIS, 1999, p. 278) Leia a citação abaixo: O gancho! Fonte: SENADO FEDERAL. Universidade do Legislativo Brasileiro. Disponível: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/48/Eustaquio_Juvencio.pdf?sequence=4&isAllo wed=y
LEIA O TRECHO DA REPORTAGEM A SEGUIR:
Acordo sobre base de Alcântara não deve ferir soberania nacional
Foi aprovado pelo Senado [...] um acordo entre Brasil e Estados Unidos que regula o uso da base militar de Alcântara, no Maranhão. Os americanos poderão explorar comercialmente a base utilizando-a para lançamentos de foguetes e satélites. Em troca, o Brasil receberá recursos para investir no desenvolvimento e no aperfeiçoamento do Programa Espacial Brasileiro. [...]
Não é a primeira vez que se discute um acordo dessa natureza; durante o governo FHC o texto foi barrado pelo Legislativo. Agora, ele foi reescrito de maneira mais clara para facilitar o entendimento sobre pontos sensíveis. Um deles é a questão se o acordo fere ou não a soberania nacional brasileira.
Para o engenheiro, o novo acordo não proíbe a entrada de brasileiros nas áreas que serão ocupadas por americanos, mas o acesso é restrito a pessoas específicas. “Isso é algo que faz sentido a partir do momento em que há uma tecnologia muito sensível sendo alocada naquela região. [...].
De toda forma, ele afirma que a jurisdição da região segue sendo brasileira, ou seja, qualquer crime cometido ali responderá à Justiça do Brasil.
Fonte: JORNAL DA USP. Acordo sobre base de Alcântara não deve ferir soberania nacional. Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-usp/jornal-da-usp-no-ar-2/jornal-da-usp-no-ar/acordo-sobre-base-dealcantara-nao-deve-ferir-soberania-nacional/
A partir da citação e da reportagem, participe de uma roda de conversa sobre as seguintes questões:
1. O que significa soberania nacional?
2. Qual seria a relação existente entre soberania nacional e interdependência global?
3. Como os países podem equilibrar a preservação de sua autonomia com a necessidade de cooperação internacional para enfrentar desafios comuns?
Compartilhe suas respostas com os demais colegas.
SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988
Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I. a soberania; I
I. a cidadania;
III. a dignidade da pessoa humana;
IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V. o pluralismo político.
Parágrafo único. “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição
SOBERANIA NACIONAL
Assim sendo, podemos dizer que soberania nacional é um princípio fundamental da ordem política internacional que reconhece que cada nação tem autonomia para tomar as principais decisões sobre seu território e sua população. Podemos citar como exemplo as suas próprias decisões políticas, o controle sobre as fronteiras, a gestão de seus recursos naturais e do espaço aéreo, a capacidade de um povo decidir seu próprio destino político, econômico, social e cultural, a capacidade de estabelecer e aplicar suas próprias leis, dentre outros.

LIMITES DA SOBERANIA NACIONAL
Os limites da soberania referem-se às restrições e desafios que os Estados nacionais enfrentam em sua capacidade de exercer total autonomia e controle sobre seus assuntos internos e externos. Esses limites têm se expandido e evoluído ao longo do tempo devido a vários fatores. No cenário globalizado, as economias estão interligadas por meio de acordos comerciais, tratados e organizações internacionais. Isso pode limitar a capacidade dos países de tomar decisões unilaterais em questões econômicas
Considerando o conceito de soberania e seus limites no mundo globalizado, reflita sobre os aspectos destacados abaixo e preencha a tabela, seguindo o modelo:

CORREÇÃO
Considerando o conceito de soberania e seus limites no mundo globalizado, reflita sobre os aspectos destacados abaixo e preencha a tabela, seguindo o modelo:

INTERDEPEDÊNCIA GLOBAL
Nesse cenário, a interdependência global refere-se à condição em que os países estão economicamente, politicamente, socialmente e ambientalmente interligados, de modo que as ações de um país podem impactar significativamente em outros. Contudo, a interdependência global também oferece oportunidades para que os países colaborem em áreas como comércio, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, enfrentamento de desafios globais, dentre outros.

COMO BUSCAR O EQUILÍBRIO
A compreensão dos limites da soberania é crucial em um mundo cada vez mais interconectado, em que os desafios enfrentados por um país muitas vezes têm implicações globais. Encontrar um equilíbrio entre a autonomia nacional e a cooperação internacional é uma tarefa complexa e contínua na arena geopolítica contemporânea.
LEIA O TEXTO A SEGUIR
Segurança dos alimentos na União Europeia (UE)
Proteger a saúde é o objetivo de algumas normas da UE aplicáveis à agricultura, à pecuária e à produção de alimentos. Um vasto conjunto de leis cobre toda a cadeia de produção e transformação de alimentos nesses países, bem como os produtos importados e exportados. A política da UE, em matéria de segurança dos alimentos, e a sua intervenção neste domínio incidem em quatro grandes áreas de proteção: higiene dos produtos alimentares, saúde animal, fitossanidade, contaminantes e resíduos.
Vamos saber mais sobre esse assunto?
Higiene dos produtos alimentares – As empresas do setor alimentar, da exploração agrícola aos restaurantes, devem respeitar a legislação alimentar da UE, incluindo as que importam produtos.
Saúde animal – Controles e medidas sanitárias aplicáveis aos animais de companhia, animais de criação e animais selvagens permitem monitorar e gerir possíveis doenças e acompanhar as movimentações dos animais de criação.
Fitossanidade – Detecção e erradicação de pragas numa fase inicial para impedir sua disseminação e garantir sementes saudáveis.
Contaminantes e resíduos – Vigilância para proteger os alimentos para consumo humano e animal de contaminantes, estabelecendo aplicações de limites máximos aceitáveis aos alimentos produzidos na UE e importados.
Na era da globalização, a produção de alimentos é um setor fortemente influenciado pela interdependência econômica e política entre os países.
Participe de um debate a partir das seguintes questões:
● Qual é o papel da cooperação internacional e dos tratados comerciais na produção e comercialização de alimentos em escala global?
● Como os países podem colaborar efetivamente para enfrentar desafios comuns?
Destaque para o ODS 2 – Fome Zero – Objetivo: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
● Como equilibrar regras produtivas e a balança comercial no mundo globalizado?
LEIA A HISTÓRIA A SEGUIR:
Havia um jovem estudante chamado Alex, cujo comprometimento com as causas globais destacou-o como uma liderança mundial em ascensão. Alex era conhecido por sua paixão pela justiça social, sustentabilidade e educação, e essas qualidades o levaram a representar sua nação em uma conferência na sede da ONU, em Nova York. Na conferência, ele apresentou um projeto chamado Conexões globais para o futuro, no qual ilustrou a importância da educação na promoção da compreensão intercultural e na construção de pontes entre nações.
UMA CONFERÊNCIA NA SALA DE AULA
Crie suas propostas e as apresente aos seus colegas. Vamos lá? A partir de tudo que você estudou nesta aula e da história de Alex, reflita sobre os assuntos abordados, escolha três temas e proponha medidas que promovam o equilíbrio entre a interdependência e a soberania nacional no mundo globalizado.
Para ajudá-lo na produção, observe o modelo: Tema: Diversificação da Economia
● Objetivo: reduzir a vulnerabilidade associada à dependência excessiva de setores específicos.
● Ação: promover a diversificação econômica para que um país não seja excessivamente dependente de uma única indústria.
O QUE APRENDEMOS HOJE?
● A definição de soberania nacional;
● Refletimos a respeito dos limites da soberania;
● Estabelecemos relações e comparamos soberania nacional e interdependência global;
● Pensamos em medidas que equilibrem a interdependência e a soberania.
Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/105263/617309.pdf
CONTEÚDO
● Produção de alimentos no mundo contemporâneo;
● O comércio mundial de alimentos;
● Tecnologias produtivas;
● Um futuro de escassez ou de fartura.
● Soberania e interdependência: como equilibrar a balança no mundo globalizado.
OBJETIVOS
● Compreender a produção de alimentos no mundo contemporâneo;
● Analisar dados do comércio mundial de alimentos;
● Levantar hipóteses sobre o futuro dos alimentos no mundo.
OBSERVE O GRÁFICO E RESPONDAS AS QUESTÕES.

Converse com seus colegas sobre as seguintes questões:
1. Ao observar o gráfico, é possível afirmar que os maiores exportadores são também os maiores produtores de produtos agropecuários?
2. De acordo com os dados do gráfico, quem são os principais atores na geopolítica de alimentos e por quê?
GEOPOLÍTICA DE ALIMENTOS
A produção e a comercialização de alimentos entre países envolve diversas questões, como: barreiras protecionistas, oscilações nos preços, demandas dos mercados interno e externo, regras e acordos sobre técnicas de produção, entre outras.
A indústria agropecuária e a de alimentos são diretamente afetadas ao mesmo tempo que afetam a geopolítica dos alimentos no mundo.
COLHEITA DE SOJA NO MATO GROSSO - BR

INDÚSTRIA DOS ALIMENTOS
A cadeia agroalimentar é um dos segmentos com maior crescimento na economia e na política mundiais. A indústria de alimentos é a que realiza o processamento, a transformação, a preservação e a embalagem de produtos alimentícios de diversos tipos, como carnes, grãos, frutas, óleos, açúcar, refrigerantes, laticínios, entre uma infinidade de itens.
FRUTAS PRONTAS PARA SEREM TRANSPORTADAS

Os efeitos da globalização podem ser percebidos no comércio mundial de alimentos. Algumas empresas multinacionais controlam parte importante da indústria e comércio alimentício e com isso acabam por interferir nos preços de mercado ao administrar a oferta de determinados produtos. Simultaneamente, têm forte influência sobre toda a cadeia produtiva e a distribuição desses produtos no mundo. O comércio mundial de alimentos é marcado por contradições, como grandes produções, exportações e também desperdício, ao mesmo tempo que uma grande parte da população mundial sofre com a fome.

ESCREVA NO CADERNO COM AS SUAS PALAVRAS
1. O que é a geopolítica dos alimentos?
2. Qual é a relação entre produção e exportação de produtos agropecuários e a geopolítica dos alimentos?
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E SEGURANÇA ALIMENTAR
O futuro do mundo e a qualidade de vida e bem-estar da sociedade se relacionam diretamente com a geopolítica dos alimentos. Alimentação, saúde, potencial de geração de emprego e renda dependem da produção e da distribuição de alimentos no mundo, sem deixar de lado a qualidade deles.
Para garantir esse futuro, é importante conhecermos os conceitos de segurança e insegurança alimentar. O termo segurança alimentar surgiu após a Primeira Guerra Mundial, ao se perceber que o desenvolvimento de um país não dependia apenas de sua capacidade bélica, mas também de sua capacidade de alimentar a sua população.

Após o fim do período de guerras, mesmo com a retomada da produção agropecuária, a fome persistia, atingindo uma parcela considerável da população mundial. O contrário da segurança alimentar é a insegurança alimentar, que pode ser classificada em três tipos:
Leve: ocorre com a falta de disponibilidade de alimentos, devido a problemas como sazonalidade, eventos climáticos extremos, entre outros.
Moderada: ocorre quando há ausência de variedade e quantidade de alimentos, prejudicando a alimentação do ponto de vista nutricional.
Aguda: ocorre quando não é possível se alimentar por um dia inteiro ou mais
INSEGURANÇA ALIMENTAR AGUDA ATINGE 345 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO EM 83 PAÍSES (WFP - Programa Mundial de Alimentos )

SOBERANIA ALIMENTAR
Outro conceito importante é o de soberania alimentar, que envolve o respeito à soberania política dos Estados na produção de alimentos, sendo definida como a capacidade de produzir alimentos saudáveis e culturalmente adequados aos seus povos e por métodos ecologicamente corretos e sustentáveis.

DESAFIOS DA GEOPOLÍTICA DE ALIMENTOS
O equilíbrio entre produção, comércio mundial, distribuição e segurança alimentar já se apresenta como um grande desafio na geopolítica dos alimentos. Para além dele, existem outros mais, como:
Crescimento populacional: há países onde a necessidade de alimentos da população é maior que a produção. Por isso, precisam estabelecer acordos comerciais com outros países para importação desses produtos. Esses países se encontram em maior risco geopolítico, pois eventuais conflitos ou desentendimentos com seus parceiros comerciais podem motivar a ruptura do fornecimento, gerando assim alto risco de insegurança alimentar ao país importador.
Guerras: as guerras trazem, entre suas consequências, grande insegurança alimentar à população dos países envolvidos no conflito, podendo, por vezes, se expandir para muitos outros (se um dos países for um grande produtor/exportador de alimentos, por exemplo). Elas têm grandes impactos na geopolítica dos alimentos, devido à destruição da infraestrutura, assim como de plantações e rebanhos de animais.
Impactos climáticos: eventos climáticos extremos, mudanças climáticas, acesso à água são alguns fatores que afetam e prejudicam a produção de alimentos e, consequentemente, a oferta no mercado.
Problemas sanitários: gripes aviárias, surto de pragas em animais ou nas plantações e epidemias de doenças prejudicam a produção e ameaçam o fornecimento de alimentos.
SEGURANÇA ALIMENTAR E COMÉRCIO INTERNACIONAL
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda ao que se pede:
“A erradicação da fome é o segundo Objetivo do Desenvolvimento Sustentável, infelizmente o Relatório de 2022 das Nações Unidas mostrou que uma a cada dez pessoas no mundo está faminta; 13% da comida produzida é desperdiçada ou descartada entre colheita, transporte, estocagem, processamento e a chegada ao mercado varejista; e 17% é perdida nos mercados, restaurantes e casas das pessoas.
O comércio internacional é fundamental para solucionar este problema, mas ainda a agricultura é um tema controverso na Organização Mundial do Comércio – OMC.” Fonte: CASTRO, Douglas de; DENNY, Daniele Mendes Thame. Segurança Alimentar e o Comércio Internacional. Disponível em: https://sites.usp.br/netiusp/pt/seguranca-alimentar-e-o-comercio-internacional/. Acesso em 26 dez. 2023.
Com a orientação do professor, dividam-se em grupos e elaborem uma lista de propostas (de 3 a 5) que busquem solucionar desafios da segurança alimentar, considerando os desafios geopolíticos e o comércio mundial de alimentos.
Em seguida, apresentem para a sala os desafios escolhidos e as propostas para mitigá-los.
PRODUÇÃO E COMÉRCIO DE ALIMENTOS
Os quatro maiores produtores mundiais de alimentos são: China, Índia, Estados Unidos e Brasil, nessa ordem. China e Índia são os maiores produtores mas também os maiores consumidores, pois possuem as duas maiores populações do mundo. Sozinhos, esses dois países concentram quase 40% da população mundial, então, mesmo sendo os maiores produtores, ainda precisam importar grandes quantidades de alimentos. No caso do Brasil e dos Estados Unidos, é diferente, pois além de grandes produtores de alimentos são também grandes exportadores. O Brasil é o maior exportador de soja do mundo e se destaca ainda na produção de milho, feijão, açúcar e carne bovina.
FATORES PRODUTIVOS
Os sistemas produtivos são compostos por uma cadeia de fatores diretos, que envolvem: plantação, colheita, criação de animais, abate, processamento e produção, pesquisa e desenvolvimento, embalagem e acondicionamento, armazenagem, distribuição, transporte e venda.
Abarcam ainda outros fatores como:
Ambientais (clima, solos, relevo, hidrografia).
Econômicos (competitividade, disponibilidade de recursos e investimentos).
Sociais (cultura, comportamento, hábitos alimentares, etc.).
Políticos (legislações, impostos, estruturas governamentais) e fatores ligados à saúde (controle de doenças, uso de antibióticos etc.).
Na busca de otimizar e ampliar as produções, e as tecnologias de produção de alimentos têm um papel fundamental.
TECNOLOGIA PRODUTIVAS
Assista aos vídeos a seguir:
Nos vídeos anteriores, você conheceu algumas tecnologias aplicadas na produção de alimentos.
Considerando o avanço da população e a escassez de áreas para a produção, têm-se buscado formas mais eficientes de produção.
Há outras tecnologias que também podem transformar a indústria de alimentos, mas que precisam crescer em escala e vencer desafios do setor, como:
A biotecnologia, com a produção de espécies mais resistentes a pragas e as fazendas verticais;
O uso de análise de dados e inteligência artificial para previsões de demandas e planejamento de produção;
O blockchain, um sistema de rastreamento das cadeias de produção de alimentos, desde a produção agrícola, em pequenas ou grandes fazendas, até o consumidor final.
OUTRAS FORMAS DE PRODUZIR ALIMENTOS
Para além das técnicas desenvolvidas em laboratórios, existem também outras técnicas que vêm sendo aplicadas na agricultura e na pecuária, como associação com sistemas agroflorestais e a agricultura familiar. São técnicas de manejo sustentáveis, que visam conciliar a produção comercial com o abastecimento interno e o fortalecimento das comunidades
SISTEMA DE PRODUÇÃO AGROFLORESTAL NA MATA ATLÂNTICA, COM O CULTIVO DE BANANA E MAMÃO ASSOCIADOS À FLORESTA.

AGROECOLOGIA
Uma técnica de produção natural importante é a agroecologia.
Assista a um vídeo sobre essa técnica, os recursos necessários para sua implantação e seus resultados.
UM FUTURO DE FARTURA OU DE ESCASSEZ
Considerando os aprendizados desta aula sobre produção e comércio de alimentos, segurança alimentar e novas tecnologias aplicadas à produção de alimentos, dividam-se em grupos para debater o futuro dos alimentos no mundo.
Vocês acreditam que será um futuro de fartura ou escassez?
E quais métodos e tecnologias vocês consideram mais viáveis à produção de alimentos e por quê?
Elaborem seus argumentos, construindo justificativas pautadas em dados e informações.
Proponham também alternativas e soluções para os problemas e os desafios encontrados.
O QUE APRENDEMOS HOJE?
● Compreendemos a produção de alimentos no mundo contemporâneo;
● Analisamos dados do comércio mundial de alimentos;
● Levantamos hipóteses sobre o futuro dos alimentos no mundo;
Complete a lista com outros aprendizados que foram significativos para você na aula de hoje.
Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/106142/640383.pdf
CONTEÚDO
● O setor primário no comércio mundial;
● O setor primário na economia e na geopolítica contemporâneas;
● As leis ambientais e as certificações das matériasprimas e dos recursos minerais.
OBJETIVOS
● Conhecer o papel dos recursos minerais e das matérias-primas no comércio mundial;
● Analisar o papel do setor primário na economia e na geopolítica contemporâneas;
● Compreender como as leis e as certificações ambientais influenciam os países
LEIA AS MATÉRIAS A SEGUIR:
Falta de matéria-prima é maior preocupação das indústrias, aponta CNI - Malar João Pedro. CNN Brasil. Publicado em 22 de out. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/falta-de-materia-prima-e-maior-preocupacaodas-industrias-aponta-cni/
Brasil se lança na corrida pela produção do lítio, o mineral do futuro - Neves, Ernesto. Veja. Publicado em de 11 de mai. 2023. Disponível em:
Após ler as manchetes, debata com os colegas as seguintes questões:
1 – Qual é a importância das matérias-primas para a economia mundial atualmente?
2 - De que maneira a produção e a exportação de matérias-primas e de recursos minerais podem impactar o comércio mundial e a relação entre os países?
3 – Na sua opinião, qual será a relevância das matérias-primas e, em especial, dos recursos minerais no futuro?
O MERCADO DE COMMODITIES
Como você já sabe, atualmente, o comércio de commodities é uma das bases da economia global. Elas podem ser classificadas em:
● Agrícolas;
● Químicas;
● Minerais;
● Financeiras;
● Ambientais;
● Energéticas.
Nessa aula, iremos nos aprofundar nas matérias-primas industriais, com destaque para os recursos minerais.
O IMPACTO DAS MATÉRIAS PRIMAS NO MERCADO MUNDIAL
Os preços das matérias-primas têm relação direta com o ritmo de crescimento mundial. Quanto maior o crescimento, maior a demanda por matérias-primas. Apesar de serem apontadas como produtos de menor valor agregado, elas são fundamentais para a fabricação dos produtos de alto valor agregado, como os industrializados.
A escassez de um ou de mais recursos no mercado afeta diretamente a produção mundial e o valor das matérias-primas. Durante a pandemia de Covid-19, houve a escassez de diversas matérias primas no mercado mundial, o que afetou a produção e os custos desses produtos.
Observe alguns gráficos dos impactos da falta de matérias-primas na indústria brasileira:
A indústria de bens duráveis foi a mais impactada pela escassez de matérias-primas no mercado.
EMPRESAS COM DIFICULDADE EM OBTENÇÃO DE INSUMOS E/OU MATÉRIAS PRIMAS NECESSÁRIAS PARA A PRODUÇÃO NO MOMENTO (EM %)

No caso dos insumos, os mais escassos foram o aço (composto sobretudo de ferro) e as embalagens.
PRINCIPAIS INSUMOS ESCASSOS NA INDÚSTRIA (EM %)

ESCASSEZ DE MATÉRIA PRIMA NO MERCADO MUNDIAL
Vale ressaltar que a escassez desses produtos não esteve atrelada à sua disponibilidade na natureza, mas às dificuldades de exploração, de transformação e de exportação.
Entretanto, essa situação deu indícios do que pode acontecer no futuro com a escassez de algumas matérias-primas, ao mesmo tempo que enfatizou a importância que esses produtos têm ganhado no comércio internacional, como a valorização das commodities no mercado de investimentos.
Veja o vídeo a seguir sobre o tema:
Segundo dados apresentados no vídeo, as áreas industriais que mais foram afetadas pela falta de matérias-primas foram: indústria extrativa e de transformação, e a indústria da construção, sobretudo nas áreas de informática, metalurgia, madeira e celulose.
Em seu caderno:
Elabore uma lista dos principais problemas que a falta de matérias-primas pode causar à produção industrial e ao comércio mundial.
Aponte as áreas mais afetadas, e os recursos mais utilizados por elas.
Em seguida, cite de que forma esses problemas podem impactar seu dia a dia.
Ao final, apresente a sua produção para a turma, e debata com os seus colegas os pontos levantados.
GEOPOLÍTICA MINERAL
As matérias-primas minerais são uma das bases da economia contemporânea, e tendem a crescer no futuro. Minerais energéticos e não energéticos fazem parte de ao menos um estágio na cadeia de produção de todas as indústrias, e se tornam a cada dia mais essenciais, em especial na busca de tecnologias e de fontes de energia de baixa emissão de carbono.
Certos minerais apresentam especificidades, seja pelo risco de escassez ou por sua importância econômica e são classificados como críticos. A disputa por esse tipo de recurso, ou pela regulação do seu preço no mercado, por vezes, marca as relações políticas e econômicas entre diferentes países.
As matérias-primas e os recursos minerais podem ser classificados da seguinte forma:
● Matérias-primas críticas;
● Minerais críticos;
● Minerais estratégicos.
As matérias-primas críticas são aquelas que têm alto risco de interrupção de fornecimento e são essenciais para a produção de bens e de serviços de alta tecnologia.
Os minerais críticos são um subgrupo dentro das matérias-primas críticas. São minerais que apresentam alto risco de interrupção de fornecimento, e que são essenciais para a produção de bens e de serviços, especialmente para a produção energética.
Os minerais estratégicos são os considerados essenciais para a segurança de um país, e podem ou não ser considerados críticos. No geral, são aqueles utilizados nos serviços essenciais para a sociedade, como ferro para a produção de aço, os combustíveis, entre outros
MINERAIS PARA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Atualmente, os minerais mais visados e disputados no mercado são os considerados essenciais para a transição energética. São minerais estratégicos, e alguns considerados críticos pelo risco de interrupção de fornecimento.
Segundo especialistas da Agência Internacional de Energia (AIE), os mais cruciais são: lítio, níquel, cobalto, cobre, grafite e terras raras. Veja, nos gráficos a seguir, quem domina a extração e o processamento desses minerais.
EXTRAÇÃO

PROCESSAMENTO

Apesar de a China ser a maior extratora de apenas um minério, o terras raras, é ela quem domina o processamento desses recursos, colocando o país em uma vantagem estratégica no cenário mundial.
Além disso, a China é o maior importador de muitos minérios de diferentes países, dentre eles o Brasil. O principal destino das exportações minerais brasileiras é a China, responsável por 27,7% do valor total exportado, seguida pelos Estados Unidos, com 12,9%.
Entre os minerais mais exportados para a China, estão ferro, nióbio, cobre, manganês, níquel, alumínio, zinco, cromo e estanho.

PRODUÇÃO DE MINÉRIOS NO BRASIL
O Brasil ocupa uma posição privilegiada na classificação mundial das principais reservas minerais, se destacando, sobretudo, na produção e na comercialização do nióbio. O país se sobressai também na produção de ferro e de alumínio, e tem como principais destinos de exportação desses minérios a China, os Estados Unidos, a Argentina, o Canadá e a União Europeia.
Para se manter nessa posição, e poder aproveitá-la economicamente da melhor forma, é preciso investir e refinar suas políticas de produção de minerais estratégicos. Há uma contradição que precisa ser equilibrada, pois ao mesmo tempo que se buscam fontes de energia mais sustentáveis, a atividade mineradora causa grandes impactos ambientais.

Para cumprir as metas climáticas, a exploração e a extração dessas matérias-primas precisam aumentar consideravelmente. No entanto, é necessário alcançar isso de uma maneira a reduzir os impactos ambientais.
Muitos países têm revisto suas legislações e planos de ação, sobretudo em relação aos licenciamentos ambientais para a mineração desses recursos, em especial na Europa, onde, por exemplo, o processo de abertura de uma mina pode levar até 20 anos.
Ao mesmo tempo, certificações ambientais são exigidas, para provar que as matérias-primas fornecidas não são ilegais, nem advindas de desmatamento ilegal.
Com a orientação do professor, dividam-se em grupos de 4 a 6 estudantes. Vocês deverão discutir a questão das mudanças do licenciamento ambiental para a mineração de matérias-primas críticas. Metade da turma deve ser contra e outra a favor.
A partir disso, cada grupo deverá elaborar a defesa de seu posicionamento, com argumentos e justificativas pautadas em dados e em fontes referenciadas.
Depois de elaborados os argumentos, apresentem-nos, discutindo: devem haver mudanças na legislação e no licenciamento ambiental para favorecer e acelerar a exploração dos minerais críticos necessários para a transição energética? Sim ou não?
Quais os prós e os contras de cada lado?
O QUE APRENDEMOS HOJE?
● Conhecer o papel dos recursos minerais e das matérias-primas no comércio mundial;
● Analisar o papel do setor primário na economia e na geopolítica contemporâneas;
● Compreender como as leis e as certificações ambientais influenciam os países.
Referência: https://acervocmsp.educacao.sp.gov.br/106703/641707.pdf
FAZER A ATIVIDADE DESTA AULA AQUI